Com 220 vagas, concurso Ministério da Saúde não supre o déficit

Com déficit acima de 10 mil servidores, novo concurso Ministério da Saúde com 220 vagas não é suficiente. Veja entrevista com sindicalista!

Concursos Previstos
Autor:Bruna Somma
Publicado em:21/09/2023 às 16:29
Atualizado em:21/09/2023 às 17:12

Somente no Rio de Janeiro, há mais de 10 mil cargos vagos nos hospitais e institutos do Ministério da Saúde. Mesmo com o expressivo déficit, a pasta recebeu autorização para realizar um novo concurso com somente 220 vagas para tecnologista


Em entrevista à Folha Dirigida por Qconcursos, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência no Estado do Rio (Sindsprev RJ), Sidney Castro, falou sobre a carência da rede e a necessidade de um concurso com mais vagas. 

“Nós temos um déficit dentro dos hospitais federais do Rio de Janeiro, incluindo os institutos, de cerca de doze mil funcionários. Isso inclui os administrativos, assistente social, enfermagem, médicos, psicólogos, todos esses”, evidenciou o sindicalista.

O Rio de Janeiro tem a maior concentração de hospitais federais e institutos de saúde. Consequentemente, é o local que apresenta a maior carência de pessoal. 


"Para poder hoje fazer atendimento de qualidade para a população, teria que ter concurso com a abertura de 12 mil vagas na Saúde Federal do Rio de Janeiro. O último concurso que nós tivemos foi em 2005, que só foi chamar os aprovados em 2009. De lá pra cá, o governo só faz Contrato temporário da União (CTU)", disse Sidney Castro. 


Para além do concurso Ministério da Saúde, o diretor do Sindsprev RJ defendeu uma valorização salarial e reestruturação das carreiras. Segundo ele, é preciso trabalhar para que os servidores permaneçam nos quadros a longo prazo.


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Ministério da Saúde tem concurso autorizado para somente 220 vagas

(Foto: Agência Brasil)


Segundo o sindicalista, com baixos salários, os profissionais da Saúde preferem atuar nos hospitais da rede privada.


"Tem que ter uma política adequada de salário para que as pessoas de fato aceitem vir trabalhar no hospital público", expôs. 

Vagas do novo concurso Ministério da Saúde não são suficientes 

Atualmente, o Ministério da Saúde tem autorização para realizar concurso com 220 vagas. O aval é somente para o cargo de tecnologista

“Isso é muito pouco. São 220 vagas para dividir entre todas as instituições. Isso não resolve. O que resolve é abrir o concurso adequado para suprir o verdadeiro déficit, fazer uma reestruturação da carreira e valorização salarial”, defendeu o diretor do Sindsprev RJ.

Segundo o Ministério da Saúde, os novos servidores serão lotados nas secretarias de

  • Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA);
  • Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde (SECTICS);
  • Atenção Especializada à Saúde (SAES); e 
  • Atenção Primária à Saúde (SAPS).

Parte das 220 vagas serão destinadas à Ciência e Tecnologia (C&T). Com isso, é possível que os aprovados atuem nos Institutos Nacionais, sendo eles:

  • Instituto Nacional de Câncer (Inca);
  • Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into); e
  • Instituto Nacional de Cardiologia (INC).

Desta forma, boa parte das oportunidades devem ser para atuação no Rio de Janeiro, considerando que as unidades estão sediadas na capital fluminense.


Além do quadro de tecnologistas para os institutos, o concurso do Ministério da Saúde também contará com vagas para a Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador (CPTS).


Nesse caso, os trabalhadores costumam atuar nas universidades e outros órgãos públicos, desenvolvendo ações de prevenção à saúde dos trabalhadores.


De acordo com o diretor do Sindsprev RJ, o Ministério da Saúde trabalha para ter um outro grande concurso público em 2024. Porém, ainda não há detalhes sobre vagas, cargos e especialidades que serão contempladas. 


Assista a entrevista na íntegra com Sidney Castro no vídeo abaixo:


Ministério da Saúde irá participar do Concurso Nacional Unificado

O Ministério da Saúde irá aderir ao Concurso Nacional Unificado (CNU). A proposta do Governo Federal visa centralizar as seleções autorizadas este ano. A ideia é ter um único dia de provas, no primeiro trimestre de 2024, em cerca de 180 cidades do país.


A adesão ao CNU é voluntária. Isto é, cada órgão ou ministério que recebeu autorização para preenchimento de vagas pode decidir se vai participar ou não da seleção unificada. 


Essa decisão deve ser comunicada até o final do mês de setembro, conforme o cronograma elaborado pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), que está à frente da organização do CNU.


A coordenadora-geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Saúde, Etel Matielo, destaca que a adesão da pasta será importante para “ampliar a equidade na elaboração de políticas públicas de saúde, a partir da inserção de pessoas de diversos territórios e realidades na seleção”.


O Sindsprev RJ, por outro lado, é contrário à adesão. Para ele, cada pasta teria que fazer o seu próprio concurso por conta das especificidades de cada uma. Além de ampliar a possibilidade de uma mesma pessoa prestar concursos para diferentes áreas.

“O que a gente defende é concurso específico para o Ministério da Saúde, para enfermagem, para administrativos, para os servidores públicos que trabalham na área preventiva, que é o pessoal de agentes de combate a endemia, agentes de saúde pública.”

Ministério da Saúde pede aval para 6 mil vagas temporárias

Apesar da autorização para efetivos, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, solicitou 6.283 novas contratações temporárias.


As vagas solicitadas visam à contratação de profissionais junto aos Hospitais Federais e Institutos Nacionais localizados no Rio de Janeiro, para os anos de 2024-2028.


O diretor do Sindsprev RJ defendeu a realização de concursos públicos para efetivos, em primeiro lugar.


Porém, ele evidenciou que a contratação de temporários é aceitável que a população não fique sem o atendimento até que os novos servidores de carreira sejam integrados aos quadros. 

“Se não tem concurso, tem que contratar. Tem que contratar porque a população precisa ter o atendimento. Nós defendemos o concurso público, mas se não tem edital de imediato, tem que contratar, nem que seja temporariamente”, argumentou. 

Sidney Castro afirmou que o sindicato continua atuando junto ao Ministério da Saúde para que um novo concurso de efetivos seja realizado para cobrir todo o déficit da rede. 


“Estamos cobrando todos dias de concurso, mas faça o concurso, estude. Não adianta fazer o concurso e não estudar, não correr atrás. Tem que estudar”, finalizou. 


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