Prova OAB Direito Constitucional: professor dá dicas para preparação
Folha OAB conversou com o professor Paulo Nasser que deu dicas sobre Direito Constitucional para as duas fases do Exame da Ordem.
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Publicado em:23/09/2020 às 17:20
Atualizado em:23/09/2020 às 17:20
Se você está querendo iniciar a sua preparação para o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), é importante que você dê uma atenção especial para a disciplina de Direito Constitucional.
Com sete das 80 questões na 1ª fase, ela está entre as matérias com maior peso. Como o candidato preciso acertar 40 questões, quem gabarita essa matéria já alcança 17,5% do mínimo exigido para a aprovação.
Além disso, na hora de escolher a área da 2ª fase, Direito Constitucional está entre as opções. Apesar de ser uma das três menos escolhidas, é a área com maior índice de aprovação.
De acordo com dados da Fundação Getulio Vargas, organizadora do exame, nas últimas 28 edições o aproveitamento médio dos candidatos foi de 29,8%. Para nível de comparação, esse percentual em Direito Civil - que tem o segundo melhor rendimento - foi de 22,4%.
Para ajudar os candidatos que vão ter que resolver as sete questões na 1ª fase e também aqueles que escolheram essa área na 2ª etapa, Folha OAB conversou com Paulo Nasser, advogado e professor de Direito Constitucional.
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Segundo o professor, quem consegue ser aprovado no Exame da OAB não é quem sabe mais, mas sim quem está mais preparado. Confira nesta matéria algumas dicas para conquistar a sua carteira profissional.
Direito Constitucional na 1ª fase do Exame da OAB
Como já foi dito, Direito Constitucional tem sete questões na prova da 1ª fase. O professor afirma que a preparação para essa etapa precisa ser estratégica, pois não dá para estudar todas as disciplinas.
"Qual a grande estratégia na 1ª fase: é você escolher matérias para estudar. Não dá para estudar todas as 17 matérias", explica. E a sugestão do advogado é focar naquelas com maior número de questões e menor conteúdo para ler.
Entre essas opções, ele frisa que Direito Constitucional é uma delas, assim como Ética e Estatuto da OAB. “Você tem um conteúdo teórico menor e um número de questões maior, então sua probabilidade de ter uma assertividade grande é boa”.
Além, Nasser chama atenção para um ponto: "embora a prova de [Direito] Constitucional tenha sete questões, em regra, a prova vem com de 10 a 15 questões. Cai questões de Constitucional em Administrativo, Processo Penal, Processo Civil...".
Por ser um conteúdo mais básico, acaba por estar presente em outras áreas do Direito e, por isso, é comum encontrar questões de outras disciplinas que cobram conhecimentos de Constitucional.
O professor também explica que, historicamente, as questões de Direito Constitucional e de Ética estão intimamente ligadas ao índice de aprovação/reprovação. "[Se] elas vêm mais difíceis, reprovam mais; [se] elas vêm mais fáceis, reprovam menos”, conta.
Outra questão levantado por Paulo é que é comum que os futuros advogados tenham traumas com a matéria. "[Direito] Constitucional é dado muito no início da faculdade, e o aluno não tem muita maturidade acadêmica para entender aquilo", pontua.
Dessa forma, o estudante acaba vendo uma matéria teórica muito pesada nos primeiros períodos da graduação e aquilo vira um trauma. Com isso, a dica do professor é entender que essa é uma área prática, que conversa com outras áreas do Direito e está presente no dia a dia da sociedade.
Se você escolheu Direito Constitucional para a prova prático-profissional, o professor conta que a prova não costuma ter surpresas, o que torna a preparação mais fácil de ser feita.
“É uma prova sem surpresas; uma prova clássica! Você sabe o que você vai ter que ensinar, o aluno sabe o que ele vai ter que aprender e quando ele chegar na prova ele vai encontrar aquilo que ele viu”, comenta.
Segundo Paulo, isso não quer dizer que a prova seja fácil, mas que, do ponto de vista teórico, o conteúdo é previsível, "o que facilita muito na hora de estudar”, explica. De uma etapa para a outra, o aluno acaba tendo menos de dois meses para se preparar.
Contudo, com dedicação nos estudos, o professor observa que os alunos têm bastante evolução até o dia da prova. “Eu fico impressionado com o ganho que essas pessoas têm na preparação para a 2ª fase e não é só em Constitucional, não, falo em outras matérias também".
A justificativa para essa evolução, de acordo com Nasser, é que os futuros advogados acabam tendo uma imersão no conteúdo durante esses dias dedicados ao estudo e isso é fácil de ser percebido na prática, pois eles saem da preparação sabendo conteúdo teórico e processual.
Em relação ao índice de aprovação, o professor diz que é porque "não tem surpresas na correção [da prova] e nem nas questões que vão vir".
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Dicas para estudar de forma eficiente
Primeiramente, o professor afirma que o candidato precisa entender o exame. Por isso, é importante realizar a leitura do edital e, além disso, realizar provas antigas para observar a forma que a banca cobra os conteúdos e forma certa de responder.
“Não é colocar na prova o que você acha que é conhecimento do Supremo, STJ ou da doutrina. É saber o que você precisa colocar na prova para pontuar no espelho de correção”, explica.
Quando você entende como o exame funciona, se torna mais fácil para trabalhar, durante a preparação, naquilo que o examinador quer de você. E, para uma melhor organização, o professor indica fazer um plano de estudos.
Para isso, você vai começar vendo o número de horas disponíveis que você pode estudar por dia. Pegue um papel e anote: 'segunda-feira eu posso estudar X horas, na terça-feira...'
Depois, veja quantas horas disponíveis você tem por semana e calcule quanto tempo tem até o dia da prova. Segundo Nasser, você vai ter um "banco de horas", que deverá ser dividido entre as matérias que você tem para estudar.
O professor conta que no início demora para conseguir pegar o ritmo, mas o importante é manter a constância. Por fim, o conselho é que você passe logo na prova, "porque é menos uma coisa na sua vida”, brinca.