Em nota enviada à Folha de São Paulo, o MRE afirmou que a medida foi bem sucedida e será aplicada no concurso Diplomata de 2025 e nos próximos editais, sendo objeto de constante avaliação.
A medida atende ao Programa Federal de Ações Afirmativas e busca corrigir uma distorção histórica, em que as mulheres representaram apenas 26% dos aprovados para diplomacia entre 2003 e 2023.
O edital do concurso de 2024 para diplomatas inovou ao prever uma convocação adicional de até 75 candidatas para a segunda fase do concurso.

Metade das mulheres aprovadas no concurso foram via ação afirmativa
(Foto: Embaixada dos EUA e GOV.BR)
De acordo com o MRE, a ideia foi manter candidatas que poderiam ter sido eliminadas já na primeira fase.
As mulheres representaram 45% dos inscritos no concurso Diplomata de 2024 e 32% do total de aprovados para a carreira, um ponto acima do concurso de 2023.
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CNU se inspira no concurso Diplomata para ação afirmativa
Inspirado no exemplo do Ministério das Relações Exteriores, a segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) prevê a equiparação do percentual de mulheres e homens na segunda etapa, em casos que haja desproporção em detrimento delas.
Na prática, caso o número de mulheres classificadas seja inferior a 50%, serão convocadas candidatas adicionais até que esse percentual seja alcançado.
A medida será adotada de forma proporcional em todos os cargos, especialidades e cotas previstas no edital. A ação, porém, não se trata de uma reserva de vagas para mulheres.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), que organiza o CNU, explicou que é uma oportunidade de mais mulheres fazerem a prova discursiva, sem desclassificar nenhum homem.
“A gente percebeu que, no CNU e em outros concursos, o percentual de mulheres aprovadas foi menor do que o de mulheres inscritas. Por isso, no CNU 2, vamos aplicar uma lógica para garantir a equiparação do percentual de mulheres que passam da prova objetiva para a discursiva, sem se tratar de reserva de vagas. Nenhum homem classificado deixa de entrar, todos os homens que passarem vão continuar, a diferença é que vamos chamar mais mulheres para ter exatamente o mesmo número de homens e mulheres fazendo a prova discursiva em cada cargo e em cada modalidade”, explicou a ministra da Gestão, Esther Dweck.
Na primeira edição do CNU, em 2024, as mulheres foram a maioria dos inscritos e presentes no dia das provas. O concurso, no entanto, teve apenas 37% de aprovadas.
A ministra ainda apontou fatores que dificultam a preparação das mulheres e que devem ser considerados:
“A média de idade dos aprovados no CNU1 foi entre 35 e 45 anos. Em geral, já estão no mercado de trabalho, têm filhos, e a exigência de dedicação aos estudos cria uma desigualdade com os homens”, disse.
Concurso Diplomata 2025 oferta 50 vagas para homens e mulheres
Publicado em maio deste ano, o edital do concurso Diplomata 2025 oferta 50 vagas para a carreira diplomática.
O requisito da carreira é a graduação completa em qualquer área, desde que por instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). A remuneração inicial é de R$22.558,56.
As provas objetivas estão marcadas para o próximo domingo, 20 de julho. Os locais de aplicação já estão disponíveis para consulta pelo site do Cebraspe, organizador do concurso.
De acordo com o edital, haverá a convocação adicional de até 75 candidatas do gênero feminino para a segunda fase, sendo 35 para a ampla concorrência, 35 para a cota de negros e cinco para a cota de pessoas com deficiência, observados os critérios e nota mínima para aprovação na primeira fase.
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