Concurso Fundação Saúde-RJ deve convocar a partir de março

Em entrevista exclusiva à FOLHA DIRIGIDA, diretor executivo da Fundação Saúde-RJ diz que intenção é contratar aprovados já no mês de março.

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Publicado em:21/01/2020 às 13:20
Atualizado em:21/01/2020 às 13:20

As remunerações para os cargos de assistente social, biólogo, enfermeiro, farmacêutico, fonoaudiólogo, nutricionista, odontólogo e psicólogo será de R$2.546,80. Já para Engenheiro de segurança do trabalho e físico nuclear, os valores ficam em R$4.357,50.

Além disso, médicos receberão R$6.442,08 e os técnicos de enfermagem, farmácia, laboratório e em saúde bucal têm salário de R$1.283,59.

Confira a entrevista completa com o diretor executivo da Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Calçada, sobre o atual momento do setor da Saúde, movimentações para uma nova seleção desta vez para efetivos e a possibilidade de chamada de aprovados, além das vagas ofertadas na seleção atual.
 

Concurso PGE RJ 2020 está confirmado (Foto: Divulgação)
Concurso Fundação Saúde-RJ tem oferta de mais de quatro mil vagas
(Foto: Divulgação)


FOLHA DIRIGIDA - APÓS O ESTADO PASSAR POR UMA DAS MAIORES CRISES FINANCEIRAS DE SUA HISTÓRIA, QUAL FOI O QUADRO QUE O SENHOR ENCONTROU NOS HOSPITAIS ADMINISTRADOS PELA FUNDAÇÃO SAÚDE?


Carlos Calçada - O que nós encontramos foram unidades hospitalares que, de uma maneira geral, retratavam a situação do desarranjo administrativo-financeiro que o estado se encontrava. Isso, logicamente, repercutia de forma importante nessas unidades.

Há um ano estamos à frente, aqui, da Fundação Saúde, justamente um ano do novo governo do estado, do governador Wilson Witzel, e do secretário Edmar Santos, à frente da Secretaria Municipal de Saúde.

O que eu tenho visto é que ao longo desse ano muitas coisas têm sido feitas e eu não tenho dúvidas de que, com muito esforço e trabalho, algum resultado já vem sido colhido.

E as unidades das quais a Fundação Saúde é responsável começam de uma maneira, digamos discreta, a mostrar um resultado favorável em termos de melhorias, de abastecimento, de limpeza das unidades, de climatização.

Ressalto que ainda não estamos no ideal, mas a gente já está vislumbrando um bom começo e um bom encaminhamento para administrar essas unidades.

Cabe destacar, também, que a Fundação Saúde tem tido todas as suas necessidades atendidas pela secretaria e pelo governador, no sentido de que tudo que nós nos propusemos a realizar, do ponto de vista de material e medicamento, não nos tem faltado apoio, nem administrativo e nem financeiro.

Tanto que nós fechamos o ano com todas as nossas contas pagas. Portanto, eu acredito que a fundação, com todo o apoio do nosso secretário, está fazendo um bom trabalho.


FRENTE À CRISE QUE A ÁREA DA SAÚDE TEM PASSADO, QUAIS MEDIDAS TÊM SIDO TOMADAS NA SUA GESTÃO PARA CONTORNAR ESSES PROBLEMAS?


Carlos Calçada - O que nós estamos fazendo aqui é procurando trabalhar da melhor maneira possível. E o que é essa melhor maneira possível? É atuar da maneira mais organizada, bem planejada, dentro de todos os critérios previamente estabelecidos pelas leis que nos regem. A gestão é fundamental.

Nós estamos tentando identificar os pontos que circundam as necessidades finais das quais a gente se propõe a fazer, mapear todos esses elementos com os quais a gente tem que trabalhar.

Formatar bons processos administrativos licitatórios, dos quais nós somos fiscalizados por órgãos externos, como o Tribunal de Contas do Estado, a Controladoria Geral do Estado, tudo isso.

Portanto, é isso que estamos fazendo, trabalhando de forma para que não tenhamos o risco, principalmente, de ter nossas unidades desabastecidas e gastando mal o dinheiro do estado. Nosso maior esforço é para que compremos o que tenhamos que comprar de uma maneira correta, organizada e sempre por um bom valor.


A FUNDAÇÃO SAÚDE NÃO ABRE CONCURSO DESDE 2014. A FALTA DE PESSOAL É UM DOS MAIORES PROBLEMAS QUE A REDE ENFRENTA?

Carlos Calçada - A Fundação Saúde, ao longo desse período difícil que o estado vinha atravessando, e ainda está, mas começa a dar ares de conseguir respirar melhor, veio enfrentando um problema sério, tanto do ponto de vista de recursos humanos quanto de gestão em todos os seus processos de aquisição de material, de medicamentos.

Enfim, vários são os fatores que influenciam. A própria dificuldade financeira do estado provocou uma avalanche em todas as instâncias administrativas, o que também nos atingiu, causando dificuldades, inclusive, para poder administrar melhor as suas unidades.

Nós tivemos uma evasão de profissionais importantes ao longo desses anos, mas agora, abrindo esse concurso, mesmo que com vagas temporárias, tentaremos minimizar os efeitos negativos dessa perda de profissionais.


QUAL O ATUAL DÉFICIT DE PESSOAL? É EXATAMENTE O NÚMERO DE VAGAS DESSE CONCURSO PARA TEMPORÁRIOS?


Carlos Calçada - Nós temos um déficit alto, que não é o que nós conseguiremos preencher de imediato. Essa medida que tomamos é a possível no momento, para que tenhamos uma situação um pouco mais confortável para melhor atendermos o nosso cliente, sem sobrecarregar os profissionais.

Contudo, é uma primeira medida. Eu acredito, realmente, que nós conseguiremos passar por uma outra etapa em termos de contratação de pessoal.


POR QUE A FUNDAÇÃO ABRIU UM CONCURSO PARA CONTRATAR TEMPORÁRIOS E NÃO EFETIVOS?


Carlos Calçada - O concurso para efetivos já foi elaborado e está sendo analisado pela própria Secretaria de Saúde, passando, posteriormente, pelas Secretarias da
Casa Civil e da Fazenda. Cabe ressaltar que o estado ainda está dentro do Regime de Recuperação Fiscal e, portanto, existem determinadas limitações que nós temos que obedecer, atreladas a este acordo firmado com a União.

O ideal seria que, dando um exemplo, nós conseguíssemos abrir um concurso para 2 mil, 3 mil profissionais, para que estes fossem lotados nas unidades e tudo o mais. Porém, nós não podemos, ainda, fazer esse tipo de seleção. Existem algumas regras fiscais, algumas demandas que a Secretaria de Fazenda e o Conselho Federal de Recuperação Fiscal nos questionam e solicitam estudos de impactos financeiros quanto a este tipo de contratação.

A princípio nós só poderemos realizar concurso para atender vacâncias que ficaram ociosas de setembro de 2017 até este ano. Isso é o que, neste momento, nos está sendo permitido realizar.


SÃO OFERECIDAS 4.081 VAGAS, SENDO 618 IMEDIATAS E 3.463 EM CADASTRO. OS PLANOS DO SENHOR É UTILIZAR BASTANTE ESSE CADASTRO?


Carlos Calçada - A princípio o que eu utilizei agora são as imediatas. O cadastro de reserva eu só poderei utilizar na medida em que eu puder e se eu for liberado pelo governo do estado. Posteriormente, havendo vacâncias de outros profissionais, que por ventura tenham que sair, eu já tenho esse cadastro de reserva e chamarei esses excedentes.


QUANDO O SENHOR PRETENDE DAR POSSE AOS APROVADOS NO CONCURSO?


Carlos Calçada - De imediato. A partir do dia 9 ou 10 de março, é a nossa previsão.


COMO FUNCIONARÁ A LOTAÇÃO DOS APROVADOS? OS PRIMEIROS COLOCADOS VÃO PODER ESCOLHER A UNIDADE DE SAÚDE EM QUE QUEREM TRABALHAR OU QUEM VAI DEFINIR OS LOCAIS É A FUNDAÇÃO SAÚDE?


A fundação definirá onde estes aprovados serão lotados. No entanto, haverá um critério de colocação de quem foi aprovado. Por exemplo, um anestesista habilitado na primeira posição, terá o direito de escolher em qual unidade ele quer trabalhar.


SE A FUNDAÇÃO SAÚDE É UMA INSTITUIÇÃO ESTADUAL, POR QUE OS HOSPITAIS FEDERAIS FORAM INCLUÍDOS NESSA SELEÇÃO? POR QUE O GOVERNO FEDERAL NÃO ABRIU UMA SELEÇÃO ESPECÍFICA PARA ESSES HOSPITAIS?


Carlos Calçada - Estes hospitais foram incluídos porque existem termos de cooperação entre as esferas federal e estadual. Então, nós temos alguns profissionais alocados nestas unidades federais.

A princípio vislumbra-se, também, esses hospitais como possíveis beneficiários desse concurso, contudo as unidades de gestão plena da fundação é que serão as primeiras contempladas por essa seleção.


QUEM VAI PAGAR OS SALÁRIOS DOS QUE FOREM LOTADOS NOS HOSPITAIS FEDERAIS?


Carlos Calçada - Por enquanto, o estado é quem paga os salários dos profissionais que se encontram na área federal, porque existe uma contrapartida prevista nesses termos de cooperação. Os trabalhadores estão lá a partir do momento em que a área federal atende algumas necessidades da Secretaria Estadual de Saúde. Esse foi o acordo firmado.


QUAL O PERFIL DE FUNCIONÁRIO QUE A FUNDAÇÃO SAÚDE PROCURA?


Carlos Calçada - Nós pretendemos conseguir elencar os melhores. Os mais dedicados. Já que eles estão se propondo a se tornar servidores públicos. Que eles sejam lotados em suas respectivas unidades e atendam adequadamente o seu cliente. E, sobretudo, que cumpram aquilo a que eles se propõem a fazer.


QUAL MENSAGEM O SENHOR PODE DEIXAR PARA OS CANDIDATOS QUE PRESTARÃO ESSE CONCURSO PARA TEMPORÁRIOS?


Carlos Calçada - Venham trabalhar conosco. Eu não tenho dúvidas de que vocês entrarão em unidades as quais nós estamos procurando administrar de uma maneira extremamente saudável, positiva, tanto no ponto de vista administrativo, quanto do logístico, para que o profissional que lá esteja trabalhe com capacidade de produzir e de ter um bom resultado perante o seu paciente. E que o paciente, principalmente, tenha sua necessidade atendida.


Concurso Fundação Saúde-RJ tem etapas agendadas para janeiro e fevereiro


O concurso Fundação Saúde-RJ têm duas etapas previstas: análise de títulos e provas objetivas. A primeira já está ocorrendo desde o dia 24 de dezembro. Os candidatos com inscrições confirmadas devem enviar os documentos para análise até o dia 24 de janeiro, conforme as regras do edital.

A segunda etapa, as provas objetivas, está prevista para o dia 16 de fevereiro, a partir das 9h. Os candidatos terão que responder a 40 questões distribuídas por disciplinas de Língua Portuguesa (cinco), Conhecimentos sobre SUS (cinco) e Conhecimentos Específicos (30).

A avaliação terá três horas de duração e valerá 80 pontos. Será aprovado na objetiva o candidato que alcançar 50% (40 pontos) ou mais. Os exames serão aplicados nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, Nova Iguaçu e São Gonçalo.


Confira as unidades geridas ou apoiadas pela Fundação Saúde-RJ


Com a homologação, os aprovados poderão ser convocados, durante o prazo de validade da seleção, que será de dois anos, cabendo prorrogação por igual período. Os concorrentes classificados serão lotados nas unidades geridas ou apoiadas pela Fundação Saúde, conforme necessidade específica, sendo elas:
 

  • Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac);
  • Central Estadual de Transplantes (CET);
  • Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (Iede);
  • Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio);
  • Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro (CPRJ);
  • Hospital Estadual Anchieta (Hean);
  • Hospital Estadual Carlos Chagas (HECC);
  • Hospital Estadual Santa Maria Rio de Janeiro (HESM);
  • Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras (Ietap);
  • Laboratório Central Noel Nutels Rio de Janeiro (Lacen)
  • Instituto Estadual de Dermatologia Sanitária (Ieds)
  • Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (IEISS);
  • Hospital Estadual Eduardo Rabelo (HEER);
  • Câmara de Resolução de litígios em Saúde (CRLS);
  • Núcleo de Assessoria Técnica da Justiça Estadual e da Justiça Federal Rio de Janeiro (NAT/TJ);
  • Policlínica Piquet Carneiro Rio de Janeiro (PPC/Uerj);
  • Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF);
  • Hospital Federal da Lagoa (HFL);
  • Hospital Federal de Bonsucesso (HFB);
  • Hospital Federal de Ipanema (HFI);
  • Hospital Federal do Andaraí (HFA);
  • Hospital Federal dos Servidores do Estado Rio de Janeiro (HFSE);
  • Instituto Federal de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into).