Vice-presidente da Faepol fala de concurso PC RJ e pede resiliência
A Vice-presidente da Faepol, delegada Thaianne Moraes, falou do concurso PC RJ e pediu resiliência aos candidatos. Leia entrevista!
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Publicado em:30/06/2020 às 10:12
Atualizado em:30/06/2020 às 10:12
Na visão dela, o maior erro de uma pessoa que sonha em conquistar uma vaga na Polícia Civil-RJ é parar de estudar, por achar que os concursos não acontecerão em virtude do bloqueio dos cargos.
"Se você não tem dúvida de que quer se tornar servidor policial, continuar a estudar ou não, não é uma dúvida que você pode ter", afirmou.
FOLHA DIRIGIDA - A ABERTURA DOS CONCURSOS PARA A POLÍCIA CIVIL-RJ, QUE ESTAVA PREVISTA PARA JUNHO, ENTROU EM COMPASSO DE ESPERA EM VIRTUDE DA PANDEMIA E DA INDISPONIBILIDADE DE 9.500 CARGOS POR PARTE DO GOVERNADOR WILSON WITZEL. APESAR DESSE CENÁRIO, O MAIOR ERRO QUE UM CANDIDATO PODE COMETER É PARALISAR OS ESTUDOS?
Thaianne Moraes - O maior erro do candidato é parar sim. Ajustes podem ser feitos, como a carga horária diária, a intensidade e etc.
Mas quem pretende ser aprovado em um cargo público deve entender que parar os estudos - pelo tempo que for - não é uma opção. Isso desfaz todo o processo de caminhada já percorrido.
FOLHA DIRIGIDA - NA SUA VISÃO, INDEPENDENTEMENTE DO ATUAL CENÁRIO, A ABERTURA DE CONCURSO PARA A CORPORAÇÃO É INEVITÁVEL, TENDO EM VISTA QUE A CARÊNCIA DE PESSOAL NA POLÍCIA CIVIL-RJ É SUPERIOR A 10 MIL POLICIAIS E QUE 30% DO ATUAL QUADRO ESTÁ EM CONDIÇÕES DE SE APOSENTAR?
Thaianne Moraes - Exato. O fato de que o concurso acontecerá em breve é real. Quão breve é que ainda não se pode dizer em face do cenário nebuloso em razão da pandemia.
Entretanto, assim que houver o primeiro sinal de viabilidade, o concurso da Polícia Civil-RJ está no topo da prioridade e ocorrerá.
FOLHA DIRIGIDA - COMO DIRETORA PEDAGÓGICA DA FAEPOL, QUAL DEVE SER A POSTURA E A ESTRATÉGIA DE ESTUDO QUE OS INTERESSADOS EM INGRESSAR NA POLÍCIA CIVIL-RJ DEVEM ADOTAR?
Thaianne Moraes - Resiliência. A palavra de ordem para o concursando neste momento, mais do que em qualquer outro momento é: resiliência. É preciso atravessar momentos como este sem perder o foco no objetivo final.
Manter-se com a rotina de estudos que, como disse, pode e deve ser reajustada em razão do alargamento do prazo. Mas seguir caminhando é a única opção que o futuro aprovado tem.
Parar de estudar é o maior erro que se pode cometer, diz vice-presidente da Faepol
(Foto: Governo RJ/Rogério Santana)
FOLHA DIRIGIDA - COMO DELEGADA DE POLÍCIA E VICE-PRESIDENTE DA FAEPOL, ESTÁ OTIMISTA QUE O IMPASSE SERÁ RESOLVIDO E OS CONCURSOS SERÃO ABERTOS?
Thaianne Moraes - A questão não é otimismo. Em verdade, estamos atravessando mais um problema. Problemas passam. Assim que este passar, a prova virá.
FOLHA DIRIGIDA - COMO A CARÊNCIA DE PESSOAL VEM PREJUDICANDO O BOM FUNCIONAMENTO DA POLÍCIA CIVIL-RJ?
Thaianne Moraes - Como em toda instituição, a polícia é feita de pessoas. O déficit de pessoal impacta frontalmente em quase todos os setores do desenvolvimento da atividade fim.
FOLHA DIRIGIDA - PARA QUEM ESTÁ EM DÚVIDA SE DEVE CONTINUAR A ESTUDAR OU NÃO FRENTE AO ATUAL CENÁRIO, QUAL RECADO PODE DEIXAR PARA ESSAS PESSOAS?
Thaianne Moraes - A dúvida entre estudar ou não não pode existir para aquele que deseja estar nos bancos da Academia de Polícia (Acadepol) como aluno aprovado. O estudo para a aprovação é um longo processo de amadurecimento e acúmulo de conhecimento.
Talvez, estes alunos tenham ganho uma oportunidade de estudar mais e a estejam desperdiçando. Ajustar a caminhada não significa parar ou abandonar a batalha.
Tendo esta maturidade, o candidato conseguirá atravessar este momento peculiar não apenas no Brasil, mas no mundo. Se você não tem dúvida de que quer se tornar servidor policial, continuar a estudar ou não não é uma dúvida que você pode ter.
Ministério da Economia esclarece bloqueio dos cargos no RJ
De acordo com a pasta, “o estado pode repor vacâncias, desde que essas vagas não estejam listadas no Decreto de bloqueio. Se ou quando irá repor essas vagas que não estão bloqueadas é uma decisão do Governo estadual”.
Por isso, tendo mais vacâncias, a Polícia Civil-RJ poderá abrir o concurso. Entre setembro de 2017, quando foi iniciado o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), e março deste ano, ocorreram 958 vacâncias na estrutura da Polícia Civil. Estas que foram bloqueadas pelo decreto de Witzel, como garantia à permanência do Estado no RRF.
Em 2017, foram 115 vacâncias, sendo que elas ocorreram somente em apenas três meses: de setembro (quando iniciou o RRF) a dezembro. Ao longo de todo o ano de 2018, vagaram 383 cargos, sendo que em 2019 esse número aumentou para 406.
Tudo leva a crer que, até o final de 2020, o quantitativo seja similar aos de 2018 e 2019. De janeiro a março deste ano, foram 54 vacâncias. Como outras vagas deverão surgir até dezembro, a Polícia Civil-RJ poderá abrir os concursos programados.
Vacâncias na Polícia Civil-RJ de setembro de 2017 a março de 2020
Cargos
2017
2018
2019
2020
Total Geral
Auxiliar policial de necropsia
1
8
5
1
15
Delegado de polícia
6
24
22
4
56
Inspetor de polícia
82
252
281
43
658
Investigador policial
12
61
59
2
134
Perito criminal
4
9
11
0
24
Perito legista
8
21
22
3
54
Técnico de necropsia
2
8
6
1
17
Total
115
383
406
54
958
Embora todos esses 958 cargos que surgiram entre setembro de 2017 a março de 2020 estejam momentaneamente bloqueados, esse quantitativo demonstra não só a crescente carência de pessoal na corporação, como também a necessidade urgente de reposição de pessoal.
Antes de o Decreto nº47.114 ser editado pelo governador Wilson Witzel, a Polícia Civil-RJ trabalhava com a programação de divulgar no primeiro semestre todos os editais para 864 vagas em sete cargos dos níveis fundamental, médio e superior.
No entanto, a pandemia do novo Coronavírus atrasou todo o cronograma da corporação.
O objetivo da corporação sempre foi o de só abrir as seleções quando efetivamente houvesse condições sanitárias no estado, para que não se coloque em risco a saúde dos candidatos e de todos os profissionais que estarão envolvidos de alguma forma na seleção.
Como a curva do novo Coronavírus continua a crescer no Estado do Rio de Janeiro, sobretudo na capital, vem ocorrendo essa demora na abertura dos concursos. Mesmo que não houvesse a edição do Decreto nº47.114, naturalmente haveria ainda uma demora na divulgação dos editais.
O que pode acontecer é uma redução na oferta de vagas imediatas. Se antes a previsão era de 864, agora a estimativa é que, se ocorrer a média normal de vacância, serão ofertadas algo em torno de 300 vagas imediatas. Isso sem falar nas que ainda vão vagar durante os quatros anos do prazo de validade do concurso.
Em um cálculo rápido, com a média de 400 vacâncias por ano, haveria mais de 1500 vagas para serem repostas.