A adesão não será obrigatória e os estados e municípios poderão escolher entre participar ou seguir com os próprios concursos.
Um estudo do Todos pela Educação, divulgado nesta terça-feira, 26, mostra uma fragilidade nos concursos que são feitos atualmente.
As provas têm dado pouca ênfase à avaliação da capacidade de ensinar. Somente 3% das questões cobram o "Conhecimento Pedagógico de Conteúdo", que trata sobre o que e como ensinar os objetivos de aprendizagem dos currículos.
De acordo com o estudo do Todos pela Educação, entre os 23 concursos mais recentes para professor de Português e Matemática, do 6º ao 9º ano, só em quatro estados foram cobrados testes práticos, que consistem na elaboração de planos e demonstrações de aulas.
Nos demais, os docentes foram admitidos sem demonstração prévia de aula.
Ministério da Educação prepara CNU para professores
(Foto: Luis Fortes/MEC)
A pesquisa analisou os concursos públicos mais recentes para selecionar professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, realizados por 23 redes estaduais e por 19 redes municipais das capitais.
No total, foram examinadas 76 provas de diferentes bancas e cerca de 5 mil questões objetivas.
“A criação de uma prova nacional de ingresso na carreira docente, anunciada de maneira preliminar pelo Ministério da Educação, pode ser um importantíssimo instrumento para melhorias desse cenário. Em primeiro lugar, porque é mais fácil produzir uma boa prova a nível central como primeira etapa dos concursos do que melhorar simultaneamente a qualidade de 5 mil provas. Além disso, as redes que aderissem à prova nacional economizariam recursos, que hoje gastam com as provas teóricas, e poderiam focar em fazer avaliações práticas com os docentes. É uma medida relativamente simples, mas que pode ter grande efeito na qualidade da educação brasileira", disse o gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Ivan Gontijo.
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CNU para professores terá prova prática?
O anúncio oficial do Concurso Nacional Unificado para professores está previsto para este mês de novembro.
Em resposta à reportagem do Qconcursos Folha Dirigida, o Ministério da Educação informou que ainda não há novidades a respeito do concurso e do cronograma.
O MEC também não informou se, além das provas objetivas, o concurso terá uma prova prática para a avaliação dos professores.
Segundo o portal G1, uma das ideias analisadas pelo MEC é utilizar o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) no concurso.
Esse exame é aplicado para ingressantes e concluintes de cursos superiores, para avaliar a qualidade das graduações.
Um Enade específico para as licenciaturas foi realizado no domingo, 24, com a tentativa de obter um retrato mais preciso dos pontos fortes e fracos na formação de professores.
Um dos diferenciais é uma segunda etapa com avaliação de estágio obrigatório feita pelos estudantes.
Se o Enade for adotado, caberá ao Ministério da Educação convencer docentes mais experientes a fazerem o exame. Já que a prova é tradicionalmente ligada aos estudantes.
Orçamento do CNU para professores está garantido
Sobre o orçamento para a realização do CNU para professores, o Ministério da Educação garantiu que está assegurado.
O Concurso Unificado para professores foi informado em outubro, pelo ministro Camilo Santana, durante entrevista coletiva no G20 Educação, em Fortaleza CE.
O ministro revelou, na ocasião, que o concurso seguirá o formato do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas para a contratação de professores nas escolas.
“Estou adiantando aqui como é que vai ser, em primeira mão. Mas um dos pontos que acho importante é a sociedade compreender a importância do reconhecimento e da valorização dos professores no nosso país. Isso é uma discussão no mundo inteiro”, disse o ministro.
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Primeira edição do Concurso Nacional Unificado é realizada
Em 2024, o Governo Federal inovou com a abertura do primeiro Concurso Nacional Unificado, também chamado de Enem dos Concursos.
Foram disponibilizadas 6.640 vagas em mais de 20 órgãos e autarquias do Poder Executivo Federal. Nesse formato, o candidato realiza uma inscrição e uma única prova para disputar vagas em diversas carreiras e órgãos.
O Concurso Unificado também foi inovador ao ser realizado em 228 cidades de todo o país. Antes, os concursos federais eram feitos somente em Brasília DF ou se restringiam às capitais dos estados.
As provas da primeira edição do CNU foram aplicadas em agosto e tiveram os resultados preliminares divulgados em outubro.
Por meio do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Governo Federal já começou a planejar uma segunda edição do CNU.
Os órgãos com autorização de vagas já estão sendo contatados para manifestar interesse em aderir à seleção unificada, prevista para 2025.