A greve nacional dos petroleiros, iniciada na última segunda-feira, dia 15, reacendeu o debate sobre a redução do quadro de pessoal da estatal e voltou a colocar o concurso Petrobras no centro das discussões da categoria.
A paralisação ocorre após a rejeição, em assembleias, da contraproposta apresentada pela estatal para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Entre os principais pontos levantados pelos sindicatos estão a falta de avanços na negociação, os impactos dos planos de equacionamento da Petros e a diminuição de postos de trabalho, apontada como fator que amplia a sobrecarga e afeta a segurança operacional.
Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a mobilização é por tempo indeterminado e envolve unidades estratégicas da companhia, como refinarias, terminais e plataformas, principalmente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
Em nota, a Petrobras informou que adotou medidas de contingência e afirmou que a greve não provoca impacto na produção nem no abastecimento de combustíveis.
Redução de postos de trabalho está entre as reivindicações
Além das questões relacionadas ao ACT, sindicatos têm destacado a redução do efetivo como um dos problemas estruturais enfrentados pela companhia.
De acordo com as entidades representativas, a diminuição do número de trabalhadores efetivos amplia a dependência de terceirizações e pressiona equipes operacionais.
Esse cenário ganha ainda mais relevância diante de dados recentes sobre a força de trabalho da estatal. Atualmente, a Petrobras conta com cerca de 41,7 mil empregados, número inferior ao de anos anteriores, mesmo com a ampliação de projetos ligados à transição energética, refino e exploração.
A recomposição do quadro passa, necessariamente, por mais convocações e pela abertura de um novo concurso Petrobras.
Vale lembrar que, em novembro, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou um novo Programa de Desligamento Voluntário (PDV), que pode resultar na saída de até 1.100 empregados ao longo de 2026.
O programa é direcionado a trabalhadores aposentados pelo INSS antes da Reforma da Previdência e faz parte da política de renovação gradual do quadro funcional da companhia.
Embora o PDV seja apresentado pela estatal como um mecanismo de gestão e transição de carreira, sindicatos avaliam que os desligamentos reforçam a necessidade de reposição de pessoal por meio de concursos públicos.
Panorama dos Concursos 2026 tem mais de 90 MIL VAGAS previstas. Cadastre-se para receber os conteúdos gratuitamente!

Greve dos petroleiros reforça a necessidade de novo concurso Petrobras
(Foto: Governo Federal)
Vigente, concurso Petrobras teve a validade prorrogada
O prazo de validade do último edital para cargos de nível técnico, publicado em 2023, foi prorrogado até junho de 2027.
Com isso, a empresa pode convocar mais aprovados do cadastro de reserva, que reúne cerca de 3,1 mil candidatos aguardando chamada. A Federação Única dos Petroleiros já cobra publicamente novas convocações, defendendo que parte do déficit de pessoal seja suprida com os aprovados.
"Ao longo dos últimos meses, diretores da FUP e integrantes do movimento participaram de agendas em Brasília, entregaram documentos a parlamentares e ministros, dialogaram com representantes do Governo Federal e aprofundaram o debate sobre a recomposição do quadro de trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras, uma demanda também defendida pela federação desde o início das negociações do Acordo Coletivo", disse a FUB, em nota.
Com edital publicado no final de 2023, o concurso ofertou 916 vagas para contratação imediata e 5.496 para formação de cadastro de reserva. A remuneração inicial é acima de R$5,8 mil, além de benefícios.
Essa seleção da Petrobras, que ofertou vagas para profissional de nível técnico júnior, ainda tem cerca de 3,1 mil pessoas aguardando a convocação em cadastro de reserva.
As chamadas são referentes ao concurso Petrobras 2023.2, cujas provas foram realizadas no ano passado.
Comece a estudar gratuitamente para concursos. Cadastre-se e tenha acesso a videoaula, questões, gabaritos e mais!
Novo concurso Petrobras segue em pauta
A combinação entre PDV, redução de efetivo e pressão sindical mantém o novo concurso Petrobras em pauta e entre as principais oportunidades para 2026.
A estatal não depende de autorização do Governo Federal para lançar editais e possui contrato vigente com a Fundação Cesgranrio até julho de 2028, o que facilita a realização de novos processos seletivos.
Em resposta ao Qconcursos Folha Dirigida, a Petrobras informou que avalia de forma permanente a composição do seu quadro e a necessidade de novos ingressos, embora não haja, até o momento, um cronograma oficial para publicação de edital.
"A Petrobras acompanha e avalia de modo permanente a composição de seus quadros e a necessidade de ingressos por meio de Processos Seletivos Públicos (PSP) como parte da sua política de recursos humanos e gestão de efetivo. (...) O contrato com a Fundação Cesgranrio para execução de serviços técnicos de planejamento, organização e execução dos procedimentos relacionados a processos seletivos, é uma boa prática que oferece viabilidade operacional para que a Petrobras tenha a capacidade em qualquer tempo de realização de um PSP, que, eventualmente, venha a ser aprovado pela diretoria da Companhia durante a vigência do contrato", dusse a empresa.
O próximo concurso deve trazer oportunidades em cargos de nível superior. Isso porque estatal não realiza seleção para esse segmento desde 2021, quando ofereceu 757 vagas.
Todos os aprovados naquela oportunidade já foram convocados e o prazo de validade chegou ao fim.
Além disso, a empresa costuma seguir um intervalo de, no máximo, três anos entre os concursos para nível superior, o que reforça as chances de um novo edital nos próximos meses.



















