Taxa de desemprego sobe 27,6% em quatro meses, aponta IBGE

De maio a agosto, o número de pessoas desempregadas no país teve um aumento de quase 3 milhões.

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Publicado em:23/09/2020 às 12:00
Atualizado em:23/09/2020 às 12:00

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 23, o Brasil encerrou o mês de agosto com cerca de 12,9 milhões de desempregados.

Em comparação com o número registrado em maio, houve um aumento de 2,9 milhões de pessoas no grupo de desempregados, o que corresponde a uma alta de 27,6% nesses quatro meses. 

Já a população ocupada está estimada em 82,1 milhões de pessoas. Em relação ao mês de maio - quando o contingente somava cerca de 84,4 milhões -, a redução foi de 2,7%.

Com isso, taxa de desocupação do país ficou em 13,3%. Analisando por região, o Nordeste lidera com 15,7%, seguido do Norte (14,2%) e Sudeste (14,0%). Já o Centro-Oeste e o Sul ficaram com taxas menores do que a média nacional: 12,2% e 10%, respectivamente.

 📌 De julho para agosto, a região Sul foi a única que registrou queda no desemprego.

Os dados do IBGE também mostram que a taxa de desocupação foi maior entre as mulheres, com 16,2%, enquanto entre os homens esse percentual foi de 11,7%. Já por recorte racial, a taxa foi maior para pretos e pardos (15,4%) do que para brancos (11,5%).

Analisando por grupos de idade, os mais jovens tiveram taxas maiores: entre aqueles de 14 a 29 anos o percentual foi de 23,3%. E por nível de escolaridade, os que possuem nível superior ou pós-graduação tiveram taxas menores (6,8%).

 

De maio a agosto, taxa de desemprego cresce 27,6%
(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

 

Após dois meses em queda, informalidade volta a crescer

Ainda segundo o IBGE, o Brasil encerrou o mês de agosto com 27,9 milhões de trabalhadores informais. Houve queda de 5% se comparado a maio, quando esse contingente era de 29,3 milhões.

Porém, em relação ao mês de julho - com 27,4 milhões de informais -, houve aumento de 2% nessa taxa. Esse foi o primeiro crescimento no período, uma vez que de junho para julho foi registrada a queda de 6%.

"Em todas as crises que a gente atravessou até agora, o mercado formal teve sempre uma baixa muito grande, que também é observada entre os trabalhadores informais. Com a recuperação do mercado, é esperado que a primeira reação se dê pela informalidade, com os trabalhadores informais retomando as suas atividades", apontou o diretor-adjunto de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.

Flexibilização do isolamento faz com que brasileiros voltem a procurar emprego

No final de agosto, segundo o levantamento do IBGE, 27,2 milhões de brasileiros disseram que gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho ao longo do mês. Desse total, 17,5 milhões (64,4%) alegaram que os motivos para deixar de buscar uma colocação foram a pandemia e/ou a falta de trabalho onde moram.

Em maio, o percentual de pessoas que não buscavam emprego por conta das medidas de isolamento social ocasionadas pela pandemia era de 70,2%. Portanto, isso mostra que a flexibilização do isolamento acaba pressionando que os brasileiros a voltem para o mercado de trabalho.

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