Dia da Mulher: cresce participação feminina no serviço público
O Dia Internacional da Mulher marca a luta feminina por igualdade. No mundo dos concursos, participação feminina cresceu.
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Publicado em:06/03/2020 às 15:50
Atualizado em:06/03/2020 às 15:50
Esse domingo, 8 de março, marca o Dia Internacional da Mulher. Entre as origens mais conhecidas, está o incêndio ocorrido em 1911, na cidade de Nova York, quando quase 150 trabalhadores morreram, sendo mais de 120 mulheres. O episódio evidenciou as más condições de trabalho enfrentadas principalmente pelas mulheres na Revolução Industrial.
No entanto, outros eventos históricos do início do século XX também são lembrados nesta data, como a grande passeata das mulheres, em 1909.
De lá para cá mudanças significativas no mercado de trabalho público e privado ocorreram, com um grande aumento da participação feminina nas mais diversas profissões.
Segundo dados do Atlas do Estado Brasileiro, divulgado em dezembro de 2019, houve uma crescente inserção da mulher no mercado de trabalho nas últimas três décadas.
Em 1986, 32,1% dos postos de trabalho formais - públicos e privados - eram ocupados por mulheres. Em 2017, esta proporção aumentou para 43,3%. Apesar desta maior participação, os problemas de segregação ocupacional e discriminação salarial continuam a ocorrer, tanto no setor público, como no privado.
Mulheres ocupam cada vez mais cargos públicos em diversas áreas
(Foto: Pixabay)
Conforme o estudo, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no ano de1986, o percentual de vínculos no setor público era o mesmo entre os sexos, mas a participação feminina foi gradualmente se expandindo e alcançou 59,3%, em 2017.
Este crescimento está relacionado principalmente à expansão do emprego público municipal, em que a participação das mulheres é majoritária. Segundo o Atlas, no âmbito estadual, as mulheres também são maioria, variando em 56% e 60% no total das últimas três décadas.
Já a nível federal, os homens são maioria, contando principalmente com a presença do contingente de militares. Conforme a pesquisa, a distribuição proporcional entre os sexos permaneceu relativamente estável.
Os homens oscilaram entre 61% e 71% do total dos ocupados, mas não houve uma tendência linear de ampliação ou redução da distribuição entre sexos. "Quando os militares são excluídos do cálculo, a maioria masculina persiste, representando 54% do total de vínculos civis federais em 2017", informa parte do Atlas do Estado .
Desigualdade salarial persiste ao longo dos anos
A pesquisa do Ipea aponta que mesmo no setor púbico há diferenças salariais entre homens e mulheres. Segundo o Atlas:
Nos três níveis federativos, nos três Poderes, e praticamente todos os anos da série, os homens têm remuneração média superior à das mulheres, entre servidores civis, e esta diferença quase sempre aumentou nas últimas décadas. Em 1986, a média salarial das mulheres no setor público brasileiro era 17,1% inferior ao dos homens.
O relatório explica que apesar de o ingresso na administração pública ocorrer por concurso público - e a regra da isonomia proibir remuneração desigual para a mesma função, em uma mesma unidade administrativa, os dados agregados fazem emergir este padrão estrutural de desigualdade.
Apesar das desigualdades e dificuldades enfrentadas no dia a dia, a presença feminina é forte no mundo dos concursos. Atualmente, é possível dizer que elas ocupam cargos em todas as áreas, desde a professora infantil, até a polícial.
Pensando em todas estas servidoras que fazem a diferença, FOLHA DIRIGIDA conta três histórias que comprovam: lugar de mulher é onde ela quiser!