Coronavírus: Ministério da Saúde convoca 3.996 profissionais no RJ

Para lidar com o avanço do Coronavírus, o Ministério da Saúde convoca 3.996 profissionais da área para atuar em hospital no Rio de Janeiro.

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Publicado em:17/03/2020 às 10:19
Atualizado em:17/03/2020 às 10:19

O Governo Federal vai disponibilizar 150 leitos para atender pacientes com Coronavírus, sendo 24 deles de Centro de Tratamento Intensivo (CTIs). As unidades serão abertas no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), no Rio de Janeiro. Para isso, 3.996 profissionais estão sendo convocados pelo Ministério da Saúde. 

A informação foi divulgada na última segunda-feira, 16, pelo representante do Ministério da Saúde no Rio, Marcelo Lamberti. Ele participou de uma reunião com diretores de hospitais no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).

Segundo Marcelo Lamberti, os leitos serão abertos no Hospital Federal de Bonsucesso, em um bloco que está sendo remodelado especialmente para atender aos pacientes. Se a situação no estado se agravar, o número poderá se elevar a 200 leitos.

"Nós colocaremos o Bloco 1 do HFB. Os pacientes (que lá estão) receberão alta e serão deslocados gradativamente e o prédio será reformado, para que possamos acomodar, em caso de necessidade, os pacientes infectados. As vagas ficarão à disposição da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, que é o sistema regulador", disse.

Para atender o estado, o Ministério da Saúde no Rio convoca 3.996 funcionários, que estão cedidos a outros órgãos e municípios, incluindo 630 médicos. Será feita uma triagem, para ver quem tem condições de vir trabalhar no Rio de Janeiro, atuando diretamente no combate ao Coronavírus.

O presidente do Cremerj, Sylvio Provenzano, disse que boa parte das vítimas, em outros países onde o Covid-19 chegou mais cedo, foi na categoria dos profissionais de Saúde, que precisam ter Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados para preservarem sua própria saúde.

"Não dá para brincar com falta de segurança. Hoje na Europa uma parcela que está adoentada é a dos médicos e dos enfermeiros. Porque há 15 dias estavam cuidando dos pacientes e hoje estão ficando gravemente enfermos. Não queremos que isto se repita na nossa cidade", disse o presidente.

Outro problema levantado na reunião com os diretores de hospitais é a falta de médicos intensivistas, caso a doença se alastre pelo estado. Por isso, segundo Sylvio Provezano, a única alternativa é a população se conscientizar e não ter contato com outras pessoas, a fim de evitar um colapso na Saúde. 

Hospital de Bonsucesso terá 150 leitos para Coronavírus (Foto: Divulgação)
Ministério da Saúde convoca 3.996 profissionais no RJ
para combater o Coronavírus (Foto: Divulgação)

 

Ministério da Saúde recruta 5 mil médicos

Além das chamadas de 3.996 profissionais de saúde para o Rio de Janeiro, o Ministério da Saúde recruta 5 mil médicos temporários, em todo o país, por meio do programa Mais Médicos. O intuito é dar o suporte necessário ao atendimento aos doentes por conta do Coronavírus.

O edital foi publicado na última quarta-feira, 11. O período de contratação será de um ano e os ganhos serão de R$12.386,50. Os profissionais serão distribuídos em 1.864 municípios de todo o país, além de 19 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).

Segundo a publicação feita no Diário Oficial da União, a contratação dos profissionais faz parte das medidas do Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus. Para isso, o Ministério da Saúde vai investir R$1,2 bilhão. 

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Para se inscrever é necessário ter diploma de graduação em Medicina e registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Os interessados não devem ter vínculo com programa de residência médica ou estar no Serviço Militar Obrigatório.

A carga de trabalho será de 40 horas semanais. As inscrições estão abertas no site do Programa Mais Médicos até às 18h desta terça-feira, 17. A expectativa é de que parte dos médicos já comece a atuar nos municípios no início de abril.

O edital prevê até cinco chamadas de modo a viabilizar a ocupação de todas as vagas ofertadas. Cada chamada segue imediatamente após o término da anterior, visando garantir o objetivo de suprir o atendimento à população no menor intervalo de tempo possível.