4 tendências das provas do CNU para outros concursos

Luiz Rezende, Coordenador Acadêmico do Qconcursos, destaca quatro tendências do CNU que podem moldar próximos editais.

Dicas para concursos
Autor:Júlia Sestero
Publicado em:02/09/2024 às 09:43
Atualizado em:02/09/2024 às 10:23

O Concurso Nacional Unificado (CNU) pode ser um divisor de águas no cenário dos concursos públicos, trazendo novas tendências que influenciarão futuras seleções. 


Com a oferta de mais de 6 mil vagas distribuídas em 22 órgãos, esse modelo de seleção unificada busca democratizar e facilitar o acesso ao serviço público. 


Luiz Rezende, professor e Coordenador Acadêmico do Qconcursos, destaca quatro tendências do CNU que podem moldar os próximos concursos.


1. Unificação de concursos públicos

A unificação de concursos públicos é uma das principais tendências que podem ser popularizadas pelo CNU. O modelo de seleção unificada consiste na publicação de um único edital para diversas oportunidades em diferentes órgãos e entidades.


Embora o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tenha adotado o edital unificado anteriormente, o CNU trouxe essa abordagem para uma escala ainda maior.  


Essa centralização não só facilita a participação, como também reduz os custos para os organizadores e candidatos, promovendo maior eficiência e acessibilidade nos concursos.


2. Provas com conteúdos interdisciplinares

O CNU também trouxe provas que avaliam múltiplas competências e exigem conhecimentos interdisciplinares em uma única etapa.


Para cargos de nível médio (bloco 8), por exemplo, a disciplina Realidade Brasileira, integrou temas de História, Geopolítica, Atualidades e Conhecimentos Gerais. 


Para nível superior, os conhecimentos gerais abrangeram Direito Administrativo, Administração Pública, Direitos Humanos e Ética.


Essa abordagem reflete a busca por profissionais mais completos e versáteis e pode incentivar outros concursos a adotarem provas mais abrangentes.


3. Reorganização da estrutura de provas

Outra tendência que o CNU pode implementar é a organização das provas discursivas e redações na parte da manhã. 


As provas do CNU, aplicadas no dia 18 de agosto, foram divididas nos turnos da manhã e da tarde. No primeiro turno, os candidatos realizaram tanto provas objetivas quanto dissertativas/redação.


Essa estrutura permitiu que os candidatos tivessem mais disposição para desenvolver temas complexos logo cedo, reduzindo a evasão durante o turno da tarde.


Apesar disso poder virar uma tendência, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, revelou que o governo avalia a aplicação das provas e os conteúdos.


+ Leia mais: Estrutura de provas do CNU poderá ser avaliada


4. Valorização da formação continuada e especialização do servidor

A exigência de conhecimentos multidisciplinares nas provas e a oferta da maior parte das vagas para cargos de nível superior, destaca a demanda por candidatos mais preparados no setor público.


Outro exemplo disso, o CNU terá um curso de formação para todos os candidatos tanto presencial quanto a distância. Os aprovados que realizarem o curso no modelo presencial receberão certificação de pós-graduação emitida pela Enap.


Isso destaca a valorização do servidor público e a demanda por profissionais capacitados para melhorar a entrega do serviço à população.


“A especialização é uma tendência”, destaca Luiz Rezende. 


+ Leia mais: 5 lições aprendidas com o CNU


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Concurso Nacional Unificado ofertou 6.640 vagas

(Foto: Agência Senado)


Concurso Unificado tem oferta de 6.640 vagas

A 1ª edição do Concurso Unificado trouxe uma oferta total de 6.640 vagas para diferentes cargos de 21 órgãos do Poder Executivo Federal.


As oportunidades estão agrupadas por 8 blocos temáticos, que representam as áreas de políticas públicas brasileiras.


Confira a divisão das vagas por bloco:

  • Bloco 1 - Infraestrutura, Exatas e Engenharias - 727 vagas;
  • Bloco 2 - Tecnologia, Dados, e Informação - 597 vagas;
  • Bloco 3 - Ambiental, Agrário e Biológicas - 530 vagas;
  • Bloco 4 - Trabalho e Saúde do Servidor - 971 vagas;
  • Bloco 5- Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos - 1.016 vagas;
  • Bloco 6 - Setores Econômicos e Regulação - 359 vagas;
  • Bloco 7 - Gestão Governamental e Administração Pública - 1.748 vagas; e
  • Bloco 8 - Nível Intermediário - 692 vagas.


É importante relembrar que só foi possível se inscrever para um dos blocos temáticos. Veja a relação completa de cargos por bloco aqui!