Desemprego atinge 13,9 milhões de pessoas em dezembro de 2020
De acordo com o IBGE, o setor de alojamento e alimentação foi o mais afetado durante a pandemia, seguido pelas atividades dos serviços domésticos.
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Publicado em:26/02/2021 às 10:20
Atualizado em:26/02/2021 às 10:20
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira, 26, a PNAD Contínua. De acordo com o estudo, a taxa de desocupação era de 13,9% no trimestre de outubro a novembro de 2020.
O contingente, que representa 13,9 milhões de pessoas, caiu 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre de julho a setembro de 2020 (14,6%) e cresceu 3 pontos percentuais frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2019 (11,0%).
O relatório também identificou que a população ocupada (86,2 milhões) aumentou 4,5% (mais 3,7 milhões de pessoas) em relação ao trimestre anterior e caiu 8,9% (menos 8,4 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2019.
No trimestre de outubro a dezembro, havia 32 milhões de pessoas subutilizadas no país. Esse contingente recuou 3,5% (menos 1,1 milhão de pessoas) frente ao trimestre móvel anterior.
De acordo com o IBGE, é considerado subutilizado todo aquele que está desempregado; que trabalha menos do que poderia; que não procurou emprego, mas estava disponível para trabalhar ou que procurou emprego, mas não estava disponível para a vaga.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, excluindo os trabalhadores domésticos, estimado em 29,9 milhões de pessoas, cresceu 1,8% (mais de 519 mil pessoas) frente ao trimestre anterior. Nesse mesmo período, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado (10,0 milhões de pessoas) subiu 10,8% (mais 973 mil pessoas).
O número de trabalhadores por conta própria (23,3 milhões de pessoas) subiu 6,8% (mais 1,5 milhão de pessoas). A taxa de informalidade chegou a 39,5% da população ocupada, o que representa 34 milhões de pessoas. No trimestre encerrado em setembro, a taxa era de 38,4%.
No trimestre de outubro a dezembro, havia 32 milhões de pessoas
subutilizadas no país (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
As atividades dos serviços foram as mais afetadas durante a pandemia
A PNAD Contínua também traz o cenário de perdas generalizadas na ocupação em 2020. O setor de agricultura, pecuária produção florestal, pesca e aquicultura foi a atividade com menor percentual (2,5%) de redução da população ocupada e passou a registrar 8,3 milhões de trabalhadores.
Esse contingente é o menor de toda série dessa atividade. Entretanto, de acordo com o IBGE, a perda de ocupação precede a crise de 2020, na medida em que esse grupamento registra retração desde 2012. No primeiro ano da série, essa atividade contava com 10,3 milhões de pessoas.
O grupamento formado pelas atividades da informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, também teve uma das menores perdas em 2020, de 2,6%, e com isso, o contingente ficou em 10,3 milhões de trabalhadores. O ano de 2020 interrompeu a sequência de três anos de crescimento da ocupação.
O setor de construção apresentou uma melhora no segundo semestre do ano passado, mas fechou 2020 com perda de 12,5% e a população ocupada nessa atividade baixou para 5,9 milhões de pessoas. O IBGE informa que a perda de trabalhadores na construção vem ocorrendo desde 2014, quando havia 7,8 milhões de trabalhadores.
Mesmo com o número expressivo de contratações no último trimestre de 2020, o comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas acumulou perda de 9,6% e sua população ocupada foi estimada em 16,0 milhões de pessoas.
Seguindo esse mesmo caminho, as atividades dos serviços foram as mais afetadas durante a pandemia da Covid-19 no ano passado. Dentre os grupamentos dos serviços, destacou-se o de alojamento e alimentação, que teve a maior queda (estimada em 21,3% no confronto com 2019 ou 1,2 milhão de pessoas a menos) e passou a ter 4,3 milhões de pessoas.
Antes da pandemia essa atividade tinha crescimento médio anual de 5,3% e respondia por parte importante da ocupação entre os trabalhadores informais no segmento de serviços de alimentação. Mesmo com a queda recorde em 2020, o crescimento nos anos anteriores permitiu que a ocupação nessa atividade mantivesse saldo positivo (13,0%) frente a 2012.
Dentre as atividades de serviços, os serviços domésticos tiveram a segunda maior queda (19,0%) em 2020, perdendo apenas para o grupamento de alojamento e alimentação. A atividade passou a contar com 5,1 milhões de trabalhadores em 2020, o que representa redução de 1,2 milhão de pessoas em relação a 2019.
Já o grupamento do transporte, armazenagem e correio, em 2020, contava com de 4,4 milhões de trabalhadores, representando queda de 9,4% em relação a 2019. Frente a 2012, essa atividade ainda mantém saldo positivo de 7,3% na comparação com 2012. Este grupamento tem apresentado elevação em seu contingente nos últimos anos, devido, principalmente, à expansão do transporte terrestre de passageiros.