Queda na renda e no consumo limita a retomada econômica

Com renda menor, trabalhadores perdem poder de consumo e retomada econômica enfrenta dificuldades.

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Publicado em:31/08/2020 às 11:35
Atualizado em:31/08/2020 às 11:35

Com a pandemia, muitas famílias tiveram quedas significativas na soma dos seus rendimentos. Um levantamento feito por Marcos Hecksher, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estima que, entre os meses de fevereiro e junho, houve uma queda de 15,4% na massa salarial.

Isso quer dizer que R$34 bilhões deixaram de circular durante esses quatro meses. E como isso afeta a economia? A lógica é simples: com menos dinheiro circulando, o poder de consumo cai e, consequentemente, as empresas vendem menos. 

Segundo Hecksher, os acordos de redução salarial e as demissões foram as causas principais desse recuo na renda. O rendimento médio do trabalhador brasileiro teve redução de 3,8% nesse período, além de um menor número de pessoas ocupadas (12,1%).

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O que compensou parte dessa perda nos rendimentos foi o auxílio emergencial. O benefício fez com que a renda total de diversas famílias não caísse tanto e, em alguns casos, até aumentasse. 

Porém, com o fim desse benefícios e de outras medidas da Economia, o pesquisador conta que a geração de empregos não vai conseguir abarcar todas essas pessoas. O presidente Jair Bolsonaro disse que pretende estender o auxílio emergencial até dezembro.

O valor ainda não foi confirmado, mas, segundo informações do G1, a equipe econômica do governo chegou aos R$300 a pedido de Bolsonaro. O anúncio da prorrogação e do novo valor que era esperado para última sexta-feira, 28, deverá acontecer nesta terça, 1º.

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Redução nos ganhos dos trabalhadores dificulta retomada econômica
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

No 2º trimestre, 11 estados tiveram aumento no desemprego 

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) Contínua, a taxa de desocupação nacional no segundo trimestre deste ano foi de 13,3%, tendo aumento de 1,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.

Os estados com maiores taxas de desemprego são Bahia (19,9%), Sergipe (19,8%) e Alagoas (17,8%). Enquanto os menores percentuais estão em Santa Catarina (6,9%), Pará (9,1%) e Rio Grande do Sul (9,4%).

Em comparação ao primeiro trimestre deste ano, a taxa de desocupação aumentou em 11 estados. O destaque foi Sergipe que teve aumento de 4,3 pontos percentuais, seguido de Mato Grosso do Sul (+3,7 p.p.) e Rondônia (+2,3 p.p.).

As únicas quedas foram do Pará (-1,6 p.p.) e no Amapá (-5,8 p.p.). Já os demais estados apresentaram estabilidade, ou seja, mantiveram a mesma taxa de pessoas desocupadas. 

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