Concursos: 75% dos brasileiros apoiam estabilidade, diz pesquisa

Pesquisa Datafolha indica que 75% dos brasileiros entrevistados concordam com a estabilidade como forma de proteção dos servidores. Veja!

Política e Concursos
Autor:Bruna Somma
Publicado em:02/09/2025 às 18:34
Atualizado em:02/09/2025 às 18:34

Pesquisa Datafolha indica que 75% dos brasileiros entrevistados concordam totalmente ou em parte com a estabilidade dos servidores aprovados em concursos públicos.


Segundo a pesquisa, encomendada pelo Movimento Pessoas à Frente e divulgada no dia 28 de agosto, 47% concordam totalmente que a estabilidade é importante para proteger os servidores públicos contra pressões ou perseguições e 28% concordam em partes.


Para 11% dos entrevistados, a estabilidade não é necessária para proteção dos servidores. Outros 11% discordam em partes e 3% não souberam responder ou não concordam e nem discordam.



A pesquisa ouviu mais de 2 mil pessoas em todo o país.


A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, comentou a pesquisa.


De acordo com ela, exemplos da importância dos servidores públicos são as recentes operações da Polícia Federal e da Receita Federal, que mobilizaram agentes para desarticulação de um grande esquema do PCC.

"Sem estabilidade e serviço público forte, isso não seria possível", disse a ministra, nas redes sociais.

Dweck já tinha afirmado que a estabilidade deve ser uma garantia do servidor público e não um "prêmio para o mau servidor".

"Na nossa visão, a estabilidade é algo importante para a defesa do Estado brasileiro, mas ela não pode ser um prêmio a um mau servidor. A nossa visão é ter a estabilidade com bom desempenho. Devemos premiar os bons servidores para que eles não se sintam 'carregando nas costas o serviço público'".

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Reforma Administrativa não vai tratar da estabilidade

Está em discussão na Câmara dos Deputados uma nova proposta de Reforma Administrativa, com cerca de 70 medidas para melhorar a gestão do serviço público.


Segundo o coordenador e relator do grupo de trabalho da reforma na Câmara, deputado Pedro Paulo (PSD RJ), as propostas não vão retirar direitos dos servidores, como a estabilidade.

"Não tem uma vírgula de retirada de direitos dos servidores. É uma reforma com olhar para o cidadão e que o servidor não é o vilão, ele é o agente dessa transformação. Ele não pode ser tratado como um vilão e nem como vítima", frisou o deputado.

De acordo com o relator, a nova Reforma Administrativa descarta totalmente a antiga PEC 32.


Em 2020, o governo do então presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso Nacional a PEC 32, que trazia uma série de mudanças ao serviço público, como o fim da estabilidade para determinados cargos.

Avaliação de desempenho dos servidores é discutida

A avaliação de desempenho dos servidores públicos também está no centro do debate.


A Reforma Administrativa propõe que a progressão de carreira não seja mais baseada apenas no tempo de serviço.


O avanço acontecerá a partir da avaliação do desempenho individual. Um sistema de avaliação padrão será adotado em todos os poderes e esferas de governo.


A ministra Esther Dweck exemplificou que a estabilidade deve ter como contrapartida uma boa avaliação de desempenho. Segundo ela, isso já está em curso no Poder Executivo Federal.

"A partir do PGD, que é o Programa de Gestão e Desempenho, pode ter redução do salário por não cumprimento do plano de trabalho. Isso já aconteceu e está normatizado", disse Esther Dweck.

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Saiba os principais pontos da nova Reforma Administrativa

As propostas da nova Reforma Administrativa serão divididas em quatro eixos:

  • Governança, Gestão e Estratégia;
  • Recursos Humanos;
  • Transformação Digital; e
  • Privilégios no serviço público.

Serão protocolados três anteprojetos, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), um Projeto de Lei Complementar (PLC) e outro de lei ordinária.


O deputado Pedro Paulo já adiantou algumas medidas com impactos para os servidores públicos. Confira!

  • Avaliação de desempenho: a promoção na carreira não será mais baseada somente no tempo de serviço. O avanço acontecerá a partir da avaliação do desempenho individual. Um sistema de avaliação padrão será adotado em todos os poderes e esferas de governo, e cada carreira deverá ter, ao menos, 20 níveis para progressão.
  • Contratações temporárias: será criado um cadastro nacional para essas contratações. Os contratos poderão durar até cinco anos, com um período de 12 meses de "quarentena" antes de uma possível recontratação. Os trabalhadores terão direitos como licença-maternidade e adicional de férias em contratos com duração superior a um ano.
  • Bônus por resultado: funcionários poderão receber bônus se atingirem metas institucionais, desde que a situação financeira do órgão permita. Essa gratificação não se aplica a agentes políticos.
  • Teletrabalho: o limite para trabalhar remotamente será de um dia por semana, mas poderá ser estendido com uma justificativa formal. Haverá exceções para situações especiais, como problemas de saúde ou questões familiares.
  • Concurso Nacional Unificado: o CNU poderá ser usado para selecionar servidores para governos estaduais e municipais, com o objetivo de tornar o processo de seleção mais eficaz e transparente.
  • Concurso intranível: para determinadas carreiras será possível entrar em um nível mais alto. "Na medida que em estamos tornando obrigatório que cada carreira tenha no mínimo 20 níveis, vamos permitir que para determinadas carreiras, em caráter extraordinário, você possa ter um concurso intranível", disse o deputado Pedro Paulo.
  • Planejamento estratégico: governadores, prefeitos e o Presidente da República terão até 180 dias após assumirem o cargo para apresentar um plano de metas e indicadores para o mandato completo.
  • Fim dos privilégios: proibição das férias de 60 dias para juízes e promotores públicos e a regulamentação de 30 dias únicos de férias para todos os servidores.

Conforme o relator do grupo de trabalho, a Reforma Administrativa atingirá os atuais servidores públicos.


Em notas oficiais, entidades e sindicatos de diferentes categorias destacaram a falta de diálogo com os servidores para a construção da nova proposta da reforma. Veja os posicionamentos aqui!


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