3 milhões de pessoas perderam emprego durante a pandemia
E cerca de 5,8 ficaram afastadas só na quarta semana de julho
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Publicado em:14/08/2020 às 08:34
Atualizado em:14/08/2020 às 08:34
Durante a pandemia do novo Coronavírus muitas pessoas perderam o emprego e um número ainda maior representa aqueles que tiveram que se afastar do trabalho. É o que mostra pesquisa do IBGE divulgada nesta sexta-feira, 14.
De acordo com os dados, cerca de 3 milhões ficaram sem trabalho só nos últimos quatro meses de pandemia. São aqueles que perderam o emprego neste período, sem contar os que já estavam desempregados.
Na primeira semana de maio, quando a pesquisa teve início, eram 9,8 milhões de desempregados. Já na quarta semana de julho, o número subiu para 12,9 milhões de pessoas.
Ou seja, aproximadamente 3 milhões a mais de pessoas sem trabalho, como explica a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.
“Comparando com o início da pesquisa, o saldo da nossa investigação é que a população ocupada está menor, em 2,9 milhões de pessoas. A população desocupada está maior, pouco mais de 3 milhões de pessoas. E a taxa de desocupação também está maior em 3,2 pontos percentuais. Isso num contexto em que a população informal vem caindo também.”
Mas vale destacar também que todos os indicadores sobre o mercado de trabalho ficaram estatisticamente estáveis na quarta semana de julho, se comparados com a semana anterior. Como o número de pessoas afastadas, como visto a seguir nesta matéria.
Os dados são todos da edição semanal da PNAD COVID19, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira.
A PNAD COVID19 é uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada com apoio do Ministério da Saúde, para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal.
Quase 6 milhões se afastaram do trabalho por causa do distanciamento
Ainda de acordo com o IBGE, aproximadamente 5,8 milhões de pessoas se afastaram do trabalho por causa das medidas de distanciamento social, só na quarta semana de julho (19 a 25). Isso equivale a aproximadamente 7,1% da população ocupada do país.
O número ainda é grande, mas se comparado com a semana anterior, quando eram 6,2 milhões (ou 7,5% da população ocupada) de afastados, manteve certa estabilidade.
Já em relação ao início de maio, quando ainda não havia sido iniciada a flexibilização do distanciamento social, houve uma queda bastante significativa.
Nesse período o Brasil tinha mais de 16,6 milhões de pessoas afastadas do trabalho, ou seja, 19,8% da população ocupada. No gráfico abaixo, disponibilizado pelo IBGE, é possível perceber como o percentual de afastamentos vem diminuindo a cada semana.
A pesquisa também mostra que, dos 13,3 milhões de pessoas que se queixaram de algum dos sintomas de síndrome gripal, 3,3 milhões buscaram atendimento médico na quarta semana de julho.
Desse total, 159 mil (14,5%) ficaram internadas em algum hospital. No início de maio, quando a pesquisa começou, 26,8 milhões relataram algum sintoma.