Bolsonaro desiste de Renda Brasil e quer aumentar Bolsa Família
Com o fim do auxílio emergencial, Bolsonaro desistiu de Renda Brasil e disse que falou com Economia sobre aumento no valor do Bolsa Família.
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Publicado em:16/12/2020 às 10:12
Atualizado em:16/12/2020 às 10:12
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, 15, que não haverá prorrogação do auxilio emergencial, além disso, ele também garantiu que não será criado um novo programa de distribuição de renda.
Bolsonaro sinalizou que a ideia é seguir com o Bolsa Família e disse que quer "aumentar um pouquinho" o valor do benefício. Ele aproveitou para dizer que o auxílio pago durante a pandemia tem caráter emergencial.
O argumento utilizado pelo presidente para a não prorrogação do auxílio emergencial é a capacidade de endividamento do Brasil. Segundo ele, o país tem que manter as contas em ordem para evitar aumento da inflação, "o imposto mais danoso que existe para todo mundo".
"Auxílio é emergencial, o próprio nome diz: é emergencial, Não podemos ficar sinalizando em prorrogar e prorrogar e prorrogar", disse o presidente, reforçando que o benefício "acaba agora em dezembro".
O governo pretendia lançar o Renda Brasil, que seria o programa substituto do Bolsa Família, mas houve desistência. "Quem falar em Renda Brasil, eu vou dar cartão vermelho, não tem mais conversa", disse Bolsonaro durante entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV Band.
Com o foco no Bolsa Família, Bolsonaro afirmou que tem conversado com a equipe econômica para tentar melhorar o valor do benefício. "Vamos tentar aumentar um pouquinho isso aí", disse se dirigindo à Economia.
Bolsonaro desiste de Renda Brasil e quer aumentar Bolsa Família
(Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
Senador propõe prorrogar auxílio até março de 2021
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou na última segunda-feira, 14, um projeto de lei que visa prorrogar o auxílio emergencial, bem como o estado de calamidade pública, até 31 de março de 2021.
De acordo com o texto, o governo continuaria pagando parcelas de R$300 aos mesmos atuais beneficiários do programa. Para Vieira, a extensão é justificável pelo fato de que o país ainda estará instável no primeiro trimestre do ano que vem.
"O fato é que, por conta da inércia do governo federal, simplesmente não teremos um programa nacional de vacinação em execução antes de março. É preciso fazer essa ponte para manter o mínimo de estabilidade social até lá", disse.
Entretanto, o PL precisa passar nas duas Casas, Câmara dos Deputados e Senado, e ser aprovado pela maioria dos parlamentares, que estão prestes a entrar em recesso parlamentar, o que dificultaria uma discussão da proposta ainda neste ano.
O senador vem conversando com os colegas do Senado sobre a iniciativa, mas o tema segue sem previsão para entrar na pauta do Congresso.