Desemprego vai a 14,3% em outubro e atinge 14,1 milhões de pessoas, diz IBGE

Em trimestre móvel encerrado em outubro, taxa de desemprego chegou a 14,3%. 14,1 milhões de brasileiros estão em busca de trabalho.

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Publicado em:29/12/2020 às 10:25
Atualizado em:29/12/2020 às 10:25

14,1 milhões de brasileiros estavam desempregados no trimestre móvel encerrado em outubro, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mensal divulgados nesta terça-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em comparação com o trimestre anterior, encerrado em julho, são 931 mil pessoas a mais. Com isso, a taxa de desemprego subiu de 13,8% para 14,3%, sendo o maior percentual para o período desde o início da pesquisa em 2012. 

Entretanto, é a primeira vez neste ano de pandemia que o número de empregados cresce. Apesar da alta nos empregos não ter conseguido segurar a taxa de desocupação, o resultado foi abaixo do previsto pela agência Reuters, que apontava 14,7%.

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A população ocupada ficou em 84,3 milhões, o que representa uma alta de 2,3 milhões (2,8%) frente ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, há uma queda de 9,8 milhões de pessoas (10,4%).

O que explica a piora no desemprego mesmo com mais pessoas empregadas é o aumento no número de brasileiros que decidiram ir às ruas para buscar uma vaga de emprego. Para o IBGE, é considerado desempregado quem procurou por trabalho na semana em que a pesquisa foi realizada.

"Tem mais gente se oferecendo ao mercado de trabalho do que empregadores querendo empregar. É necessário um tempo para que o mercado de trabalho volte a se ajustar, e isso considerando que as questões pandêmicas não piorarão", afirmou a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.

 

Em outubro, população ocupada chegou a 84,3 milhões
​​​​​(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

 

Quatro setores puxaram crescimento da população ocupada

A alta no número de pessoas empregadas aconteceu em quatro dos dez grupos de atividades que foram pesquisados: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,8%); Indústria (3,0%); Construção (10,7%); e Comércio e reparação de veículos automotores (4,4%).

Nos demais, o cenário foi de estabilidade. Em relação aos trabalhadores de carteira assinada, o crescimento foi de 1,3% frente ao trimestre anterior. Já para os empregados sem carteira, essa alta foi ainda maior: 9%.

"O trabalhador informal foi o mais afetado no início da pandemia e já começamos a ver uma recuperação nessa categoria de emprego", comentou Maria Lúcia.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve recuo em oito dos dez setores analisados. Em alojamento e alimentação, a queda foi de 28,5%, seguido dos serviços domésticos (-25,4%).

A redução pela metade no valor do auxílio emergencial em setembro pode ser vista como um dos motivos para o aumento da taxa de desemprego, uma vez que, com o benefício menor, mais pessoas precisam procurar formas de complementar a renda. 

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