Concurso IBGE: presidente defende Censo 2021, mas não descarta 2022
Novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Eduardo Rios Neto, fala sobre a realização do Censo e do concurso IBGE.
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Publicado em:03/05/2021 às 07:30
Atualizado em:03/05/2021 às 07:30
O novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Eduardo Rios Neto, tomou posse no cargo e defendeu, na última sexta-feira, 30, o Censo Demográfico. O posicionamento reafirmou a necessidade de concluir o concurso IBGE, com mais de 204 mil vagas temporárias.
Segundo Rios Neto, o projeto do Censo Demográfico está pronto e o Instituto está preparado para realizá-lo este ano. No entanto, para isso, é necessária a liberação dos recursos orçamentários.
Com isso, ele não descarta a possibilidade do Censo ficar para 2022, considerando que o cronograma original de preparação já sofreu adiamentos em etapas que não puderam ser concluídas sem a definição da verba esperada.
"Estamos preparados tecnicamente para a realização do Censo neste ano. Há um clamor social para que ele ocorra. Precisamos, contudo, aguardar se o orçamento de R$2 bilhões será recomposto, seja por via judicial ou pelo Congresso, para que todo o planejamento da operação censitária seja executado", explicou Rios Neto.
Embora não haja consenso, e alguns defendam o adiamento do Censo para 2022 por razões sanitárias, o presidente disse acreditar na viabilidade da operação em 2021.
Ele ressaltou que todos os membros da Comissão Consultiva do Censo Demográfico se manifestaram favoráveis à realização do Censo neste ano, assim como um número expressivo de ex-presidentes do IBGE. O novo presidente não descarta, contudo, que ele seja feito em 2022.
"Nesse segundo cenário, seria necessário um aporte de recursos maior do que o que já está na Lei Orçamentária desse ano, a fim de garantir a economicidade e a tecnicidade das atividades de planejamento. O que me preocupa é a continuidade do processo censitário. Cabe, também, avaliar a conveniência de se alterar a data de início da coleta para o primeiro semestre de 2022. Em suma, estou pronto para liderar o processo, mesmo diante destas incertezas", afirmou Rios Neto.
Com quase 90% a menos do orçamento previsto (de R$2 bilhões para R$71 milhões), a realização da pesquisa e, consequentemente, do concurso se tornou inviável.
A decisão individual do ministro será avaliada pelo plenário do Supremo.
Na última sexta, 30, no entanto, Rios Neto destacou que, independente da recomposição do orçamento, já não será possível começar a coleta dos dados em 1º de agosto, como previa o cronograma inicial do Censo.
“No atual momento, isso significa contemplar o adiamento do início da coleta para setembro ou outubro, em decisão a ser tomada oportunamente pela Comissão de Planejamento e Organização Geral dos Censos (CPO)", afirmou.
Presidente defende concurso IBGE e Censo em 2021
(Foto: Acervo IBGE)
O primeiro Censo Demográfico brasileiro foi feito em 1872 e, desde 1920, tem sido realizado decenalmente, nos anos terminados em zero.
Em todo esse tempo, a pesquisa só não foi realizada em três momentos:
Em 1930 devido à Revolução;
Em 1990, sendo adiada para 1991, no Governo Collor; e
Em 2020 devido à pandemia do novo Coronavírus, sendo adiada para 2021.
Se cancelado o processo este ano, esta será a quarta vez que um Censo será adiado, e, a primeira, que ocorre de forma consecutiva.
"A mim, como presidente do IBGE, caberá lutar pela realização do Censo e manter a periodicidade e qualidade dos demais produtos gerados pela instituição. Envidarei todos os esforços cooperativos junto ao Poder Executivo, na Junta de Execução Orçamentária, e, também, junto ao Congresso Nacional, a fim de viabilizar essa operação", concluiu o novo presidente do Instituto.
Concurso IBGE tinha vagas em todo o país
Publicados no dia 18 de fevereiro, por meio do Cebraspe, os editais do concurso IBGE 2021 ofereceram mais de 204 mil vagas temporárias, nos cargos de:
agente censitário municipal (ACM) - 5.450 vagas;
agente censitário supervisor (ACS) - 16.959 vagas; e
recenseador - 181.898 vagas.
As inscrições terminaram nos dias 15 (agentes) e 19 (recenseador) de março. As vagas foram destinadas a candidatos com níveis fundamental (recenseador) e médio (agentes).
Os aprovados, nos cargos de agente, teriam ganhos de R$2.100 (municipal) e de R$1.700 (supervisor). Os valores ainda poderiam chegar a R$2.558 e R$2.158, respectivamente, com o auxílio-alimentação de R$458.
No caso do recenseador, os ganhos seriam por produção. No site do IBGE , era possível simular a remuneração.
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Resumo sobre a seleção
Órgão: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Cargos: agente censitário municipal, agente censitário supervisor e recenseador
Vagas:204.307 vagas temporárias
Requisito: níveis fundamental e médio
Remuneração: a partir de R$2.158
Bancas: Cebraspe
Provas: suspensas
Edital com 312 vagas para o Censo também foi suspenso
O segundo edital do concurso IBGEdestinado ao Censo Demográfico 2021, que estava previsto para o dia 29 de março, também foi suspenso.
O comunicado foi feito pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecan), organizador, no dia 16 de abril.