O ministério, por sua vez, disse que ainda não tem informações disponíveis sobre o tema ou sobre quando será o anúncio do concurso.
Do que já foi divulgado, sabe-se que será realizada uma prova única para auxiliar estados e municípios na seleção de professores para as escolas públicas.
A adesão ao Concurso Nacional Unificado, também chamado de CNU para professores, não será obrigatória. Estados e municípios poderão escolher entre participar ou seguir com os próprios concursos.
MEC ainda não tem data para anunciar o Concurso Unificado para professores
(Foto: Luis Fortes/MEC)
De acordo com o secretário executivo do MEC, Leonardo Barchini, a proposta é ajudar principalmente os municípios pequenos no recrutamento de bons professores.
“A ideia é que o ministério forneça as ferramentas para uma boa avaliação e que estados e municípios utilizem essa ferramenta da melhor maneira possível. Especialmente em municípios pequenos há uma dificuldade muito grande em organizar uma prova e organizar concursos”, afirmou Barchini, em resposta à Agência Brasil.
O secretário executivo ainda falou que a seleção de professores é um gargalo no país hoje, com um movimento crescente de professores temporários em estados e municípios.
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Orçamento do Concurso Unificado para professores está garantido
Questionado sobre o orçamento para a realização do Concurso Unificado para professores, o secretário executivo do MEC garantiu que está assegurado.
“É algo que já está equacionado. Nós já temos recursos suficientes no Ministério para conseguir conduzir”, disse.
O CNU para professores foi falado pela primeira vez em outubro do ano passado, pelo ministro Camilo Santana, durante entrevista coletiva no G20 Educação, em Fortaleza CE.
A ideia, segundo ele, era promover um anúncio oficial do concurso em novembro, o que não aconteceu.
Também não há informações sobre como será o formato da prova, o número de vagas e as áreas contempladas.
Ainda não foi esclarecido, por exemplo, se a seleção seguirá os moldes do Concurso Nacional Unificado, com a possibilidade da pessoa concorrer a diversas vagas e cargos realizando apenas uma inscrição.
Estudo mostra fragilidade nos concursos para professores
Em novembro do ano passado, um estudo publicado pelo Todos pela Educação mostrou uma fragilidade nos concursos para professores atualmente.
Segundo o levantamento, as provas têm dado pouca ênfase à avaliação da capacidade de ensinar. Apenas 3% das questões cobram o "Conhecimento Pedagógico de Conteúdo", que trata sobre o que e como ensinar os objetivos de aprendizagem dos currículos.
Entre os 23 concursos mais recentes para professor de Português e Matemática, do 6º ao 9º ano, só em quatro estados foram cobrados testes práticos, que consistem na elaboração de planos e demonstrações de aulas.
Nos demais, os docentes foram admitidos sem demonstração prévia de aula.
A pesquisa analisou os concursos públicos mais recentes, para selecionar professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, realizados por 23 redes estaduais e por 19 redes municipais das capitais.
No total, foram examinadas 76 provas de diferentes bancas e cerca de 5 mil questões objetivas.
“A criação de uma prova nacional de ingresso na carreira docente, anunciada de maneira preliminar pelo Ministério da Educação, pode ser um importantíssimo instrumento para melhorias desse cenário. Em primeiro lugar, porque é mais fácil produzir uma boa prova a nível central como primeira etapa dos concursos do que melhorar simultaneamente a qualidade de 5 mil provas. Além disso, as redes que aderissem à prova nacional economizariam recursos, que hoje gastam com as provas teóricas, e poderiam focar em fazer avaliações práticas com os docentes. É uma medida relativamente simples, mas que pode ter grande efeito na qualidade da educação brasileira", disse o gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Ivan Gontijo.
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CNU para professores terá prova prática?
O MEC ainda não informou se, além das provas objetivas, o concurso também terá uma prova prática, para a avaliação dos professores.
Segundo o portal G1, uma das ideias estudadas pelo MEC é utilizar o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) no concurso.
Esse exame é aplicado para ingressantes e concluintes de cursos superiores, para avaliar a qualidade das graduações.
Um Enade específico para as licenciaturas foi realizado, em novembro do ano passado, com a tentativa de obter um retrato mais preciso dos pontos fortes e fracos na formação de professores.
Um dos diferenciais é uma segunda etapa, com a avaliação de estágio obrigatório feita pelos estudantes.
Se o Enade for adotado, caberá ao Ministério da Educação convencer docentes mais experientes a fazerem o exame. Já que a prova é tradicionalmente ligada aos estudantes.