Pequenos negócios têm baixo movimento, mesmo com isolamento caindo
Mais da metade dos pequenos negócios têm baixo movimento, mesmo com isolamento caindo.
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Publicado em:03/12/2020 às 10:56
Atualizado em:03/12/2020 às 10:56
A pesquisa PNAD COVID19, divulgada semanalmente pelo IBGE, tem mostrado que o isolamento social rigoroso é cada vez menor entre os brasileiros. A última edição, divulgada na terça-feira, 1, mostrou que 9,7 milhões de pessoas não seguem o distanciamento social.
A postura, no entanto, não parece estar surtindo tantos efeitos na retomada econômica de todos os setores. É o que mostra nova pesquisa da SumUp, instituição financeira que presta serviços de maquininha de cartão para pequenos negócios.
Segundo os dados e a Agência Brasil, mesmo após a redução do isolamento social no país, com a reabertura da maioria das atividades econômicas, o movimento observado por microempreendedores ainda é consideravelmente menor do que no período pré-pandemia.
Mais da metade (58%) dos pequenos negócios que participaram da pesquisa e que estão abertos dizem que o movimento ainda é inferior ao início do ano. Entre os que mantêm pontos de venda fechados, 90% informam baixo movimento nos negócios.
A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 16 de novembro, com 1.500 clientes da empresa em todo o país, para entender o impacto da Covid-19 na atual fase da pandemia.
Microempreendedores ainda precisam lidar com baixo movimento
(Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil)
Maioria dos empresários acredita em melhora nas próximas semanas
O cenário acima é esperado, uma vez que as pessoas ainda estão inseguras a respeito do novo vírus. Mas ele contraria alguns comerciantes que tinham esperança de uma melhora com a chegada das festas de fim de ano.
Em seu levantamento, a SumUp mostra que 37% dos donos de pequenos negócios acreditam que o movimento vai melhorar com a proximidade do natal; 10% acreditam que o movimento vai aumentar muito; e 24% demonstram pessimismo e preveem queda nas vendas.
À Agência Brasil, a pequena empresária Bruna Schnorr, dona de uma agência de turismo em Brodosqui, no interior paulista, disse que o movimento ainda é 70% menor do que no período pré-pandemia.
Para ela, contudo, há uma expectativa de melhora para os próximos meses.
"Já estivemos pior na nossa área de turismo, que foi extremamente afetada pela pandemia, mas hoje eu acredito que a expectativa é bem melhor, digamos que estou uns 60% otimista."
Venda online é a principal estratégia dos microempreendedores
Outro ponto observado na pesquisa da SumUp é a consolidação das vendas online, que já são uma das principais estratégias de negócios. O setor teve adesão de quase 100% dos empreendedores da base de clientes da empresa.
Uma pesquisa anterior da instituição já apontava essa tendência. Até março, menos da metade (35%) desses pequenos negócios usava a internet para vender produtos e serviços.
Esse movimento (que era promissor antes da pandemia e continua sendo) tem crescido ainda mais. "Tenho trabalhado bastante com vendas online, o que não fazíamos tanto antes do início da pandemia", reconhece Bruna.
Entre os novos serviços oferecidos pela empreendedora, está o atendimento personalizado em casa, tendo como principais canais as redes sociais.
“É uma ferramenta que veio para ficar, embora um pouco a contragosto no meu caso, porque sempre preferi o atendimento presencial. Porém, se não fossem as mídias sociais e as vendas online, eu não teria podido manter meu negócio, que chegou a ficar mais de dois meses e meio fechado."