Quarentena aumenta contratação de temporários em diferentes setores

Saúde e setor de alimentação se destacam no número de vagas abertas

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Publicado em:23/04/2020 às 04:00
Atualizado em:23/04/2020 às 04:00

A quarentena causada pelo Coronavírus (Covid-19) impôs um novo estilo de vida em todo o mundo. Para reduzir o contágio, a orientação é permanecer em casa sempre que possível. Esta perspectiva trouxe incertezas na economia e no mercado de trabalho.

Em um cenário sem precedentes, muitas empresas precisaram adaptar a força de trabalho às recomendações de distanciamento social. Já para os setores considerados essenciais, houve a necessidade de contratações emergenciais para atender às demandas dos serviços.

O regime de trabalho temporário, instituído no país em 1974, se apresentou como uma solução viável às empresas para rápida mobilização de mão de obra nos serviços essenciais. Além da gestão da força de trabalho para os demais setores da economia.

De acordo com a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERTTEM), os aspectos legais do Trabalho Temporário (Lei 6019/74) asseguram a flexibilidade contratual que o momento requer.

 

Médicos Ministério da Saúde
Saúde desponta como área com mais vagas temporárias abertas
durante a pandemia (Foto: Ministério da Saúde) 

 

“É um período de turbulências e incertezas. Por se tratar de uma modalidade flexível e uma opção de contratação formal, prevista em lei, o temporário atua como um recurso eficiente, dinâmico e seguro para empresas e trabalhadores, não só para atender a estas demandas emergenciais, como também a outras demandas transitórias, como cobertura de pessoal efetivo eventualmente afastado”, afirmou a presidente da ASSERTTEM, Michelle Karine, em nota.

A presidente ainda fez um chamamento aos profissionais das áreas de serviços essenciais para ajudar nas ações de combate ao Coronavírus.

“Há muitas áreas precisando de reforço na força de trabalho. Os profissionais destas áreas que estiverem disponíveis e dispostos a contribuir são muito bem-vindos nas contratações temporárias, tendo seus salários e direitos trabalhistas preservados, conforme assegura a Lei 6019/74”.

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Saúde se destaca entre as contratações temporárias

Em nota, a associação afirmou que a área da Saúde desponta pela grande demanda de profissionais em função da pandemia da Covid-19. O movimento de contratações temporárias também acontece para prestação de serviço nas áreas da indústria de suprimentos, alimentos, supermercados e serviços essenciais.

“Na área da saúde a movimentação de contração é grande nas redes hospitalares para reforço do quadro de profissionais, como enfermeiros e técnicos de enfermagem, além dos serviços de manutenção, copa e recepção, por exemplo. Assim como a indústria de suprimentos também está ampliando seus quadros para atender a demanda de produtos, como EPI [equipamentos de proteção individual], embalagens, álcool em gel e derivados”, citou Michelle Karine.

Segundo a presidente da ASSERTTEM, um setor com demanda de contratação é o de alimentação, como produção de alimentos, embalagens, supermercados, varejistas e atacadistas.

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O Ifood, serviço de entrega de comida por delivery, contratou 75 novos funcionários entre março e abril. Desse total, 32 foram para a área de Tecnologia, o que representa 42% das admissões.

A empresa também conta com os entregadores, que são parceiros autônomos e independentes que podem se cadastrar no aplicativo do Ifood. Hoje, são 170 mil entregadores ativos por meio de operadores logísticos. Em fevereiro, eram 129 mil.

Além dos mais de 200 mil que atuam diretamente nos restaurantes (números divulgados pela empresa do mês de março).

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Recrutamento de candidatos ocorre de forma remota

Conforme pesquisa interna realizada pela ASSERTTEM, quase 100% das agências associadas afirmaram que estão cumprindo os protocolos de isolamento social. De forma a operar com suas equipes (ou parte delas) de forma remota, em regime home office.

Os processos de contratação de profissionais temporários também estão sendo feitos digitalmente por agências autorizadas pelo governo.

“A grande maioria das agências associadas estão recebendo os currículos e/ou as candidaturas via site oficial da própria agência e também por outros meios de captação online, como sites de vagas e redes sociais”, reforçou a presidente da associação, Michelle Karine.

Em relação às entrevistas, a maioria das associadas está realizando somente via online ou por telefone. 

“Em alguns casos específicos, também (são feitas) entrevistas presenciais, por meio das medidas cautelares, conforme determinam os órgãos reguladores, protegendo equipes e candidatos”, especificou Karine.

Também segundo a ASSERTTEM, mais de 53% das agências associadas que participaram da pesquisa informaram que estão com vagas temporárias e efetivas abertas. Enquanto 25% estão somente com vagas temporárias.

Quanto às novas demandas, mais de 65% das agências associadas estão com demandas de contratação de trabalhadores por tempo determinado em decorrência da pandemia.