Indicador de emprego tem menor índice desde 2008, aponta FGV
Dados foram divulgados nesta segunda-feira, 11
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Publicado em:11/05/2020 às 14:30
Atualizado em:11/05/2020 às 14:30
As incertezas provocadas pela pandemia do novo Coronavírus fez com que o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) registrasse queda histórica. O índice - que busca antecipar tendências do mercado de trabalho no Brasil - caiu 42,9 pontos de março para abril.
Os dados foram divulgados pela Fundação Getúlio Vargas nesta segunda-feira, 11. O indicador agora marca 39,7 pontos em uma escala de 0 a 200. Desde 2008, quando foi iniciada a pesquisa, é a maior queda mensal e o menor índice marcado.
"O resultado do mês registra um aumento do pessimismo em relação ao mercado de trabalho. Os níveis recordes de incerteza tornam empresários e consumidores cautelosos, gerando uma deterioração das expectativas nos próximos meses", explicou o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler em nota.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) teve o maior patamar desde dezembro de 2018, subindo 5,9 pontos em abril - e, totalizando 98,4 pontos. Esse índice, também da FGV, capta a percepção das famílias sobre o mercado.
O ICD também marca de 0 a 200 pontos, mas, diferente do IAEmp, quanto menor o número, melhor o resultado. Tobler explica que, no curto prazo, não há expectativa para reverter a tendência negativa que foi iniciada nos últimos dois meses.
No primeiro trimestre, índice de desemprego já estava em 12,2%
Antes mesmo das medidas restritivas adotadas para o combate à Covid-19, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD Contínua) do primeiro trimestre deste ano já marcava uma alta taxa de desemprego.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela pesquisa, a taxa de desemprego no país estava em 12,2%. Se comparada ao último trimestre de 2019, houve alta de 1,2%.
A população desocupada chegou a 12,9 milhões de pessoas, representando um aumento de 10,5%, ou seja, 1,2 milhão de pessoas a mais em relação ao último trimestre de 2019. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, no entanto, o contingente caiu 4% (537 mil pessoas a menos).
Já a população ocupada chegou a 92,2%, caindo 2,5% em relação ao trimestre anterior (2,3 milhões de pessoas a menos), permanecendo estável em relação ao mesmo trimestre de 2019.
Ainda de acordo com o IBGE, a taxa de informalidade atingiu 39,9% da população ocupada, representando um contingente de 36,8 milhões de trabalhadores informais. No trimestre móvel anterior, essa taxa havia sido de 41% e no trimestre do ano anterior, 40,8%.
Os números de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, estimado em 33,1 milhões, caiu -1,7% (menos 572 mil pessoas) frente ao trimestre móvel anterior, ficando estável ante o mesmo trimestre de 2019.
Já o contingente de empregados sem carteira assinada no setor privado (11 milhões de pessoas) caiu -7% (menos 832 mil pessoas) em relação ao trimestre móvel anterior e permaneceu estável comparado ao mesmo trimestre de 2019.