Governo envia proposta de R$1.088 para salário mínimo em 2021

O reajuste para o próximo ano é R$21 maior do que o enviado em agosto. Pesquisa do Dieese aponta salário mínimo necessário de R$5.289,53 em novembro de 2020.

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Publicado em:15/12/2020 às 15:01
Atualizado em:15/12/2020 às 15:01

O Governo Federal enviou ao Congresso Nacional nesta terça-feira, 15, uma proposta para fixar o salário mínimo em R$ 1.088 em 2021. A previsão consta na nova versão do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). 

O valor apresentado na proposta já havia sido cogitado em novembro quando a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia elevou de 2,35% para 4,10% a estimativa de inflação de 2020, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

O reajuste do salário mínimo para o próximo ano é R$21 maior do que o enviado em agosto (R$1.067). O aumento leva em consideração a projeção do Ministério da Economia para o INPC. 

Em agosto deste ano, a previsão orçamentária divulgada pelo Ministério da Economia previa que o piso nacional fosse reajustado em 2,09%, sendo equivalente à projeção para a inflação medida pelo INPC naquela ocasião. 

Um dos motivos para o aumento do INPC é a alta nos preços dos alimentos. De acordo com o Boletim Macrofiscal, divulgado em novembro pela pasta, estima-se que o indicador fechará o ano em 4,1%. Dessa forma, o piso subiria para R$1.087,84, sendo arredondado para R$1.088. 

De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em novembro de 2020, o salário mínimo necessário deveria ser de R$5.289,53. Ou seja, R$4.244,53 a menos do que o valor praticado atualmente (R$1.045).

 

Salário mínimo 2021
Em 2021, salário mínimo deve ser fixado R$1.088 
(Foto: Divulgação)


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Quase 77% dos jovens brasileiros têm emprego precário, mostra pesquisa

No Brasil, mais de dois terços dos jovens de até 24 anos (76,6%) têm um emprego considerado de baixa qualidade, segundo levantamento feito pela consultoria IDados. Ao todo, são aproximadamente 7,7 milhões de pessoas. 

Isso quer dizer que a cada dez jovens dentro dessa faixa etária, quase oito trabalham em situação vulnerável. A nível de comparação, essa taxa entre pessoas de 25 a 64 anos é de 40,7%, enquanto, entre aqueles com mais de 65 anos, chega a 28,9%.

Na avaliação, a pesquisa considerou quatro aspectos: salário, estabilidade, rede de proteção e condições de trabalho. No caso dos empregos dos jovens, todos os pontos apresentaram fragilidades, porém os destaques foram a renda e a estabilidade.

Para cerca de 90%, os ganhos são inferiores a seis vezes o valor da cesta básica - que varia de R$398 a R$539. Além disso, 75% dos jovens têm menos de 36 meses de tempo de trabalho.

"No mundo todo, o jovem tem uma renda menor e maior dificuldade de se colocar no mercado. Mas, no Brasil, os porcentuais indicam uma qualidade do emprego pior por causa da maior rotatividade e da informalidade (no mundo, os porcentuais estão em torno de 60%)", diz o economista Bruno Ottoni, pesquisador do IDados e responsável pelo trabalho.

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