Auxílio emergencial é a única renda de 36% dos beneficiários, diz Datafolha
Entre as famílias brasileiras que recebem o auxílio emergencial, 36% têm o benefício como única renda, diz Datafolha
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Publicado em:21/12/2020 às 14:25
Atualizado em:21/12/2020 às 14:25
Para 36% das famílias brasileiras que receberam pelo menos uma parcela do auxílio emergencial durante o ano, o benefício é a única fonte de renda, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha e publicada pelo jornal Folha de São Paulo.
Apesar de ainda ser alto o número de pessoas que dependem dessa política, nos últimos meses, com a redução do benefício, esse quantitativo foi reduzido. Em agosto, 44% dos beneficiários tinham o auxílio como única renda.
A redução do benefício - que passou de R$600 para R$300 - e a volta de parte das atividades econômicas levaram as pessoas a buscar outras fontes de renda. De acordo com a pesquisa, o valor menor do auxílio levou com que as famílias adotassem ações para cortar gastos.
Com a queda na renda, 75% dos beneficiários reduziram a compra de alimentos, 65% cortaram despesas com remédios, 57% diminuíram o consumo de água, luz e gás, 55% deixaram de pagar as contas da casa, 52% encurtaram os gastos com transporte e 27% pararam de pagar escola ou faculdade.
Ainda segundo o Datafolha, em agosto, o percentual de pessoas que perderam renda por causa da pandemia era de 46%. Já em dezembro, esse número caiu para 42%.
Auxílio emergencial é a única renda de 36% dos beneficiários, diz Datafolha
(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Pandemia reduz renda de brasileiros
39% dos entrevistados pelo Datafolha pediram o auxílio e, desse total, 81% tiveram os pedidos atendidos. De acordo com informações do governo federal, o benefício chegou a quase 70 milhões de pessoas.
Segundo a pesquisa, entre os brasileiros que receberam alguma parcela do auxílio emergencial, 51% disseram que ter redução de renda com a pandemia. Em agosto, esse percentual era de 60%.
Mesmo ainda atingindo mais da metade dos beneficiários, a redução desse percentual reflete a retomada das atividades econômicas nos últimos meses, principalmente nos setores de comércio e indústria.
Incluindo também aqueles que não receberam o auxílio, o percentual de pessoas que disseram que a renda diminuiu com a pandemia passou de 46% em agosto para 42% em dezembro.
O Datafolha ouviu, por telefone, 2.016 pessoas entre os dia 8 e 10 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.