Retorno ao trabalho presencial: quais protocolos seguir?

Infectologista listou alguns procedimentos que as empresas precisam adotar

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Publicado em:07/07/2020 às 10:15
Atualizado em:07/07/2020 às 10:15

Com algumas cidades brasileiras iniciando de forma gradual o retorno às atividades econômicas, como Rio de Janeiro e São Paulo já em fases avançadas, aumenta o número de empresas que querem retomar o trabalho presencial

Crescem também a preocupação dos trabalhadores, que terão que enfrentar aglomerações, como metrô e ônibus, para se locomoverem ao trabalho. Visando a segurança de todos, alguns protocolos sanitários devem ser seguidos pelas empresas a fim de evitar novos contágios de Covid-19.

Desta forma, o chamado "novo normal" no ambiente de trabalho prevê medidas que vão desde estações de trabalho com distanciamento social, escalonamento e rodízio de colaboradores a testagem obrigatória para casos suspeitos.

"Algumas companhias estão estudando a volta gradual de suas atividades. Para que esse retorno seja seguro, estamos sugerindo aos representantes dessas empresas que sigam um protocolo sanitário", explica Naiane Ribeiro Lomes, médica infectologista.

A infectologista, consultora contratada para prestar apoio à It'sSeg, corretora independente de seguros, conta que a rotina dos colaboradores não será mais a mesma enquanto a pandemia fizer parte do nosso dia a dia. 

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"Os gestores terão de fazer uma revisão aprofundada dos processos, e isto inclui a forma como os funcionários se relacionam e se comportam internamente. Atitudes que até pouco tempo eram consideradas inofensivas, como um abraço ou compartilhamento de materiais, não fazem parte dessa nova realidade", diz.

 

No novo normal esqueça os abraços e compartilhamento de materiais
(Foto: Pixabay)

 

Conheça quatro principais medidas de segurança

A infectologista Naiane Ribeiro enumerou algumas medidas fundamentais para que o retorno seja feito de maneira segura e responsável.

1. Testagem dos funcionários

Fazer o teste epidemiológico para todos os colaboradores não é a prática recomendada pela especialista. 

"Não sugerimos às empresas que façam a testagem com todos os funcionários. Recomendamos que ela teste apenas os suspeitos sintomáticos ou aqueles que tiveram contato com pessoas de casos confirmados. Fazer testagem em massa é ineficaz porque só gera altas despesas às empresas e seus resultados não são definitivos", explica.

2. Organização do espaço

As empresas terão de fazer diversas adaptações no ambiente corporativo para que o retorno da equipe seja feito com total segurança:

"As cadeiras deverão respeitar um espaço mínimo de distanciamento de um metro e meio. As estações de trabalho deverão ser higienizadas com mais frequência e separadas por protetores de segurança, caso seja necessário, principalmente nos casos em que o distanciamento seguro não consiga ser aplicado. Os colaboradores ficarão responsáveis pela higienização constante dos materiais de uso pessoal e profissional". 

Naiane ainda chama atenção para a realização das reuniões presenciais, que deverão ser proibidas para evitar aglomerações: "O ideal é manter as reuniões virtuais". 

Além disso, ela recomenda que "o colaborador leve sua refeição e a faça no próprio ambiente de trabalho. Essa prática evita circulação e contato com outras pessoas em restaurantes, por exemplo, aumentando a exposição e risco de contágio".

3. Quem pode voltar

Não é recomendada a volta ao trabalho de toda a equipe. O ideal é que esse retorno seja programado e feito de forma estruturada para que a empresa não seja prejudicada futuramente. 

Para a médica infectologista, o ideal é que só retornem, por enquanto, ao trabalho presencial funcionários que não têm filhos em idade escolar, não pertencentes ao grupo de risco ou que estejam seguros para uma nova rotina de trabalho.

"Estamos sugerindo às companhias que dividam suas equipes em grupos e que voltem à corporação em sistema de rodízio. Se voltam todos de um departamento e há um caso confirmado, todo mundo terá de ser afastado e essa área fica totalmente paralisada", relata Naiane. 

4. Cuidados para ida e retorno ao trabalho

Pensou em abandonar o uso frequente das máscaras e do álcool em gel? Esqueça! Este não é o momento. Estes são itens obrigatórios dessa nova realidade. 

Segundo Naiane, há ainda outros protocolos e medidas de segurança que deverão ser adotados no deslocamento do funcionário ao trabalho. 

"Se o colaborador utiliza o transporte público, a atenção deve ser redobrada. É recomendável distanciamento de um metro de outras pessoas, higienização regular das mãos e utilização da máscara, que deve ser trocada a cada três horas", finaliza a especialista da It'sSeg.