Tira-dúvidas OAB: professores respondem 8 perguntas frequentes

Os professores Fabrizio Rubinstein e Patsy Schlesinger tiraram dúvidas frequentes sobre o Exame da Ordem e deram dicas de preparação.

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Publicado em:06/08/2020 às 13:55
Atualizado em:06/08/2020 às 13:55

Muitas dúvidas surgem quando o assunto é a OAB, mas precisamente o processo do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Por isso, nesta quarta-feira, 5 a FOLHA DIRIGIDA reuniu, em uma live no Instagram, o coordenador pedagógico da Folha Dirigida , Fabrízio Rubinstein e a professora da FGV Direito-RJ, Patsy Schlesinger.

Por cerca de uma hora, eles tiraram algumas dúvidas sobre o Exame da Ordem e deram dicas aos candidatos. Confira as questões respondidas pelos professores:

Quando começar a estudar para o exame? 

Segundo Patsy, "as faculdades de Direito, que, em tese, deveriam preparar o candidato para a prova da OAB, de maneira geral, pecam nessa formação". A professora conta que, para compensar esse déficit, os alunos precisam investir em uma boa preparação.

Como os bacharéis podem realizar o exame a partir do nono período, a sugestão da professora é que os alunos de sétimo e/ou oitavo período já comecem a se preparar. 

Veja também: 3 mitos e uma verdade sobre o Exame da OAB

 

Exame da OAB
Aprovação no Exame da Ordem é necessária para exercer advocacia
(Foto: Freepik)


Tenho que estudar todas as matérias?

Uma boa preparação exige organização e planejamento. Segundo Fabrízio Rubinstein, não dá para estudar todas as 17 matérias da primeira fase. A dica, nesse caso, é observar quais são as matérias com maior peso, que são:

  • Direito Administrativo
  • Direito Civil
  • Direito Constitucional
  • Direito Penal
  • Ética
  • Processo Civil
  • Processo Penal
     

Em número de questões, essas sete matérias representam 58,75% da prova. O professor explica que não é para ignorar complemente as outras disciplinas, mas apenas focar nas que vão trazer maior resultado. 

Saiba mais: Como fazer um planejamento de estudos para OAB?

É preciso estudar quantas horas por dia?

Segundo Patsy, estudo é regularidade. Ela explica que para se preparar para fazer o Exame da Ordem não é necessário estudar 12 horas por dia, mas sim manter a constância e um bom planejamento.

A professora aconselha um tempo médio de preparação de seis meses, estudando de 3 a 4 horas por dia. Esse tempo de estudo não precisa ser seguido, pode ser uma parte de manhã e outra a noite, de acordo com a disponibilidade de tempo da pessoa. 

Como estudar para a 1ª fase?

O professor Fabrízio comenta que a primeira fase atua como uma espécie de peneira e é onde a maioria reprova. Além disso, ele comenta que a nota que os candidatos tiram é zerada na segunda fase, portanto. não importa quem passa com 40 ou 79 acertos.

Além disso, a professora Patsy chama atenção para o tipo de prova que é de múltipla escolha. Isso quer dizer que não há necessidade de estudar jurisprudências e doutrinas, pois isso não vai cair na prova.

Para a primeira fase, o conselho dela é que o aluno se matricule em um cursinho preparatório, pegue o material, leia os resumos, procure provas antigas da FGV (organizadora do exame) e faça exercícios. 

O que é necessário para ser aprovado?

Patsy conta que existem três fatores que podem influenciar na aprovação:

1. Conhecimento técnico

Apesar da nota de uma prova não definir tudo o que uma pessoa sabe, é preciso ter conhecimento. Isso quer dizer que não dá para ir fazer o exame sem estudar. A professora explica que a aprovação não vai vir como um "milagre".

2. Sorte de cair os assuntos que domina

"O direito é uma coisa que não tem fim", pontua Patsy. Além disso, as pessoas tèm mais afinidade com alguns assuntos do que com outros e, portanto, um fator que pode interferir no resultado é a 'sorte' de quais conteúdos serão cobrados na prova. Para contornar essa situação, é importante ter uma boa preparação.

3. Estar bem no dia da prova

O candidato pode ter estudado e se preparado bem, mas um dia antes da prova brigou com a mãe. Isso pode abalar o emocional da pessoa durante a prova e acabar custando a aprovação. 

É preciso estudar na véspera da prova?

O exame acontece na parte da tarde, então é comum que os candidatos usem o dia anterior para ler um pouco ou rever alguns conteúdos. No entanto, Fabrízio explica que, se isso for te deixar nervoso, é melhor não estudar e aproveitar a véspera para relaxar.

O professor também afirma que é importante se preocupar com o sono e a alimentação para estar bem na manhã da prova. Ele conta que, por conta do nervosismo, alguns candidatos vão para o exame sem almoçar e isso não é legal. Além disso, é fundamental se manter hidratado durante a prova.

Por fim, o deslocamento até a prova precisa ser levado em consideração. Onde será o exame? Como chegar? Que horas sair de casa? Essas e outras questões precisam ser planejadas. "Se preparem para o dia", aconselha Fabrízio. 

Como escolher a área da 2ª fase?

Os professores explicam que a segunda fase é, em tese, menos complicada devido a possibilidade de escolha da área e o número menor de questões. No entanto, alguns mitos podem acabar atrapalhando o candidato.

Não se pode subestimar a avaliação, pois o candidato pode acabar estudando na crença de que vai ser tranquilo e acabar se dando mal. A decisão de área também é algo importante e precisa ser pensada de forma racional.

Patsy aconselha que a escolha não leve em consideração o que os outros dizem ser "mais fácil ou mais difícil", mas sim a afinidade com o conteúdo. Se o candidato tem experiência ou familiaridade com uma área, não há sentido escolher outra.

Leia mais: Como escolher a área para a segunda fase da OAB?

Fui reprovado! E agora?

Caso o candidato seja reprovado, o conselho que os professores dão: é não ficar um tempo sem estudar. Na frustração por não ter conseguido, a pessoa pode acabar querendo dar um tempo nos estudos, mas, segundo eles, isso é um erro.

Eles explicam que estudar é como se exercitar e, se parar, perde a prática e o rendimento cai. Se a reprovação for na segunda fase, ainda há a possibilidade de recorrer à repescagem, ou seja, fazer apenas a segunda prova. Nesse caso, a dica é não trocar a área escolhida.

+ Como funciona a repescagem da OAB? Entenda!

Por fim, Patsy brinca que se a pessoa quer motivação para ser aprovada, é só procurar o valor dos honorários dos advogados e ver quanto ela está perdendo por não poder exercer a profissional. O segredo é um só: "estudar, estudar e estudar até passar", finaliza.

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