Eleições 2020: 'A gente tem que valorizar o servidor público', diz Glória Heloiza

Conheça as propostas de Glória Heloiza, candidata à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSC nas eleições 2020.

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Publicado em:04/11/2020 às 09:00
Atualizado em:04/11/2020 às 09:00

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  • Por que a senhora quer ser prefeita da cidade do Rio de Janeiro. Quais são os seus diferenciais em relação aos demais candidatos? 

Olha, são vários motivos, mas eu vou citar um primeiro que eu acredito que é um motivo muito importante para que a população carioca tenha sabedoria de escolher o seu próprio candidato e possa realmente entender. Primeiro, eu sou ficha limpa, tenho caráter, venho de uma família muito simples e muito humilde, que me ensinou que limitações financeiras não são, efetivamente, limitadoras de sonhos, porque com muito trabalho, foco, determinação e vontade nós conseguimos ocupar o espaço que realmente nós desejamos.

Durante toda a minha vida como juíza da Infância e Juventude, eu cansei de ver crianças sem escola, eu cansei de ver, por exemplo, adolescentes sem o primeiro emprego, eu cansei de ver idosos e famílias buscando o Judiciário para ter de fato os seus direitos mais básicos. 

Na realidade, eu administrei a crise da maioria da população carioca, que é aquela população que realmente precisa ter hoje uma voz, alguém que olhe por ela realmente. Precisa ser vista, porque sabemos hoje que existem dois Rios de Janeiro: um que ninguém quer saber; e o outro que é atendido, mas sem a qualidade que o serviço público necessita, efetivamente, ter.

Como eu cansei de ver a população sofrendo, eu lancei esse desafio de me tornar a primeira mulher prefeita da cidade do Rio de Janeiro. Primeiro, porque senti na pele essas dificuldades quando era jovem, mas eu tive oportunidades para estudar, eu tive oportunidades para trabalhar e conseguir o meu espaço na minha vida profissional. Então, essa mesma oportunidade, eu quero implementar para todos os cariocas. Eu não quero atender a mil pessoas que chegarem à minha porta, eu quero atender e dar oportunidade para todos as famílias cariocas.

Então eu tenho essa experiência profissional de política pública, porque na verdade as pessoas me procuravam para que eu fizesse aquilo que os gestores não fizeram.

 

  • Manter uma relação de harmonia com os governos federal e estadual é de suma importância para os municípios, sobretudo para captar investimentos para a cidade. Caso eleita, como pretende relacionar-se com o governador em exercício, Cláudio Castro, e o presidente Jair Bolsonaro?

Durante o meu período de trabalho, ou na advocacia ou como juíza, minha marca registrada sempre foi de uma mulher que cria pontes de relacionamento. Eu sempre fui uma mulher de diálogo e até quero dizer que eu implementei um técnica de resolver conflitos através da mediação. O mediador é um facilitador.

Enquanto prefeita, eu entendo que nós temos que sair do gabinete e se relacionar com todos aqueles que vão beneficiar a cidade do Rio de Janeiro. Governar significa ter um bom relacionamento, se despir das vaidades, ter humildade. Situações ideológicos que acabam promovendo ruídos elas precisam ser desfeitas.

No meu governo, a população carioca terá certeza que, com a minha humildade, com o meu pensamento, que é o pensamento de uma mulher que cria pontes e destrói muros de relacionamento, nós vamos conseguir caminhar juntamente com o governo do estado e também com o governo federal, e mais: com a própria população e até com organismos internacionais.

A nossa proposta é justamente trazer dinheiro novo através desse relacionamento, para que a cidade do Rio de Janeiro possa ser reconstruída e que nenhum carioca tenha medo de ir para as ruas ou de ir para as urnas, porque terá a certeza absoluta que, na qualidade de prefeita, nós vamos realizar uma administração participativa.

De um lado, com a população que merece esse destaque, que merece participar dessa reconstrução; do outro lado, todos aqueles que, independentemente de questões de governo ou qualquer tipo de ideologia político-partidária, possam realmente somar esforços para que a cidade do Rio de Janeiro volte a ser reconstruída e para que o carioca tenha a certeza que ele pode permanecer na sua cidade e ter esse orgulho de não só permanecer, mas de trazer amigos e visitantes para que possam conhecer a cidade e transitar nela de forma que nós tenhamos esse exemplo para mostrar para o mundo de que o carioca sabe se relacionar. 

 

  • A pandemia fez com que milhares de brasileiros perdessem o trabalho, e os trabalhadores do Rio de Janeiro foram um dos mais afetados em todo o país. Caso eleito, quais ações pretende desenvolver para gerar renda para a população e contribuir para a criação de novos postos de trabalho na cidade do Rio de Janeiro?

Nós temos diversos fatores que nós podemos estabelecer aqui que são pilares do meu plano de governo é visando justamente essa retomada da economia que é tão importante para que se crie oportunidades de emprego e renda para as pessoas. A pandemia desnudou muitas fragilidades, mas ao mesmo tempo nos deu a visibilidade daquilo que nós precisamos fazer para que as pessoas tenham a certeza que o pão de cada dia não vai faltar na sua mesa.

Nós temos, por exemplo, a vocação natural da cidade do Rio de Janeiro que é o turismo, que está relacionado diretamente com a cultura. São dois pilares muito fortes, que precisam ser resgatados e valorizados, porque através deles nós vamos conseguir a empregabilidade das pessoas e, mais do que a empregabilidade, o primeiro emprego, a partir do momento que nós temos a consciência de que o turismo e a cultura são verdadeiras indústrias que potencializam a economia.

O gestor que não olha para o turismo e para a cultura, ele na verdade está indo na contramão daquilo que a cidade do Rio de Janeiro tem de melhor. Nós teremos a possibilidade de fomentar a economia criativa e a gente sabe que o carioca é extremamente criativo, por conta dessa identidade cultural, dessa mistura da arte com força de trabalho.

A gente sabe que a cidade do Rio de Janeiro respira cultura em cada local, então a gente pode sim ter a certeza de que nós vamos, através desses dois pilares, fazer com que haja empregabilidade em setores que estão relacionados a esses dois segmentos: a gastronomia, entretenimento, bares, restaurantes, feiras, audiovisual, cinema…

Então, todos esses segmentos dão oportunidades para que todas as pessoas possam rapidamente trabalhar, porque é oportunizar de forma imediata para que as pessoas possam realmente trabalhar.

O outro é que quando você enxuga a máquina administrativa, de forma que você não desperdice dinheiro, de forma que você consiga dar destinação adequada para o dinheiro público, nós também produzimos economia. Nós vamos economizar de forma que nós possamos então dar uma melhor destinação para o dinheiro público e isso ajuda a acrescentar o nosso orçamento. Então, esses dois grandes pilares são bem importantes.

E quando a gente fala em enxugar a máquina administrativa, a gente não está falando em demissão, a gente só está falando na utilização, por exemplo, da tecnologia para evitar desperdício e também desvio de dinheiro público. Nós fazemos isso com inovação!

O meu primeiro decreto como prefeita será estabelecer uma governança que vai ser complementada com muito compliance, com muita boa prática, com muita boa fé, de que somos e seremos transparentes, onde toda a população irá efetivamente acompanhar os nossos contratos e as nossas ações. E para que a gente possa dar essa certeza de que o dinheiro público não será desperdiçado, nós vamos implementar a tecnologia para que justamente possa dar essa oportunidade para a população.

Quando você tem uma administração qualificada, com projetos técnicos, com transparência, com a participação da população e com mecanismos tecnológicos para evitar desvios e, inclusive, evitar que ocorra a corrupção - porque é isso que a população realmente não aguenta mais - nós teremos a certeza que o nosso governo vai se sustentar.

A administração pública precisa ser sustentável e a sustentabilidade vem através dessa transparência que estamos e vamos implementar em todas as secretarias. Então, vestir a camisa, quando a gente fala em compliance, a gente fala em fazer o certo, cumprir as normas, e as normas são normas transparentes, onde toda a população vai fiscalizar como realmente deve toda a nossa ação administrativa.

E nós vamos conseguir enxugar a máquina administrativa dando mais condição para que o dinheiro pública venha a ser investido no lugar certo. Qualificar despesas e trazer receita nova através da indústria do turismo e da cultura irão nos facilitar a aquecer o nosso orçamento. E, claro, trazer dinheiro de outros espaços, mas para trazer dinheiro de outros espaços nós precisamos ser uma cidade inteligente e uma cidade resiliente.

O que é uma cidade resiliente? Aquela que está preparada para situações difíceis emergenciais. O Rio de Janeiro não é, infelizmente, uma cidade resiliente e a Covid-19 nos demonstrou tudo isso. Houve uma falta de relacionamento e as ações descoordenadas fizeram com que o socorro à população chegasse fora do tempo.

Quando nós falamos de uma cidade inteligente, nós falamos em uma cidade controlada, numa cidade humanizada, numa cidade totalmente integrada, onde todos os serviços estão funcionando, para que nós possamos realmente dar essa dignidade e trazer novos investimentos. Novos investimentos só são trazidos quando uma cidade gera empatia.

Para gerar empatia, você precisa também ter esse controle para fazer com que os serviços mais básicos funcionem desde a informação, porque o turista, por exemplo, quando vem a nossa cidade, ele precisa de informação no lugar certo, investidores internacionais e até os nacionais, a gente está falando da parceria público-privada, precisam ter a certeza de que seus negócios irão realmente se desenvolver a partir dessa política de facilitação.

A administração pública tem que ser uma facilitadora para gerar novos negócios e não só gerar novos negócios, mas para fazer que a população compreenda que nós não teremos burocracia. A burocracia é uma velha política de administrações passadas que precisa ser retirada deste contexto de administração pública.

Facilitar, empreender e dar essa transparência para todas as pessoas que estão nos ouvindo e, efetivamente, terão a oportunidade de depositar o seu voto de confiança no dia 15 de novembro é a solução para que a cidade possa realmente ser reconstruída. 

 

  • Quais são seus planos para gerar os primeiros empregos e como fazer para alcançar o pessoal de baixa escolaridade e baixa renda?

Eu até gosto de falar sobre esse assunto, porque eu tive meu primeiro emprego como jovem aprendiz e foi isso que me deu a oportunidade de cursar a minha faculdade e depois me tornar advogada. Então, a gente sabe na pele a necessidade que um jovem tem de realmente ter essa qualificação profissional que está, na verdade, relacionada com a educação.

Quando você tem educação de qualidade, uma educação acessível e a possibilidade de se especializar, você percebe que esse jovem tem essa oportunidade que é oferecida pela iniciativa privada.  

Durante muito tempo, enquanto juíza da Infância e Juventude, a nossa preocupação foi justamente de garantir esse primeiro emprego ao jovem aprendiz a partir de 14 anos. E quando a gente fala do primeiro emprego do jovem aprendiz, a gente está falando justamente dessa classe de jovens vulneráveis - ou vulneráveis socialmente ou vulneráveis financeiramente  - que, na verdade, não conseguem esse primeiro emprego porque não tem essa qualificação.

Então, estou buscando, como já busquei anteriormente com outras iniciativas privadas quando eu fui juíza, esse cadastro único de jovens vulnerávei, onde dentro desse cadastro único de jovens vulneráveis nós tínhamos a noção da sua escolaridade e daí, através dessa noção de escolaridade, nós conseguimos captar dando reforço, através da educação, para que eles pudessem ter essa oportunidade.

Neste momento, o que a gente precisa fazer é que como o jovem que ainda faz parte do nosso presente trabalha na informalidade, e não deveria, mas também faz parte do nosso público, nós precisamos conscientizar a iniciativa privada que essa oportunidade precisa ser garantida. E o Poder Público, a administração municipal, precisa oferecer as chances juntamente com essa questão da educação, que precisa ser de qualidade, e dar essa chance de ser essa mola propulsora que é a qualificação profissional.

Nós temos que realmente juntar todas essas políticas públicas e criar essa consciência de que, através dessa parceria público-privada, nós vamos efetivamente gerar esses empregos para o jovens.

Eu tenho a ciência que, praticamente, a maioria desses jovens, porque não tem a sua qualificação profissional, não tem as mesmas condições de competir com os demais, porque a sua educação não foi oportunizada, não se deu oportunidade para ele, eles não têm muitas chances no mercado de trabalho, mas nós vamos mudar essa métrica e nós vamos fazer com que todos os nossos jovens a partir do ensino fundamental tenham essa qualificação para competir com todos os demais e, assim, gerar essa porta de trabalho para todos eles.

Isso não é difícil, isso é totalmente possível, mas para isso precisa ter uma gestão que entenda que a educação é uma janela de oportunidades e transforma a realidade. Eu fui transformada por essa janela de oportunidades, mas na minha época as pessoas tinham a chance de estudar. Hoje, as pessoas vão ao Judiciário para ter uma vaga na escola e isso é um absurdo, nós temos realmente que definir papéis: o administrador público, prefeito, precisa ter a consciência de que não se desvia verba da Educação, de que a Educação precisa ter uma plataforma de acessibilidade, isso significa dizer que é para todos os jovens, quero deixar isso claro, jovens que possuem condições especiais e a gente pode falar portadores (sic) de necessidades especiais, portadores (sic) de deficiências físicas, todo tipo de deficiência.

A gente está esquecendo disso? Eu não esqueço! Porque eu vivenciei na pele essa necessidade de jovens portadores (sic) de deficiências física, visual, auditiva, locomotora e intelectual que precisavam também dessa empregabilidade e não tinham, porque não tinham uma educação próxima deles que gerasse essa oportunidade.

Então a gente está falando de uma plataforma de educação que venha a ser inclusiva e dar a oportunidade para todos. Essa é minha plataforma de trabalho que vai gerar esse primeiro emprego, mas precisamos da parceria público-privada para que isso possa acontecer. Deixo claro também que não é só em relação ao jovem a [questão da] empregabilidade, não.

A gente sabe que, por conta da pandemia, muitos perderam a esperança e os empregos. Mais de 10 mil cariocas. Estou falando assim baseada nos números, mas a gente sabe que 10 milhões de pessoas já perderam seus empregos. Muitos sequer chegaram a bater na porta para conseguir sua carteira assinada porque ficaram desesperançados, nós temos três casos que nós devemos contemplar: aqueles que estão no subemprego, porque não conseguiram sair da informalidade e perderam a esperança; aqueles que perderam seus empregos; e aqueles que querem ter a primeira oportunidade, que são os jovens.

Para isso, eu tenho que valorizar a energia do microempresário, que esse gera, realmente, emprego. Temos que valorizar aqueles que têm a oportunidade, que são empresários individuais ou então a gente está falando da pessoa que desenvolve o seu negócio, mas precisa sair da informalidade para poder expandir o seu negócio. Então, quando você valoriza a energia empreendedora das pessoas, a gente consegue realmente, nessa força de trabalho, gerar oportunidades para todos.

 

  • Existe um cenário de que há dois anos a cidade do Rio de Janeiro opera acima da lei de responsabilidade fiscal. Como trabalhar, dentro de uma prudência fiscal, para que isso não ocorra?

Como falamos, só uma administração/gestão profissional para identificar onde é o gargalo, para evitar essa ruptura da lei de responsabilidade fiscal. É inadmissível que um gestor não siga essa legislação, por isso eu estou falando que o compliance é seguir a norma pela própria norma, é um indicador, é uma base, é um pilar que vai nos ajudar a profissionalizar a gestão.

O que falta e sempre faltou foi uma gestão de qualidade, uma gestão técnica que esteja realmente relacionada com a tecnologia e com a transparência, onde você possa realmente identificar onde você está desperdiçando energia, onde você está desperdiçando dinheiro público.

Existem várias pessoas fazendo várias coisas ao mesmo tempo e que não efetivamente o resultado que a população deseja ter. A gente está cansado de um serviço público que não é auditado, que não há um termômetro para verificar se esse serviço prestado por determinada pessoa está gerando o resultado que a população deseja.

Por isso, eu sempre falo, e eu quando fui juíza eu administrei o meu serviço dessa forma eu traçava metas depois eu traçava a medição dessas metas e o resultado que eu queria atingir. O administrador que não traça metas, que não planeja as ações para que essas metas e realizem e depois que não tem a coragem de observar os resultados, não é um bom gestor.

Na minha administração isso não vai acontecer, porque quando você audita os serviços e os prestadores dos serviços, você tem a possibilidade de retirar aquela ação ou aquele prestador que não dá a qualidade do serviço que o carioca merece e modificar o seu plano de estratégia ou você vai verificar que o seu plano de estratégia está dando certo, então vamos incentivar cada vez mais.

Para isso, a gente tem que ter essa coragem de tirar os enganos, os erros debaixo do tapete e perceber onde você está falhando, porque eu sempre disse que o erro é o elemento pedagógico para o aperfeiçoamento. errar faz parte da condição humana, persistir no erro não.

Então, quando você erra e você tem a visão de que você errou e você pode aprimorar não tem problema expor essa situação, então eu fico assim muito indignada de verificar que apesar de se perceber nitidamente os erros que todas as políticas públicas da educação, da saúde, do urbanismo as pessoas insistem em dizer que deu certo.

Não deu certo, mas pode dar certo, pode dar certo a partir do momento que você tiver a postura de não ter medo, de trazer à tona para que a população tenha ciência do que você fez. Essa é a minha política.

Vamos construir juntos sem medo de expor as nossas fragilidades, mas com a coragem de realmente retomar para ter resultado que a população espera. A população espera um serviço de qualidade, porque ela paga impostos que saem do bolso dela e nós temos que ter o profissionalismo de administrar esse orçamento público com dignidade e com respeito com relação ao cidadão e com a cidade do Rio de janeiro.

 

  • Quais ações a senhora pretende desenvolver para valorizar os servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro? No seu governo, eles terão um papel de protagonista?

A gente tem que valorizar o servidor público. Eu fui servidora pública durante 23 anos e fui protagonista de uma missão: a missão de prestar melhor cada vez mais o meu serviço. Essa missão eu desenvolvi a várias ações sempre com esse termômetro de saber se o meu resultado como juíza de dar a celeridade aos processos com uma resposta imediata, porque crianças não podiam esperar, idosos muito menos, ninguém.

Na verdade, eu entreguei o meu serviço e com certeza deixei um grande legado e podia dormir todos os dias porque eu dava o meu melhor. Entendo que o servidor público precisa ser valorizado, porque ele faz um concurso público, porque ele é altamente técnico, mas para isso nós temos que valorizar todos os servidores e estipular também metas para que eles possam também atingir outros níveis, aprimorando o seu serviço.

O servidor será protagonista sim do seu serviço, mas o serviço público precisa ter uma nova roupagem, essa roupagem de que nós temos que servir a população com qualidade e essa qualidade vem através da qualificação técnica. Então é estabelecer metas, verificar resultados, qualificar cada vez mais o servidor público, fazer o pagamento em dia para que ele possa também ter um incentivo de que o seu trabalho está bem visto pela população.

Eu acho que o que mais desmotiva o servidor público é quando ele não consegue desenvolver o trabalho dele com qualidade por falta de condições de trabalho. o que vamos estabelecer que todos os servidores tenham condições de trabalho eu quero citar um exemplo: a gente viu através da covid-19 que a implementação do trabalho remoto, do teletrabalho, funcionou bastante, gerou muitos resultados, porque a população recebeu essa contrapartida, mas a gente precisa verificar também que além disso trouxe qualidade de vida para o servidor, que pode estar mais com a sua família, mas, além disso, ouviu o estabelecimento de uma produtividade.

Então, quando você - e eu farei isso na minha gestão - passa a desenvolver essa experiência que deu certo, além de produzir a economia, e a gente está falando até da economia em relação à utilização dos equipamentos, você também gera a qualidade de vida para o servidor e gera também a possibilidade de um serviço mais ágil.

Um exemplo que nós vamos implementar e incentivar é o trabalho remoto, mas um trabalho remoto medido constantemente para que nós tenhamos verdadeiramente um resultado que a população espera que é esse serviço rápido, de qualidade, sem burocracia, um serviço público facilitado.

 

  • Há uma década não é feito concurso para fiscal de rendas da Prefeitura do Rio. Sabe-se que há apenas 202 fiscais na ativa, quando a lei estabelece 400. Pior: 30% do atual quantitativo está para se aposentar. Na sua visão, contratar fiscais é um investimento e não uma despesa para os governos? Se for eleita vai abrir concurso público para fiscais? Sua meta é fazer isso ainda no seu primeiro ano de mandato?

Olha, como a gente vem conversando, a gente sabe que neste momento nós não podemos fazer promessas que não irão se cumprir. A população carioca está cansada de promessas que não se cumprem, os servidores estão cansados de promessas que não se cumprem, então quando você fala na necessidade de se promover concursos públicos para que outros servidores ingressem nas suas carreiras em razão de uma defasagem que é nítida, a gente olha isso com reservas e preocupação.

Primeiro, que eu não tenho os números de como o atual gestor deixará o nosso orçamento, eu falo nosso porque o orçamento é da população, é do carioca, então a gente não pode falar em estabelecer um novo concurso público porque isso já impacta diretamente no pessoal, ou seja, nas pessoas, nos servidores, então isso gera despesas, inclusive, despesas previdenciárias.

Quando a gente fala em fazer concurso, a gente fala na possibilidade de incorporar novos servidores, então nós estamos criando mais despesas e como nós estamos com a lei de responsabilidade fiscal, esse teto já foi extrapolado. A gente tem que ser muito claro aqui, muito verdadeiro, neste primeiro momento, podemos estabelecer identificar quais são os números do nosso orçamento para fazer os direcionamentos.

É claro que não existe gestor que não tenha razoabilidade, pelo menos eu penso dessa forma. Nós temos realmente que promover a acessibilidade de empregos, inclusive públicos, para que a gente possa saciar essa demanda e essa insuficiência dentro desses cargos que são tão necessários, mas isso num primeiro momento ainda não podemos prometer, pois nós não sabemos os números.

Agora, o que nós podemos prometer é que as pessoas que já estão trabalhando terão seus salários em dia. O que nós podemos prometer é que nós vamos valorizar a energia do servidor público, vamos por exemplo estabelecer premiações para que efetivamente o serviço seja bem prestado, o mérito do servidor precisa ser valorizado, tudo isso nós vamos estabelecer, planos de carreira, é importante que se estabeleça plano de carreira adequado, mas falar de um novo concurso público hoje sem dinheiro é uma promessa que não se cumpre e eu não posso fazer porque eu tenho muita responsabilidade com a população carioca, com você que é servidor público e com as minhas propostas.

As minhas propostas são nesse sentido de estabelecer metas, verificar no primeiro ano de governo o que nós podemos fazer com dinheiro, para que as pessoas possam entender o que nós vamos fazer nos quatro anos de governo consertando tudo aquilo que não foi consertado tudo aquilo que não foi estabelecido de forma correta, de forma legal.

Como eu falei, compliance é cumprir as metas, as normas pelas normas, fazendo certo pelo certo, e é isso que a população carioca espera e o servidor também. Nós vamos fazer o certo pelo certo, estabelecendo na verdade situações prioritárias que vão se melhorar, porque nós acreditamos nisso, porque eu sairei do meu gabinete para buscar investimentos para que nós possamos suprir todas as deficiências, inclusive com pessoal, mas jamais vamos extrapolar limites de responsabilidade fiscal, porque a lei se cumprir e eu aprendi durante 23 anos de carreira a cumprir a lei.

 

  • Para agente de preparo de alimentos da Comlurb, não é feito concurso desde 2011, já para merendeira da SME, há quase duas décadas. Considera fundamental abrir concursos para essas duas carreiras?

Quando você toca no assunto da merendeira, isso me recorda a minha infância, porque estudei em colégio municipal próximo da minha casa, e aquela merenda aí importante para o meu desenvolvimento saudável para eu poder me alimentar na escola, então gente sabe da necessidade de se valorizar essas merendeiras que produzem alimentação, café da manhã, almoço de muitas crianças e a gente sabe também que é a única alimentação que muitas delas possuem, então isso é muito importante.

Quando a gente faz uma reforma administrativa enxuga a máquina administrativa, e enxugar significa verificar efetivamente quais são os espaços ociosos e pode inclusive produzir a economia que a gente espera para que a gente possa ampliar outros segmentos, o que eu posso dizer neste momento é que com essa gestão em que você vai perceber onde está o gargalo das dificuldades onde está tendo desperdício do dinheiro público.

Nós vamos, sim, a partir dessa força de base, produzir o que for necessário para que nós possamos então valorizar o segmento da educação e também dentro do segmento da zeladoria, da conservação da cidade, a necessidade de valorizar não só as merendeiras, mas também os garis.

Nós sabemos da nossa necessidade, mas como eu posso continuar dizendo, com a tecnologia nós vamos observar quais são os desvios, as faltas e necessidades em outros segmentos, para otimizar a nossa força de trabalho e fazer com o que nós venhamos a conseguir a economia do dinheiro público.

No meu primeiro momento, eu vou deixar claro, o objetivo é listar essas prioridades e identificar como é que nós vamos reprogramar a máquina administrativa, como é que nós vamos enxugar a máquina administrativa para gerar receita nova, além de novos investimentos que vão oportunizar e promover a possibilidade de nós darmos efetivamente a qualidade de serviço na educação, falar em contratação de merendeiras, falar em contratação no serviço público para esse segmento, como eu falei, não é prudente neste momento.

O que é prudente neste momento ela está as prioridades, identificar porque a prestação de contas do município ainda não foi estabelecida como deveria ter sido pelo próprio gestor, para que nós possamos saber quais são os locais onde nós vamos ter a criatividade suficiente para economizar o dinheiro público e trazer a novos investimentos para que tudo possa voltar a funcionar.

A cidade precisa estar limpa, precisa gerar empatia. Quem é que gosta de visitar uma cidade suja? Ninguém! Como é que você vai trazer dinheiro de fora, se a cidade do Rio de janeiro está esburacada, se o serviço de recolhimento do lixo não está sendo feito de forma eficiente, então a gente precisa acatar a zeladora do nosso município, para gerar a empatia que o turista necessita para que ele nos possa visitar.

Então, são seis pilares que nós temos o nosso plano de governo: o primeiro é estabelecer essa governança com compliance, transparência, ética; o segundo é fazer essa reforma administrativa, estruturá-la de forma que a cidade possa ser resiliente e que o serviço público venha ser um serviço de qualidade; o outro é incentivar o turismo e a cultura para gerar novos empregos, gerar receita rapidamente; outro é conservadoria da cidade; temos também a questão das ações sociais que nós vamos realmente promover para gerar possibilidade de dignidade da população e depois a gente pode falar sobre o meu plano de assistência social, que é por onde nós vamos unificar todos os serviços sociais, os benefícios sociais em um único cartão para que o próprio cidadão seja administrador do seu próprio dinheiro, então isso é bem importante de se colocar e deixar muito claro para toda população.

A gente sabe que existem muitos benefícios sociais, como o bolsa família, mas são benefícios limitados que não têm continuidade e às vezes as pessoas têm muita dificuldade de ter suas mãos esses benefícios porque está muito centralizado. No meu plano de governo, nós estamos estabelecendo um único cartão, eu ainda estou pensando no nome do cartão, onde todos esses benefícios serão agregados nesse documento, nesse cartão, além de implementar uma renda que não é emergencial, uma renda fixa durante quatro anos de governo, então nós vamos concentrar para que os cidadãos tenham em suas mãos um único cartão e que ele mesmo possa administrar com independência a utilização desses benefícios.

Com isso, ele saberá que o pão de cada dia não faltará em sua casa, mas além disso nós vamos dar condições para que ele possa trabalhar, porque ninguém precisa e nem deseja viver com assistencialismo, o que as pessoas querem na realidade é trabalho.

Esse programa de assistência é um programa que não é emergencial, porque emergência acaba, mas é um programa permanente durante quatro anos, onde quando você não estiver trabalhando e utilizando a sua força de trabalho esse mínimo será garantido para que ninguém passe fome, porque a gente sabe que uma das grandes metas das organização das nações unidas, desde 2015, e era uma meta traçada para todos os países até 2030, é de erradicar a fome e a pobreza.

Dessa forma, nós vamos conseguir implementar essa política de desenvolvimento sustentável dentro da nossa cidade do Rio de janeiro e mostrar para o mundo que nós vamos conseguir aderir aos programas de sustentabilidade da ONU, fazendo igualmente como todas as cidades do mundo.

 

  • Quais são seus projetos para a Guarda Municipal do Rio de Janeiro? Ampliar o efetivo, por meio de abertura de concurso, é um dos seus objetivos, sobretudo porque a corporação tem um elevado número de servidores com idade para se aposentar? 

A guarda municipal precisa ser valorizada e ela pode protagonizar juntamente com as demais forças de segurança a possibilidade de se fazer com que o cidadão de bem possa estar nas ruas, nos locais em que ele desejar.

Eu sempre falei que a cidade do Rio ela precisa ser a extensão do quintal da nossa casa, o quintal da nossa casa é um local seguro, onde você gosta de permanecer. Quando eu falo sobre a guarda municipal, para além do armamento da guarda municipal, pois essa questão já é um direito, nós precisamos dar uma destinação mais eficiente para guarda municipal.

Ela vai atuar na prevenção primária juntamente com as demais forças de polícia, então a integração das forças de polícia é necessária para que essa força de segurança venha realmente se estabelecer e para estabelecer o seguinte compromisso: as fiscalizações de posturas municipais, a guarda municipal hoje tem a destinação que é de promover a segurança do indivíduo.

Em que local? No local onde a gente pode inclusive fomentar mais o turismo e a cultura. Então, deslocar a guarda municipal para os locais principais do comércio, para você que é empreendedor tenha a certeza de que você vai conseguir trabalhar, próximo dos restaurantes e dos bares. Eu fiz uma pesquisa no meu Instagram, confere lá e me segue nas redes sociais, quais são as maiores demandas que a população realmente identifica para fomentar o turismo e todos falam na segurança.

Então, a falta de segurança, essa sensação de intranquilidade, ela intimida esses segmentos de trabalho e dificulta a visitação de novas pessoas, os turistas, dentro da nossa cidade. Quando a gente fala de turismo, é turismo local, turismo nacional, turismo regional, e a guarda municipal pode protagonizar, sim, fazer uma política de proteção primária para cidadão, além de estabelecer um plano de carreira para valorizar essa energia do nossos guardas municipais.

O prefeito pode, sim, protagonizar a segurança pública ao lado do governo do estado e do governo federal. Para isso, basta integrar a guarda municipal nas forças de segurança e valorizar essa energia, e nós precisamos fazer isso dessa forma.

 

  • Na área de Saúde, sai governo e entra governo, e a população do Rio continua a sofrer com um atendimento deficitário, ocasionado sobretudo pelo déficit de pessoal, falta de estrutura nos hospitais?

Eu penso que a saúde precisa realmente funcionar, funcionar de forma que a população quando buscar esse serviço tenha esse serviço próximo de casa, de forma facilitada. a gente sabe identificar várias situações que desqualificam esse serviço tão básico e essencial para a população, como a falta de acolhimento do próprio doente no sistema de saúde, as filas do SISREG, a falta de médicos, falta de insumos. Para isso, nós vamos utilizar a nossa governança baseada no compliance.

Em relação às OSs e Rio Saúde, nós estamos falando de duas plataformas que podem continuar sendo utilizadas, porque elas já são utilizadas em outros locais e existem exemplos de eficiência em outros locais. o que me parece é que o gestor público precisa ter em mente é que a utilização desses dois instrumentos precisa ter o seguinte sentido: quem vier utilizar da OS ou do Rio saúde precisa ter caráter, precisa estar compromissado efetivamente com com a saúde pública, que precisa realmente funcionar.

Eu não vou dizer que a OS é ruim, mas quem administra até então não deu resultado que a população desejava, então não é o instrumento OS que é ruim, o que não deu certo na cidade do Rio de janeiro foram as pessoas que foram os administradores das organizações sociais. Então quando você tem uma governança com um plano de governo permanente que tenha por objetivo estabelecer o compliance e as boas práticas, você já vai fazer as escolhas certas e fazer essas medições através do portal da transparência.

Do mesmo modo é a Rio Saúde. Não adianta estabelecer só a riosaúde se quem está à frente não tiver o caráter e a competência de promover um serviço de qualidade. então o que nós estamos tentando dizer que o problema não está no instrumento, mas nas pessoas que acabam administrando esses instrumentos para si e não para a população.

Essa questão é que devemos deixar muito claro, as pessoas precisam ser bem escolhidas. O serviço que não tem controle gera essa facilidade de desvio e ineficiência, e não é para isso acontecer. Independentemente da escolha que eu vier fazer, controle e eficiência serão as minhas prioridades, com uma transparência sempre.

 

  • A previ-rio hoje atua com a maior parte dos seus funcionários cedidos de outras instituições. Como a senhora pretende oxigenar a previ-rio já que ela é tão importante para a gestão da cidade?

Eu preciso, como eu falei, identificar quais são as dificuldades e onde é que nós podemos promover a eficiência que efetivamente a população tanto merece e quem é, na verdade, eficiente na Rio previdência, para que a gente possa estabelecer um novo protocolo.

A questão é os protocolos, para estabelecer protocolos na Rio previdência a gente precisa entender os números de eficientes, porque isso é uma caixa preta e precisa ser revisto e essa revisão a gente só vai conseguir fazer quando a gente estiver lá como prefeito, e isso eu não posso me comprometer mas nós vamos revisar toda a previdência de forma que a previdência seja eficiente e todos os beneficiários possam ser complementados, mas complementados atendendo a norma pela norma, dessa forma.

 

  • Há muito tempo a Prefeitura do Rio de Janeiro não abre concursos para fiscal de obras, fiscal de posturas e agente da defesa civil (mencionado a tragédia da Muzema). Na sua visão, essas são carreiras que precisam ser contratados novos servidores públicos por meio de concursos?

Tudo precisa ser melhorado, né? Hoje eu me levantei e já presenciei notícia da situação do poder paralelo que acabou também ocupando esse espaço da exploração imobiliária, então quando você fala de muzema, quando você fala do uso indevido do solo, você está falando também nas questões que estão relacionadas as milícias e outros poderes paralelos.

Independentemente dessa fiscalização que é tão importante, eu entendo que a fiscalização deve ser atual, não adianta você fiscalizar depois de 1 ano, onde as pessoas estão em um lugar onde não deveriam, pois existem pessoas que acabam sendo iludidas por essa especulação indevida e ilícita. Então na verdade a fiscalização ela precisa ser imediata. O direito não socorre a quem dorme e é mais ou menos assim.

Administração pública e o prefeito que têm conhecimento que essas explorações imobiliárias acontecem de uma forma indevida ele não pode simplesmente deixar de atuar no momento certo, então que me parece que em primeiro lugar nós precisamos ter essa eficiência de fazer essa fiscalização no momento certo e eu queria deixar claro aqui para a população que existe um instrumento que o prefeito pode utilizar, e esse é um instrumento poderoso em suas mãos, que vai oportunizar moradia de forma democrática para a população que acaba sendo iludida por essa força e legal e explorando cada um deles, é a regularização fundiária.

Quando você estabelece a regularização fundiária você oportuniza moradia, você estabelece dignidade, porque você estabelece a possibilidade inclusive das pessoas terem endereço regularizado e regularizarem os seus negócios, e mais do que isso, você neutraliza essa força do Poder paralelo de construções irregulares e que é realmente uma doença social que precisa ser combatida com eficiência.

A fiscalização precisa ser intensificada, mas no momento certo e o momento certo é no início, não é depois as pessoas estão estabelecidas. Como eu falei, eu não posso estabelecer um compromisso de aumentar essas classes de servidores por conta de uma falta de informação precisa ter portal da transparência da prefeitura que é em relação aos números.

O que que é que o gestor vai nos deixar para o ano que vem? O gestor ou a pessoa que estiver prometendo esse tipo de situação, pode ter certeza que ela não está sendo uma pessoa prudente. eu sou uma pessoa prudente. claro que essas fiscalizações em primeiro lugar tem que ser intensificadas, mas no momento certo, na ordem que as coisas estiverem acontecendo e o prefeito não pode ter medo de fazer esse tipo de ação. esse tipo de ação vai ser feito junto com a população se ela tiver a certeza de que terá a sua moradia o mais rápido possível e de forma mais democrática, então dessa forma a gente vai conseguir inibir o uso indevido do solo, ampliando essa fiscalização.

Mas eu não posso falar em concurso público agora, porque não é prudente e nem razoável. Eu sempre fui uma mulher razoável e uma servidora pública que teve bom senso, e eu tenho muito bom senso porque eu não vou prometer aquilo que eu não posso cumprir para as pessoas.

  • Quais os principais projetos que pretende implementar na área de Educação?

Educação é um serviço essencial, direito de todos e dever de todos os gestores em qualquer nível federal, estadual e municipal. eu sempre atuei dentro dessa área, eu sou embaixadora da educação, e é uma política pública que é prioritária dentro do meu governo. Quando a gente fala em educação, a gente fala em transformação e em uma janela de oportunidades para todas as pessoas.

Além de garantir a matrícula escolar, porque a matrícula escolar é o mais básico, isso já não acontece e a gente sabe disso, mas é garantir a matrícula e a permanência das pessoas, das crianças e dos adolescentes nas escolas. Para você garantir a permanência das crianças e dos adolescentes nas escolas, você tem que ter um ambiente satisfatório e a gente sabe que mais de 70% das unidades escolares não tem condições de receber o aluno.

Então, como garantir a permanência dessas crianças na escola se o serviço que está sendo prestado não é um monstro serviço, não se gera empatia, você está em um ambiente onde tem infiltração, onde tem problemas de incêndio, onde não tem papel higiênico, onde não tem a merenda escolar, onde os livros não chegam efetivamente nas mãos das crianças no início do ano letivo. Então a gente tem que falar também na necessidade de manter a frequência, evitando a infrequência escolar que é diferente da evasão. 

E esse é outro problema que temos que enfrentar, a evasão escolar e a infrequência escolar em decorrência não só da pandemia, porque esse é um problema que já acontecia anteriormente, mas a pandemia agravou porque muitas crianças deixaram de frequentar a escola e muito provavelmente não tiveram as suas aulas por conta desse desnível digital, por exemplo. Fala-se em aula online a distância, mas as crianças não tem o que comer muitas vezes, não tem um tablet, e isso é um absurdo.

Além disso, como os pais perderam a sua força de trabalho, eu tenho visto nas ruas da cidade crianças e adolescentes vendendo as coisas no sinal, mercadorias, um outro absurdo. nós precisamos combater o trabalho infantil para as crianças voltem para escola, nós precisamos combater a evasão escolar desses jovens que está na idade do primeiro emprego de 14 anos para dar uma oportunidade de que ele venha a ser empregado com a sua carteira assinada e com os direitos trabalhistas mais básicos e mais do que isso.

Então, a gente falou da infrequencia escolar que gera o não aproveitamento escolar, e isso a gente sabe pelo Indeb, onde mais de 34% dos alunos não dominam a língua portuguesa, 17% dos alunos não têm conceitos de matemática, então isso é retrato de um serviço que nunca foi de qualidade, então a gente precisa combater a qualidade desse serviço. mas eu também penso em uma outra plataforma que é a de acessibilidade. A acessibilidade precisa ser integral.

Nós temos mais de 1.000 alunos com vários tipos de deficiência e nós não temos equipamentos preparados para isso. Então no meu plano de governo, nós vamos contemplar a acessibilidade de forma integral, onde toda criança e adolescente possa realmente frequentar a escola e ter as oportunidades de conhecimento e ampliar o seu saber de forma digna e próxima da sua casa.

Eu quando eu fui jovem, quando tive um momento de frequentar o ensino fundamental, eu estudava próximo da minha casa. e eu não consigo compreender como os anos se passaram e esse direito mais básico não continua sendo universalizado para todas as nossas crianças e adolescentes. Então através de parcerias público-privadas nós vamos conseguir garantir efetivamente esse direito mais básico, valorizando também o professor, pois é importante que ele seja valorizado, de forma que ele tenha não só vontade de estar dentro da sala de aula, mas mais do que isso porque o professor efetivamente precisa ser valorizado com planos de carreiras justos, com pagamentos justos e com condições de trabalho mas nós sabemos que isso não acontece.

Para dar qualidade desse serviço também, olha a guarda municipal fazendo as rondas escolares para evitar que espaços escolares venham a ser utilizados de forma inadequada. fala isso, porque eu queria deixar claro que a gente tem conhecimento de que a violência urbana atinge espaços escolares, então eu quando fui juíza da infância a gente implementou uma política de mediação escolar para evitar os conflitos escolares.

Eu vou conversar muito com os vereadores para que nós possamos implementar uma lei de mediação nos espaços escolares, para evitar suicídio, para evitar o bullying, para gente evitar conflito entre os adolescentes e professores e trazer mais a família para próximo dos professores, pois a educação começa em casa mas a escola é um local muito propício para você se desenvolver e o saber é ilimitado.

A gente tem que aproximar as famílias da escola e a escola precisa ser um espaço de convivência de domingo a domingo, onde você pode estabelecer a sua cultura, a sua arte, trocar as suas experiências, então esse é o meu objetivo para que a educação realmente se torne de qualidade.

Escola utilizada de domingo a domingo, uma escola onde haja um ambiente harmonioso, a mediação escolar para ajudar evitar  que aconteça esses conflitos escolares, estabelecendo o diálogo, equipamentos para que tenham condições de receber as crianças e acessibilidade para todos.

 

  • Tem mais algum ponto ou área que a senhora deseja destacar ou falar de algum planejamento especial?

Então nós falamos dos seis pilares do nosso governo, porque nós precisamos gerar resultados imediatos. Então a gente colocou uma governança baseada em uma organização qualificada e técnica, com projetos que permitam que a gente possa trazer receitas para cidade, receitas novas, porque eu não acredito em implementar uma economia gerando mais impostos para as pessoas. É só simplesmente para adequar e saber se aquilo que está sendo cobrado de fato venha a ter esse equilíbrio entre o que está sendo prestado e aquilo que efetivamente está sendo cobrada.

A gente fala da mobilidade urbana que é importantíssimo se revista porque isso afeta o coração do Carioca, isso traz doença emocional e ninguém mais aguenta a falta de qualidade no serviço de transporte, a gente sabe que precisa integrar todos os modais que fazem com que os quatro milhões de cariocas possam transitar livremente dentro da cidade então a gente está falando do BRT, que está sucateado, mais de 150 estações sucateadas.

É um absurdo, uma política tarifária que não cabe no bolso do cidadão, um transporte que na verdade não transporta ninguém, carrega pessoas, um absurdo. a gente quando sabe que, por exemplo, em horário de pico existe uma matemática feita internacionalmente que nós sabemos que o metro quadrado só se cabe, aproximadamente, quatro a cinco pessoas. Esse é o termômetro de um serviço de qualidade, e a gente vê aqui no Rio de janeiro que existem oito a nove pessoas por metro quadrado.

Eu utilizei o serviço público durante muito tempo tive que acordar 4:30 da manhã para estar no centro da cidade no meu ambiente de trabalho, pegava trem quando saia da faculdade e a gente sabe que esse serviço não é integrado realmente ônibus com o trem, com barca, com metrô, com VLT, realmente se utilizar de um serviço que possa oferecer à população com qualidade além de tentar melhorar o nosso trânsito por que quando a gente fala no trânsito a gente fala em perda de tempo, mais de duas horas que você sai de Santa Cruz para chegar no centro da cidade.

Então, assim fazer com que o comércio local nos bairros venham ser valorizados, porque isso vai impactar na mobilidade também, vai promover empregos próximos de casa, então esses locais precisam ser valorizados pois isso vai incluir realmente para enfrentar as dificuldades da mobilidade urbana, simplesmente estabelecer um compromisso de revisar todas essas concessões que não foram feitas de forma transparente a gente sabe que o VLT trouxe um ônus absurdo para o município, porque quando foi inaugurado pelo gestor anterior se fez uma expectativa de usuários que não reflete a realidade, nós não estamos em Barcelona, nós não estamos, por exemplo, em Bordeaux, na França, aqui é Rio de janeiro.

Esses modais precisam ser implementados de acordo com a realidade da cidade e não trazer para o município e para a prefeitura uma dívida que não se paga por falta de gestão, de sustentabilidade e divisão. Nós não podemos mais maquiar as coisas, nós precisamos na verdade ter a coragem de verificar os efeitos e as dificuldades e mostrar a população o melhor resultado.

Nós vamos trazer todos os prestadores de serviço público transporte para uma conversa junto com a população para poder equilibrar essas forças e devolver para população aquilo que ela merece que é um serviço de transporte de qualidade.

 

  • Mensagem final

Muito obrigada, agradeço essa oportunidade, gostaria de deixar claro que sempre que possível estarei conversando sobre a minha plataforma de trabalho e que no dia 15 de novembro a população tem a consciência de que tem uma mulher que teve muita coragem de se despedir de uma carreira sólida e vir para política para espaço de concorrer a essa vaga de prefeita, para dar oportunidade para uma mulher forte, uma mulher focada, uma mulher humana que quer realmente prestar um serviço cada vez mais melhor e dar o meu melhor que é esse: a minha força de trabalho, o meu caráter e a minha vontade sobretudo de resgatar a energia do Carioca. Por isso eu digo que o tempo de glória da cidade do Rio de janeiro chegou!