PIB tem queda histórica de 9,7% no 2º trimestre, aponta IBGE
O Produto Interno Bruto (PIB) do 2º trimestre apresentou a maior queda desde 1996, quando o IBGE começou a medir o índice.
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Publicado em:01/09/2020 às 12:19
Atualizado em:01/09/2020 às 12:19
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve uma queda de 9,7% no 2º trimestre deste ano - na comparação com os três meses anteriores -, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 1º.
Em relação ao mesmo período do ano passado, o PIB caiu 11,4%. A retração foi causada pela crise da pandemia do novo Coronavírus e também pode ser notada em outros países. Essa queda deixa a economia brasileira em recessão técnica.
"Recessão técnica" é um jargão usado por economistas para definir um período de dois trimestres consecutivos de queda no PIB. (Fonte: BBC Brasil)
De acordo com o IBGE, esse é o maior tombo econômico desde de 1996, quando o índice começou a ser medido. O efeito dessa crise não é igual em todos os setores da economia.
O setor de serviços - responsável por quase 70% do PIB - teve recuo de 9,7% com o fechamento de bares e shoppings. O resultado só não foi pior graças ao comércio varejista, que é um dos segmentos contabilizados no setor.
Com a menor produção de duráveis e semiduráveis - como móveis, automóveis e vestuário, por exemplo -, a indústria apresentou queda de 12,3%. Nesse caso, o que ajudou a amenizar a retração foi a produção de não-duráveis - como itens de higiene e alimentos.
Em contramão dos outros setores, a agropecuária registrou um crescimento de 0,4%. Já o consumo das famílias, que é um dos responsáveis pela sustentação econômica, teve redução de 12,5%.
Com a redução dos salários dos trabalhadores e as demissões causadas pela pandemia, o poder de compra do brasileiro também caiu. O auxílio emergencial foi o que ajudou a amenizar essas perdas de ganhos.
Nesta terça-feira, 1º, ao ser questionado sobre a queda do PIB, o ministro Paulo Guedes (Economia) disse que "isso é lá atrás. Isso é um impacto de lá atrás. Nós estamos decolando em V".
Ele também comparou o resultado com "o barulho do raio que caiu em abril", fazendo referência a pandemia. O presidente Jair Bolsonaro não quis comentar sobre o assunto.
Já o vice-presidente Hamilton Mourão disse que a queda da atividade econômica "já estava prevista e estava na conta. A gente já sabia que isso ia acontecer. Por conta da pandemia, estava precificado".
"Agora, a partir do 2º semestre, nós sabemos que vamos começar um movimento mais vigoroso de retomada", completou. Segundo ele, o resultado do 3º trimestre deve apresentar um crescimento de cerca de 5%.