PNAD trimestral registra aumento do desemprego em 12 Estados

Estudo foi divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira, 15

Autor:
Publicado em:15/05/2020 às 13:45
Atualizado em:15/05/2020 às 13:45

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira, 15, novos dados sobre o desemprego no Brasil. De acordo com o levantamento do primeiro trimestre do ano, a taxa de desocupação subiu 1,3 pontos percentuais em relação ao período anterior. 

No último trimestre de 2019, o desemprego era de 11%. Entre janeiro e março deste ano, índice subiu para 12,2%. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado (12,7%), no entanto, houve uma queda de 0,5 pontos percentuais.

Os dados foram obtidos por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), realizada trimestralmente pelo IBGE. Confira os Estados com as maiores taxas de desemprego:

  • Bahia (18,7%)
  • Amapá (17,2%)
  • Alagoas e Roraima (16,5%)

 

Mas as maiores altas foram no Maranhão (3,9 pontos percentuais), Alagoas (2,9 p.p) e Rio Grande do Norte (2,7 p.p). Em 15 unidades da federação, o desemprego superou a média nacional, de 12,2%.

Já no grupo das menores taxas, o Estado de Santa Catarina segue liderando. Além do Paraná e Mato Grosso do Sul:

  • Santa Catarina (5,7%)
  • Mato Grosso do Sul (7,6%)
  • Paraná (7,9%)

notícias de empregos

A tradução desses números: 12,9 milhões de pessoas sem trabalho no Brasil. Mas a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, já havia observado, em abril, que não houve surpresa nos resultados: 

“Esse crescimento da taxa de desocupação já era esperado. O primeiro trimestre de um ano não costuma sustentar as contratações feitas no último trimestre do ano anterior. Essa alta na taxa, porém, não foi a das mais elevadas. Em 2017, por exemplo, registramos 1,7 pontos percentuais.”

Desigualdade de gênero e raça se manteve

Em relação a gênero e raça, as discrepâncias nos índices de desemprego se mantiveram neste trimestre. A desocupação foi estimada em 10,4% para os homens e 14,5% para as mulheres. 

Entre pessoas que se declararam brancas o percentual foi de 9,8%, ficando abaixo da média nacional. Mas, o das pretas (15,2%) e a das pardas (14,0%) manteve-se acima e superior ao do grupo de pessoas brancas.

132 anos pós-abolição: a luta contra o racismo no mercado de trabalho

Vale lembrar que em função da pandemia de Covid-19 e, de acordo com as orientações do Ministério da Saúde, o IBGE interrompeu a coleta presencial de todas as pesquisas no dia 17 de março. 

Desde então, foi instituído um plano de contingência para manter a realização da coleta das informações das pesquisas por telefone. A taxa de resposta da PNAD Contínua, no último mês, foi 61,3%, menor que nos meses anteriores (em janeiro foi de 88,4% e fevereiro 87,9%).

+ 90% dos supermercados paulistas devem manter ou contratar em maio

Fila de emprego
Em meio à pandemia, desemprego no Brasil preocupa
(Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil)

 

Pandemia afetou poder de compra de 40% dos brasileiros

Já é esperado que os índices de desempregos sofram quedas mais significativas nos próximos meses, devido à crise causada pelo novo Coronavírus, somada à crise econômica na qual o país já se encontrava.

E os primeiros dados divulgados após a chegada da pandemia no Brasil, além da PNAD, já permitem perceber isso. Uma pesquisa divulgada no início de maio pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, revelou como está o poder de compra dos brasileiros. 

Os dados, divulgados pela Agência Brasil, mostram que a perda do poder de compra já atingiu quatro em cada dez brasileiros desde o início da pandemia. Do total de entrevistados, 23% perderam totalmente a renda e 17% tiveram redução no ganho mensal.

A pesquisa também mostrou que o impacto na renda e o medo do desemprego levaram mais da metade dos consumidores a reduzir o consumo durante o período de isolamento social. 

“Ou seja, de cada quatro brasileiros, três reduziram seus gastos. Apenas 23% dos entrevistados não reduziram em nada suas compras, na comparação com o hábito anterior ao período da pandemia.”