Mais redações corrigidas no concurso PF: 'podemos debater', diz Torres
Ministro da Justiça e Segurança Pública, delegado Anderson Torres, fala sobre pedido de mais redações corrigidas no concurso PF 2021.
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Publicado em:10/06/2021 às 12:15
Atualizado em:10/06/2021 às 12:15
O pedido de mais redações corrigidas no concurso PF 2021 chegou ao ministro da Justiça e Segurança Pública, delegado Anderson Torres.
Em live realizada nesta quarta-feira, 9, o titular da pasta da Segurança Pública federal informou que pode analisar a proposta junto à Polícia Federal e o Cebraspe, banca organizadora.
"Isso precisa ser discutido com a banca. Acho que é de acordo com a necessidade da Administração Pública. Realmente não tenho opinião formada. É a primeira vez que vejo esse tema. Na minha época também eram três vezes o número de vagas que eram chamados. Mas se já teve um outro caso, posso levar esse tema à banca organizadora do concurso e à Polícia Federal", disse em live no Instagram com o delegado Eduardo Fontes.
Anderson Torres explicou, porém, que a mudança levaria a alterações no contrato com o Cebraspe, banca organizadora do concurso, já que o número de provas corrigidas é acertado previamente com a instituição.
"Quando assinamos um contrato com a empresa, tudo já vem no contrato, como a quantidade de provas corrigidas. Então, teria de haver um aditamento do contrato e isso envolve custo. Não estou colocando dificuldade, mas apenas dizendo que isso precisa ser feito de acordo com as regras da Administração. Então, acho que precisa ser revisto. Se é uma questão muito perguntada, posso levá-la para discussão no âmbito da comissão e da Polícia Federal."
Apesar dos obstáculos para a mudança, a fala do ministro, com a intenção de levar a pauta à PF e ao Cebraspe, mantém a esperança de candidatos do concurso PF em ter as suas redações corrigidas e, portanto, permanecerem na seleção.
Ministro Anderson Torres fala sobre mais redações corrigidas no concurso PF 2021
(Foto: Divulgação)
Petição com pedido dos candidatos tem quase 10 mil assinaturas
Os candidatos do concurso PF formaram uma comissão e estão lutando para que mais aprovados tenham a prova discursiva corrigida. E, com isso, aumentando as chances de mais vagas na Polícia Federal.
Isso porque o acréscimo de avaliações discursivas corrigidas aumentaria o cadastro de reserva do concurso e a possibilidade de a corporação chamar ainda mais excedentes em um futuro próximo.
Essa comissão entrou em contato com a reportagem da Folha Dirigida, que ouviu um de seus representantes. Segundo ele, que preferiu não se identificar, os gabinetes do senador Flávio Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro também estão cientes da demanda.
A petição pública já foi assinada por quase 10 mil pessoas. Também foi criado um e-mail da comissão (comissaopf21@gmail.com).
Os candidatos tentam com a iniciativa sensibilizar o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o diretor-geral da PF, Paulo Maiurino.
Os leitores que desejarem apoiar a iniciativa podem assinar a petição.
Em resposta a um dos representantes da comissão de aprovados do concurso PF 2021, o presidente da República argumentou:
“Está em curso concurso para 2 mil vagas. Olha só, tem 2 mil vagas, não vai ser mais do que isso, a gente vai cumprir o edital.
Ao ser questionado sobre o edital passado, ele ponderou:
"2018 é outro edital. Esse edital, esse último nosso, foi do ano passado, se não me engano 2 mil vagas para a PF e 2 mil para a PRF", explicou Bolsonaro.
O que exatamente pedem os candidatos do concurso PF?
De acordo com o teor da petição pública, os concorrentes desejam igualar o edital de 2021 com os publicados em anos anteriores. Eles citam que, antigamente, eram corrigidas quatro vezes mais provas discursivas do total de vagas ofertadas.
No atual edital, este número é de apenas três vezes.
"Isso pode vir a ser infrutífero, pois muitas reprovações ocorrem nas demais fases do concurso como: teste físico, exame médico, investigação social, curso de formação profissional, aprovação em outros concursos e abandono da formação, dentre outros", diz a petição.
A comissão, em pedido a Bolsonaro, relembra a promessa do Governo Federal em ter o maior efetivo da história da Polícia Federal - relembrando seu desejo de chamar excedentes - e reforçam a questão de muitas aposentadorias previstas.
Logo, eles tentam a retificação do edital de abertura e um deferimento dessa petição pública antes do dia 11 de junho. Isso porque está previsto para os próximos dias a divulgação do resultado preliminar das provas, realizadas em 23 de maio.
Candidatos querem 6 mil redações corrigidas. Entenda!
O edital do concurso PF traz o número de provas discursivas que serão corrigidas, o que deve impactar diretamente no número de aprovados do concurso.
De acordo com o documento, serão 4.507 provas discursivas corrigidas, se somados todos os quatro cargos, sendo:
Todos os inscritos do concurso da Polícia Federal foram avaliados no dia 23 de maio. Nesse dia, foram aplicadas as provas objetiva e a discursiva.
A prova objetiva será composta por 120 questões, contendo disciplinas de Conhecimentos Gerais e Específicos, que variam de acordo com cada cargo.
A prova foi no estilo Certo ou Errado, tradicional do Cebraspe. Para agente, escrivão e papiloscopista a avaliação dividida por três blocos da seguinte forma:
Prova objetiva do agente:
Bloco I, com 60 questões: Língua Portuguesa, Noções de Direito Administrativo, Noções de Direito Constitucional, Noções de Direito Penal e de Direito Processual Penal, Legislação Especial, Estatística e Raciocínio Lógico.
Bloco II, com 36 questões: Informática
Bloco III, com 24 questões: Contabilidade Geral
Prova objetiva do escrivão:
Bloco I, com 60 questões: Língua Portuguesa, Noções de Direito Administrativo, Noções de Direito Constitucional, Noções de Direito Penal e de Direito Processual Penal, Legislação Especial, Estatística e Raciocínio Lógico.
Bloco II, com 36 questões: Informática
Bloco III, com 24 questões: Contabilidade Geral e Arquivologia
Prova objetiva do papiloscopista:
Bloco I, com 60 questões: Língua Portuguesa, Noções de Direito Administrativo, Noções de Direito Constitucional, Noções de Direito Penal e de Direito Processual Penal, Legislação Especial, Estatística e Raciocínio Lógico.
Bloco II, com 36 questões: Informática.
Bloco III, com 24 questões: Biologia, Física e Química.
Será aprovado na objetiva do agente, escrivão e papiloscopista o candidato que obtiver pelo menos 48 pontos na prova, além de, no mínimo, seis pontos no bloco I, três no bloco II e dois no bloco III.
Para o delegado serão 120 questões objetivas de Direito Administrativo Direito Constitucional, Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Empresarial, Direito Internacional Público e Cooperação Internacional, Direito Penal, Direito Processual Penal, Criminologia, Direito Previdenciário, Direito Financeiro e Tributário.
Será aprovado na objetiva do delegado o candidato que obtiver pelo menos 48 pontos na prova. O resultado da avaliação objetiva está previsto para 9 de abril.
O exame discursivo também variava de acordo com a carreira. Todos os cargos, exceto o delegado, realizaram um texto dissertativo de no máximo 30 linhas. O delegado, por sua vez, teve pela frente três questões dissertativas e a elaboração de peça profissional.
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