‘Estamos trabalhando para o novo concurso Ibama’, diz presidente
Novo presidente do Ibama confirma envio do pedido para concurso público e esforços para reduzir o déficit funcional. Confira!
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Publicado em:17/02/2023 às 12:40
Atualizado em:17/02/2023 às 12:40
A carência de servidores já foi identificada pelo novo presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rodrigo Agostinho. De acordo com ele, já foi feito um pedido de autorização para um próximo concurso público.
"Já enviamos um pedido ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (responsável por autorizar os concursos federais). Vamos trabalhar para recompor o quadro. Não dá para o Brasil, que tem a maior biodiversidade do mundo, que tem metade de seu território com alguma cobertura vegetal, mesmo que degradada, não ter uma estrutura capaz de atender a tudo isso", afirmou em entrevista ao Estadão.
Agostinho também ressaltou que o instituto apresenta, atualmente, apenas 53% do quado total previsto. "A verdade é que a gente tem meio Ibama hoje. Se você considerar todos os funcionários em atividade, são 2.900 servidores", disse.
Ele completou: "sabemos que, no ano passado, houve uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que obrigava o governo passado a fazer concurso. A gestão Bolsonaro paralisou o Ibama, perseguiu os servidores, desmontou o órgão. Estamos trabalhando agora para chamar quem não foi chamado, para fazer um novo concurso".
O presidente do Ibama informou que o número de contratações de servidores ainda não está fechado. "Mas se eu conseguir ampliar o quadro com cerca de 500 servidores, já seria um alívio importante para nós", reforçou.
A meta que Rodrigo Agostinho impôs a si mesmo foi cortar, pela metade, o volume do desmatamento ilegal registrado no ano passado, na Amazônia e demais áreas do País. Para isso, precisará de mais servidores.
Agostinho foi estagiário e voluntário do Ibama quando tinha 15 anos, em Bauru (SP) e agora à presidência do órgão, com 44 anos, escolhido pela ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas (MMA), Marina Silva.
Vale destacar que Rodrigo Agostinho ainda espera sua nomeação no Diário Oficial da União, mas já trabalha nas repartições do órgão para colocar suas metas em prática.
Ibama trabalha na chamada de aprovados e novo concurso
Conforme o presidente interino do instituto, Jair Schmitt, a abertura do novo concurso não deve ser considerada um impeditivo para convocação de mais aprovados no último edital. Isso porque há urgência para preenchimento dos cargos vagos, que são superiores ao número possível de nomeações adicionais.
"A presente demanda não deve ser considerada impedimento para prosseguimento dos esforços de aproveitamento dos candidatos aprovados no último certame, em razão da urgência do preenchimento dos cargos vagos, que superam a recomposição possível com as nomeações adicionais", disse o presidente Jair Schmitt, em ofício.
Folha Dirigida já teve acesso a um documento em que o Ibama solicita a ampliação do número de convocações do concurso, aberto em 2021. O pedido é para o provimento adicional de 142 vagas. O que representa 25% do quantitativo originalmente previsto no edital.
Confira a distribuição das vagas adicionais para o concurso:
Técnico ambiental: 108;
Analista ambiental: 24;
Analista administrativo: 10.
Segundo o Decreto nº 9.739, de 2019, durante o prazo de validade do concurso, o Governo Federal poderá autorizar a nomeação de aprovados e não convocados, que ultrapassem em até 25% o quantitativo original de vagas.
Até o momento, não há informações sobre o aval para a ampliação das nomeações ou para um novo concurso público.
O salário inicial dos técnicos era R$4.063,34, valor que já inclui o auxílio-alimentação de R$458 e a gratificação de desempenho de R$1.382,40.
As demais chances foram para os seguintes cargos de nível superior: analista ambiental (96 chances) e analista administrativo (40). Em ambos os casos, o requisito para se inscrever era ter graduação em qualquer área.
A remuneração era de R$8.547,64, já com o auxílio-alimentação e gratificação de desempenho. A lotação dos analistas foi apenas no Distrito Federal.
Os candidatos foram avaliados por provas objetivas e discursivas, aplicadas no dia 30 de janeiro de 2022. O resultado final foi homologado em junho do ano passado, com as primeiras nomeações ocorrendo em seguida.