O Concurso Nacional Unificado (CNU) para professores, anunciado esta semana pelo ministro da Educação, Camilo Santana, começa a ter mais detalhes revelados. Estados e municípios poderão aderir ao novo formato de seleção.
O Ministério da Educação (MEC) realizará uma prova única para auxiliar estados e municípios na seleção de professores para as escolas públicas. Atualmente, cada ente fica responsável por executar suas próprias seleções.
De acordo com o secretário executivo do MEC, Leonardo Barchini, a proposta é ajudar, sobretudo, os municípios pequenos no recrutamento de bons professores.
“A ideia é que o ministério forneça as ferramentas para uma boa avaliação e que estados e municípios utilizem essa ferramenta da melhor maneira possível. Especialmente em municípios pequenos há uma dificuldade muito grande em organizar uma prova e organizar concursos”, afirmou, em resposta à Agência Brasil.
O secretário executivo explicou que a seleção de professores é um gargalo no país hoje, com um movimento crescente de professores temporários em estados e municípios.
Ministério da Educação prepara um Concurso Unificado para professores
(Foto: Luis Fortes/MEC)
Segundo Barchini, o MEC disponibilizará uma prova e os entes federados poderão escolher a melhor forma de usar essa avaliação.
“Há um incentivo muito grande que é a organização da prova, que não é algo simples. A gente vai economizar muitos recursos de estados e municípios que gastam bastante fazendo concurso. Então, diria que o maior incentivo que o estado e município poderia ter, além de uma boa seleção e a garantia de uma boa prova, realizada pelo Ministério, é essa questão de poder aderir gratuitamente e de poder economizar recursos para utilizar em outras fontes”, ressaltou Barchini.
A adesão não será obrigatória e os estados e municípios poderão, inclusive, seguir com os próprios concursos.
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Sobre o orçamento para a realização do CNU para professores, o secretário executivo do MEC garantiu que está assegurado.
“É algo que já está equacionado. Nós já temos recursos suficientes no Ministério para conseguir conduzir”, disse.
O Concurso Unificado para professores foi anunciado na quarta-feira, 30, pelo ministro Camilo Santana, durante entrevista coletiva no G20 Educação, em Fortaleza CE.
O ministro já tinha revelado que o concurso seguirá o formato do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas para a contratação de professores nas escolas.
“Estou adiantando aqui como é que vai ser, em primeira mão. Mas um dos pontos que acho importante é a sociedade compreender a importância do reconhecimento e da valorização dos professores no nosso país. Isso é uma discussão no mundo inteiro”, disse o ministro.
Ainda não há informações sobre como será o formato da prova, o número de vagas e as áreas contempladas.
Também não foi esclarecido se a seleção seguirá os moldes do Concurso Nacional Unificado, com a possibilidade da pessoa concorrer a diversas vagas e cargos realizando apenas uma inscrição.
Todos esses detalhes do concurso serão apresentados neste mês de novembro, com um conjunto de ações para valorizar os professores brasileiros da Educação Básica.
Entre as medidas também está um "Pé-de-Meia" para as licenciaturas, isto é, bolsas para apoiar estudantes que ingressem na universidade para seguir a carreira docente.
O ministro Camilo Santana falou que as ações estavam programadas para outubro, aproveitando o Dia do Professor (15), porém precisaram ser adiadas por "problemas do ponto de vista orçamentário".
"Em relação ao Enem dos professores nós gostaríamos de agora, no dia 15 de outubro, ter apresentado o conjunto de ações de valorização do magistério dos professores brasileiros da Educação Básica. E aí houve alguns problemas do ponto de vista orçamentário e precisava mexer. Mas nós estamos fechando isso e vamos apresentar. Queríamos agora ainda em outubro, mas agora em novembro o presidente deverá lançar", afirmou Camilo Santana.
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Em 2024, o Governo Federal foi pioneiro com a abertura do primeiro Concurso Nacional Unificado, também chamado de Enem dos Concursos.
Foram disponibilizadas 6.640 vagas em mais de 20 órgãos e autarquias do Poder Executivo Federal. Nesse modelo, o candidato realiza uma inscrição e uma única prova para disputar vagas em diversas carreiras e órgãos.
O Concurso Unificado também foi inovador ao ser realizado em 228 cidades de todo o país. Antes, os concursos federais eram feitos apenas em Brasília DF ou se restringiam às capitais dos estados.
As provas da primeira edição do CNU foram realizadas em agosto e tiveram os resultados preliminares divulgados em outubro. A estimativa é de que os aprovados possam ingressar nos cargos a partir do início do ano que vem.
Por meio do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Governo Federal já começou a planejar uma segunda edição do CNU.
Os órgãos com autorização de vagas já estão sendo contatados para manifestar interesse em aderir à seleção unificada, prevista para 2025.
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