Desemprego fica em 14,1% em novembro e atinge 14 milhões de pessoas

Taxa de desemprego no trimestre encerrado em novembro teve recuo de 0,2 ponto percentual frente ao trimestre encerrado em outubro.

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Publicado em:28/01/2021 às 12:32
Atualizado em:28/01/2021 às 12:32

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,1% no trimestre encerrado em novembro, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad) divulgados nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse é o segundo recuo seguido — em outubro, foi registrada uma taxa de 14,3%, enquanto, em setembro, era de 14,6%. No entanto, apesar da queda, o desemprego atinge 14 milhões de brasileiros. 

O número de desempregados em novembro foi 100 mil a menos do que o registrado em outubro. Já em comparação com o mesmo período de 2019, esse grupo aumentou em cerca de 2,2 milhões de pessoas.

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Visto a baixa variação no número de desempregados, o que explica essa queda na taxa de desemprego é o aumento no número de pessoas ocupadas. Entre os meses de agosto a novembro, 3,9 milhões de brasileiros conseguiram um emprego — um aumento de 4,8% nesse período.

Para Adriana Beringuy, analista da pesquisa, o aumento da ocupação é explicado pela flexibilização das medidas restritivas que foram adotadas para combate da pandemia. Além disso, ela também pontua as contratações sazonais do comércio.

“O crescimento da população ocupada é o maior de toda a série histórica. Isso mostra um avanço da ocupação após vários meses em que essa população esteve em queda. Essa expansão está ligada à volta das pessoas ao mercado que estavam fora por causa do isolamento social e ao aumento do processo de contratação do próprio período do ano, quando há uma tendência natural de crescimento da ocupação”, explica.

 

Taxa de desemprego
Em trimestre encerrado em novembro, Brasil registra 14 milhões de desempregados
(Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT)

Nove de dez ramos de atividades registraram aumento na ocupação

Dos dez ramos de atividade profissional investigadas pelo IBGE, nove registraram aumento no número de pessoas ocupadas. O crescimento mais intenso foi registrado pelo comércio.

“O comércio nesse trimestre, assim como no mesmo período do ano anterior, foi o setor que mais absorveu as pessoas na ocupação, causando reflexos positivos para o trabalho com carteira no setor privado que, após vários meses de queda, mostra uma reação”, ressalta Adriana.

Entre os 3,9 milhões de trabalhadores que conseguiram emprego entre agosto e novembro, 854 mil ingressaram no comércio — o que representa 22%. No entanto, analista da pesquisa enfatizou que outras oito atividades também registraram aumento. Apenas o setor de outros serviços não apresentou crescimento significativo.

Maior parte dos empregos é informal

Quem puxou a alta na ocupação foi o mercado informal. Dos 3,9 milhões de trabalhadores que conseguiram se ocupar durante esse período, 2,4 milhões são informais, o que corresponde a 62,5% desse contingente.

“Os trabalhadores informais foram os mais afetados no começo da pandemia e também foram os que mais cedo retornaram a esse mercado", afirma a analista da pesquisa.

Com isso, a taxa de informalidade chegou a 39,1% da população ocupada — o que representa 33,5 milhões de trabalhadores informais no país. No trimestre encerrado em agosto, essa a taxa era de 38%.

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