Coordenador detalha concurso IBGE com quase 10 mil vagas
Em entrevista exclusiva, coordenador de RH fala sobre o concurso IBGE com 9.580 vagas temporárias, prazos, cargos, lotações e mais. Veja!
Concursos Previstos
Autor:Bruna Somma
Publicado em:03/11/2025 às 12:30
Atualizado em:03/11/2025 às 11:17
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística prepara um novo concurso IBGE com 9.580 vagas para temporários. A oferta será para dois cargos de nível médio: agente de pesquisas e mapeamento (APM) e supervisor de coleta e qualidade (SCQ).
Em entrevista exclusiva ao Qconcursos Folha Dirigida, o coordenador de Recursos Humanos do IBGE, Bruno Malheiros, trouxe os detalhes da seleção. De acordo com ele, os editais serão divulgados este mês.
Será um edital por cargo, sendo um com 8.480 vagas de agente e outro com 1.100 vagas de supervisor.
“Os editais certamente serão publicados em novembro. A gente está fechando algumas últimas questões operacionais para definir a data com clareza, mas certamente em novembro os editais estarão na rua”, afirmou.
O coordenador confirmou que os candidatos serão selecionados por meio de uma prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório.
“As provas vão acontecer entre a última semana de janeiro e a primeira semana de fevereiro. A gente não tem a data exata ainda, porque a FGV está trabalhando na identificação dos locais de sala e na contratação de equipe”.
As provas serão aplicadas em530 cidades espalhadas pelo país, as mesmas que contarão com oferta de vagas. Mas, segundo Bruno Malheiros, será possível se candidatar para uma determinada cidade e realizar a prova em outra. Isso ficará a critério do candidato.
Ele confirmou que os candidatos podem basear os estudos no último concurso IBGE para temporários, uma vez que as disciplinas não terão mudanças, somente nos tópicos mais atualizados.
“Talvez alguma coisa relacionada à Geografia, Informática, que vai ser acrescentada ou alterada, mas, na essência, quem quiser começar a estudar pode olhar o edital anterior, que, certamente, a maior parte vai ser igual. A disciplina vai ser a mesma, e aí, dentro dos conteúdos, talvez, vai ter alguma inclusão, alguma mudança, mas muito pontual”.
O resultado final do concurso está previsto para o mês de abril e as convocações devem começar em seguida.
Bruno Malheiros detalha concurso IBGE com quase 10 mil vagas
(Foto: Arquivo Qconcursos Folha Dirigida)
ATENÇÃO:editorialmente, o Qconcursos Folha Dirigida utiliza o termo concurso público sempre que uma seleção é ou pode ser composta por provas objetivas.
Coordenador explica diferença entre os cargos do concurso IBGE
Os dois cargos ofertados no concurso IBGE exigem o ensino médio completo. Ambos trabalham na coleta de informações para as pesquisas do IBGE.
Porém, o coordenador de RH do instituto explicou que existem diferenças práticas entre eles. O supervisor tem o papel de gestão da equipe, enquanto o agente tem o trabalho técnico de coleta.
“Os dois cargos trabalham no campo. Isso significa que eles estão na rua, vão visitar os domicílios, visitar as empresas. Eles vão falar com o nosso informante. Qual é a grande diferença? O APM é aquele profissional responsável especificamente por fazer a coleta. O supervisor, ele treina o APM, ele acompanha, supervisiona. Ele checa se o questionário foi preenchido corretamente, fornece apoio”, disse Bruno Malheiros.
Nas provas, também há uma diferença na cobrança do conteúdo.
“A diferença mais relevante é que no conteúdo do supervisor, a gente cobra algumas questões ligadas à Gestão, à Administração. Enquanto no do APM, a gente está mais focado nos conhecimentos relativos ao ensino médio mesmo: Português, Matemática, Geografia, Informática e por aí vai.”
Os salários são outro ponto distinto entre os cargos. Enquanto o agente recebe R$2.676, o supervisor tem ganhos em torno de R$3.200. Além disso, o contratado tem direito a benefícios.
“Além do salário, ele tem o auxílio-alimentação de R$1 mil, que faz uma diferença bem grande na renda desses profissionais, e outros como o auxílio-transporte”, frisou o coordenador.
IBGE permitirá inscrições para os dois cargos
Ainda segundo Bruno Malheiros, será possível se candidatar para os dois cargos disponíveis no concurso. Isso porque as provas serão realizadas em momentos diferentes.
“Ele pode fazer o processo seletivo para as duas funções, não tem problema nenhum. Se ele passar nos dois, ele vai ficar na lista de espera dos dois, e ele vai escolher, na hora de ser convocado, para qual ele quer ir”.
O IBGE trabalha com a expectativa de receber 145.351 inscrições para agente e 89.071 para supervisor.
O coordenador de RH informou que, por lei, quem foi contratado temporariamente nos últimos dois anos não pode ser admitido novamente.
“Essa contratação temporária é regida pela Lei 8.745, de 1993. E essa lei tem um artigo específico que diz que quem foi contratado tem que ficar dois anos fora. O que a gente tem observado, de forma geral, é que muita gente faz o processo seletivo e depois consegue, pela via judicial, ser contratado”, ressaltou.
Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo:
Contratos terão duração de até três anos
De acordo com Bruno Malheiros, as contratações de aprovados serão feitas aos poucos, enquanto o resultado final estiver válido.
“A gente vai contratando essas pessoas conforme a necessidade. As pessoas vão saindo, eles vão entrando, mas a gente já começa as contratações no dia seguinte. Sai o resultado, a gente carrega essas informações nos nossos sistemas e já começa a contratar”, afirmou o coordenador.
Ele também indicou que o IBGE planeja diversas pesquisas para o primeiro semestre de 2026, o que garantirá uma boa parte das contratações previstas no concurso.
“Ano que vem, vai ter muita gente contratada logo no começo. Primeiro, para repor essas vagas que estão ficando ociosas nesse período que a gente está sem poder contratar e, segundo, porque a gente tem pesquisas grandes que vão entrar, que vão para campo, ali no primeiro semestre do ano que vem”.
O coordenador de RH explicou que os profissionais passarão por uma renovação contratual a cada três meses. O tempo máximo de contratação será de três anos.
“O profissional passa por um processo que vai avaliar, por exemplo, assiduidade, produtividade, qualidade do trabalho, é o instrumento que a gente utiliza para decidir renovar ou não o contrato. As renovações são trimestrais. Nos primeiros três meses, ela é mensal, para a gente conhecer esse trabalhador, e depois ela é trimestral. E ele pode ficar com a gente por até três anos, que é o prazo permitido pela lei. A grande maioria dos trabalhadores que entra fica os três anos”.
O trabalho é 100% presencial. Conforme informado por Bruno Malheiros, a faixa etária dos contratados é baixa. "A média do último era de 23, 24 anos. Então, é muito comum ter gente com primeiro emprego".
IBGE participou do CNU com mais de 800 vagas
O IBGE participou da primeira edição do Concurso Nacional Unificado (CNU), em 2024, com uma oferta de 895 vagas imediatas. De acordo com Bruno Malheiros, os aprovados já estão trabalhando no instituto.
“Já estão aqui com a gente há algum tempo, fazendo um excelente trabalho. E a segunda convocação, a gente aguarda o Ministério da Gestão liberar a listagem para a gente poder convocar. Quando for liberado, a gente também vai publicar o edital de convocação, como fez da primeira vez, para que cada candidato escolha a localidade onde ele quer atuar, dentre as localidades possíveis para cada cargo, para cada área de conhecimento. E, depois que eles escolherem, a gente inicia um processo de convocação, apresentação de documentos, posse, exercícios, enfim”.
O CNU também possibilita aproveitar a lista do cadastro de reserva para os órgãos realizarem contratações temporárias. Questionado sobre o porquê o IBGE não fez essa opção, ele explicou que os cargos são paraatribuições diferentes.
“Para a gente contratar, como temporário, alguém que está na lista de espera do CNU, eu precisaria contratar para o mesmo cargo, com as mesmas atribuições, com o mesmo nível de formação. Nesse caso específico, a gente está contratando para uma função que não existe no quadro fixo do IBGE. A gente pode olhar, por exemplo, no CNU, as 300 vagas de nível médio e pensar, mas se eu tenho vagas de nível médio lá, por que não trazer nível médio aqui? Porque são atribuições diferentes”, justificou o coordenador de RH.
Ele também confirmou que o IBGE pretende realizar concursos mais regulares e, assim que a validade do Concurso Unificado for encerrada, irá solicitar autorização para novas vagas.
“O nosso último concurso foi em 2016, antes do CNU. De lá para cá, nós pedimos várias vezes a autorização para o concurso, só viemos conseguir agora. Mas, certamente, quando acabar a validade do CNU, porque a gente não pode pedir um concurso com outro válido, a gente vai solicitar novamente, porque a gente ainda tem muita vaga que precisa ser reposta”.
Bruno Malheiros, que também é servidor de carreira do IBGE, deixou a seguinte mensagem a quem deseja ingressar no instituto, seja pelas vagas temporárias ou efetivas.
“O IBGE é um órgão importantíssimo para o Brasil. É ele que produz informações para a decisão de políticas públicas, para pesquisas no âmbito das academias. Se você tem interesse em atuar no IBGE, tenho certeza que você será muito bem recebido, seja como servidor efetivo, por meio do CNU ou de outros concursos, seja como temporário para esses processos emitidos que estão abertos. Se você tiver interesse, dá uma olhada lá no edital, se inscreve. Quem sabe amanhã a gente não está aqui trabalhando juntos. Boa sorte”.