Soft skills: desenvolva inteligência emocional em 5 passos
A psicóloga Ingrid Cancela conta como desenvolver inteligência emocional para ter mais sucesso na vida profissional e pessoal em cinco passos.
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Publicado em:05/04/2021 às 09:00
Atualizado em:05/04/2021 às 09:00
Quem está buscando uma oportunidade no mercado de trabalho já deve ter ouvido falar nas soft skills. São aquelas habilidades comportamentais, competências mais subjetivas, que têm tido cada vez mais importância para os recrutadores.
Mas, afinal, o que é inteligência emocional? Ingrid Cancela, psicóloga da TopMed, empresa especializada em saúde, explica:
“Nada mais é do que a habilidade em conseguir perceber, interpretar e gerir emoções, ponto fundamental para todos atualmente.”
Parece simples e natural, mas a verdade é que muitas pessoas ainda não desenvolveram bem essa soft skill. E não dar atenção para esse aspecto pessoal é um erro.
Afinal, o mundo passa por transformações drásticas diariamente e conseguir administrar nossos sentimentos e ações diante de imprevistos e problemas é o passo zero para alcançar o sucesso, seja no âmbito pessoal, profissional.
“E, consequentemente, manter a saúde psicológica e física em dia”, salienta Cancela Para ajudar quem deseja aprimorar o desenvolvimento desta habilidade, a psicóloga separou cinco dicas práticas para desenvolver inteligência emocional. Confira a seguir!
Inteligência emocional está entre as soft skills mais buscadas por recrutadores
(Foto: Reprodução)
#1. Praticar o autoconhecimento
A psicóloga Ingrid Cancela explica que ao longo da vida as pessoas podem adquirir um “olhar de quem deveríamos ser e não de quem de fato somos”. Isso seria uma forma de evitar ter contato com as próprias emoções.
Mas a consequência é que o indivíduo pode acabar se cobrando excessivamente e, com isso, adoece. Por isso ela explica que é tão necessário trabalhar a aceitação como primeiro passo para a inteligência emocional.
“Aceitação de quem somos de fato e como nos sentimos em determinadas situações para que, dessa forma, possamos identificar como iremos lidar com tudo à nossa volta de uma forma que funcione para nós e para os outros, também.”
#2. Reconheça seus limites, acertos e falhas
Todos temos limites, falhas e acertos também. Essa é uma realidade que todos conhecem, mas internamente algumas pessoas podem ter dificuldade de aceitar essas características em si próprias.
Talvez esse tema pareça distante de discussões sobre trajetória profissional, mas principalmente neste tópico é possível observar como a inteligência emocional se conecta diretamente com o desempenho no trabalho e nas entrevistas de emprego.
Cancela explica que é fundamental identificar estes pontos (limites, falhas e acertos) e aprender respeitá-los. Para a psicóloga, dizer não para si mesmo e para os outros, em alguns momentos, contribui para a qualidade de vida.
“Também é importante identificar os acertos e as falhas que podem influenciar na forma como o indivíduo irá lidar com as situações futuras”, salienta. Afinal, esses são perfis comportamentais que os recrutadores avaliam.
"Quando desenvolvemos uma comunicação com nós mesmos onde identificamos como estamos nos sentimos, respeitamos os nossos próprios limites, focamos em quem de fato somos”, explica Cancela.
Além disso, ela destaca que é preciso desenvolver essa mesma comunicação clara com os outros, não só trazendo como de fato nos sentimos em relação ao que foi dito ou feito, mas também em como estabelecer os limites.
“Dessa forma, podemos nos permitir gerar relacionamentos mais saudáveis", aponta.
#4. Pratique a empatia
Se colocar no lugar do outro contribui não só para não levar tudo para o lado pessoal, mas também deixar de manter o foco apenas em si mesmo o tempo todo. Isso contribui com o desenvolvimento do comportamento de coletividade.
E quem já participa de processos de recrutamento sabe que essa habilidade muitas vezes é até questionada aos candidatos: “você lida bem com as pessoas?”, “sabe trabalhar em equipe?", “consegue entender e contribuir com os outros ao seu redor?”
“Esse movimento de trabalhar a empatia faz com que o indivíduo identifique e ajude ao próximo, gerando atitudes mais tolerantes e compreensivas. Além de trabalhar a paciência e a generosidade em si e com os outros.”
#5. Trabalhe o controle das emoções
Para desenvolver inteligência emocional é preciso ter o controle das emoções. Mas como ter esse controle?
“É necessário, primeiramente, entender que os pensamentos não são fatos, mas sim ideias", esclarece Cancela. Por isso, é legítimo questioná-los e avaliar se tais pensamentos são reais ou não e qual a probabilidade de eles acontecerem.
Isso ajudará a pessoa em busca de um emprego, por exemplo, a ter uma visão mais realista de si, dos outros e do futuro.
"Acredito que tudo começa na forma como lidamos com os nossos pensamentos, pois eles irão influenciar em nossas emoções e comportamentos. Compreender o que de fato temos controle e não investir naquilo que não nos cabe controlar.”
Ela ainda acrescenta que não se deve supervalorizar situações negativas, mas buscar aprender a lidar com elas. Parece clichê, mas é extremamente importante.
“Pois situações negativas fazem parte do desenvolvimento humano. Manter o foco no presente é o desafio", conclui Ingrid Cancela, psicóloga na TopMed.