O secretário estadual da Educação de São Paulo, Renato Feder, afirmou que um novo concurso SEE SP está previsto para o próximo ano. A expectativa é de que sejam ofertadas 10 mil vagas para o cargo de professor.
O chefe da pasta foi questionado sobre a carência de profissionais, mesmo após a realização de um concurso robusto em 2023, que ofertou 15 mil vagas, seguido pela contratação temporária de docentes no ano passado.
"O governador Tarcísio, ele é muito a favor da gente ter uma boa carreira de professores que sobem nas carreiras, que ganham bem, então a nova carreira de professores de São Paulo vai de R$5 mil até R$13 mil, essa é a nova carreira que esses professores estão ingressando e a ideia é ter mais um concurso no ano que vem para 10 mil professores", disse Feder.
A informação foi passada em entrevista à Rádio CBN, no último dia 15 de abril.
Em relação ao concurso SEE SP realizado em 2023, Renato Feder disse que parte das 15 mil vagas ofertadas não foi preenchida devido à desistência de muitos aprovados.
Ainda assim, ele garantiu que novas convocações estão previstas para suprir essas vacâncias.
“Quando a gente chama os 15 mil, nem todos querem vir. Eles prestaram o concurso mas não vêm. Eles acabaram pegando um outro emprego, em outro lugar. Então, a gente chamou 15 mil e vieram 12 mil. Essas 3 mil vagas a gente chamou e aí a subida foi até 18 mil. Agora a gente vai chamar mais candidatos até completar 15 mil”, afirmou.
O secretário também esclareceu que a redução do número de professores na rede estadual — de 522 mil para 500 mil — não comprometeu a qualidade do ensino.
Segundo ele, isso se deve à ampliação do tempo das aulas, que passou de 45 para 50 minutos, além do aumento no número de professores efetivos.
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Secretário prevê novo concurso SEE SP, em 2026, com 10 mil vagas para professores
(Foto: Divulgação)
A declaração do secretário sobre a realização de um novo concurso SEE SP causou grande repercussão entre professores, sindicatos, entidades de classe e parlamentares.
O motivo da insatisfação está no fato de ainda estar em vigor o concurso público realizado em 2023, que ofertou 15 mil vagas. Diante disso, representantes da categoria cobram a convocação dos demais aprovados, antes da abertura de uma nova seleção.
A situação ganhou ainda mais relevância após o Ministério Público de São Paulo (MP SP) ingressar com duas Ações Civis Públicas (ACP), exigindo que o governo estadual preencha cargos efetivos nas escolas.
O levantamento feito pelo Grupo de Atuação Especial da Educação (Geduc), ligado ao MP SP, aponta um déficit de mais de 40 mil professores, além de 1.177 diretores e 702 supervisores de ensino na rede pública.
O Centro do Professorado Paulista (CPP), por meio do departamento Jurídico, declarou apoio às ações e reforçou a necessidade urgente de reforçar o quadro de efetivos nas escolas estaduais.
Na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) também criticou a possibilidade de um novo concurso antes do fim da validade do atual, que se estende até meados de 2026.
“Este concurso vai até meados de 2026, está em vigor. Se ele (Feder) fizer o que disse, estará cometendo improbidade administrativa. Não podemos permitir que isso aconteça”, disse o parlamentar.
Giannazi defende que a Secretaria da Educação priorize a convocação de todos os aprovados no último concurso, antes de pensar em uma nova seleção.
“A nossa exigência é que a Seduc SP faça imediatamente a chamada de todos os aprovados do último concurso”, afirmou.
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O concurso da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, voltado para o cargo de professor, contou com a participação de mais de 290 mil inscritos.
Todos os candidatos foram convocados para as provas objetivas e discursivas, aplicadas em agosto de 2023. De acordo com a Fundação Vunesp, responsável pela organização do concurso, o índice de faltosos foi de 23%.
A avaliação objetiva foi composta por 30 questões, sendo dez voltadas para Conhecimentos Gerais e Didáticos-Pedagógicos e 20 Específicas da área de atuação.
A etapa discursiva exigiu a resolução de duas questões, com foco em temas do Currículo Paulista, abordando também aspectos metodológicos e estruturais do ensino.
Uma das inovações desta edição foi a inclusão de uma prova prática, em que os candidatos enviaram uma videoaula, com duração entre cinco e sete minutos, demonstrando conhecimentos no componente curricular escolhido.
O concurso também incluiu avaliação de títulos, permitindo aos participantes somar pontos por meio da apresentação de especializações acadêmicas e comprovação de experiência profissional na área.
Do total de 15 mil vagas ofertadas no concurso da Secretaria de Educação de São Paulo, 4.258 foram destinadas a docentes com jornada de 25 horas.
As demais 10.742 oportunidades foram para professores, com carga horária ampliada, de 40 horas semanais.
As vagas foram distribuídas entre as diretorias de ensino em todo o estado, contemplando as disciplinas de Biologia, Ciências, Artes, Educação Física, Filosofia, Física, Geografia, História, Inglês, Língua Portuguesa, Matemática, Química e Sociologia.
A remuneração inicial oferecida variou conforme a jornada, sendo de R$5.300, para 40 horas, e de R$3.312,50, para 25 horas.
Segundo o governo estadual, ao longo da carreira, os profissionais podem progredir na tabela salarial e alcançar vencimentos de até R$13 mil.
Para participar da seleção, foi exigido diploma de curso superior com licenciatura plena na área correspondente. Já os candidatos à Educação Especial precisaram apresentar qualificações específicas, conforme critérios estabelecidos no edital.
