Veja a seguir como funciona essa etapa e quais fatores podem levar à eliminação na investigação social.
O que é investigação social no concurso público
A investigação social é um procedimento previsto em lei, que tem como finalidade apurar a idoneidade moral, social e profissional do candidato.
A etapa costuma ser exigida em concursos das áreas polícias, forças de segurança, tribunais e Ministério Público, com o objetivo de verificar se o candidato possui conduta compatível com o exercício da função pública.
Para isso, são analisados antecedentes e comportamentos anteriores, com base nas informações fornecidas pelo próprio candidato e em levantamentos realizados por órgãos da Administração Pública.
Como funciona a investigação social
O processo tem início com o preenchimento de um formulário confidencial, no qual o candidato informa dados como:
- Dados pessoais e de filiação
- Endereços anteriores
- Empregos passados
- Uso de álcool ou drogas
- Antecedentes criminais
Todas as informações devem ser prestadas com exatidão, sem omissões ou mentiras. A falsidade ou omissão pode resultar na eliminação imediata do certame.
Após o envio do formulário, a instituição responsável inicia a checagem das informações por meio de consulta a bancos de dados policiais, judiciários e de trânsito, além de visitas ao local de trabalho ou à vizinhança.
O que pode eliminar o candidato na investigação social
Os critérios variam conforme o edital e o cargo, mas algumas situações são consideradas passíveis de exclusão. Veja os principais motivos:
- Condenação penal com trânsito em julgado;
- Demissão por justa causa;
- Exoneração de cargo público por falta grave;
- Omissão ou mentira na ficha de investigação;
- Prática reiterada de infrações graves de trânsito;
- Comprovação de uso de drogas ilícitas;
- Discurso de ódio ou comportamento ofensivo nas redes sociais.
No caso do concurso Polícia Federal, por exemplo, a regulamentação é ainda mais detalhada, prevendo a eliminação do candidato diante de condutas como:
- Prática de ato tipificado como crime incompatível com o cargo
- Ato de improbidade administrativa
- Agressão física ou moral
- Ilícitos administrativos no serviço público
- Atos atentatórios à moral e aos bons costumes
- Demissão ou destituição de cargo público, em qualquer esfera da Administração
- Participação em organização criminosa ou grupo paramilitar
- Relacionamento ou exposição com pessoas de notórios antecedentes criminais
- Vício de embriaguez, uso de drogas ilícitas ou prática habitual de jogo proibido
- Descumprimento reiterado de obrigações legítimas
- Tatuagens com conteúdo ofensivo à Constituição, à polícia ou que expressem ideologias discriminatórias
- Declarações públicas ou atos que façam apologia ao crime, uso de drogas ou exaltem organizações criminosas
- Publicações em redes sociais em desacordo com os valores da instituição
- Falsidade ou omissão de dados relevantes sobre a vida pregressa
- Outras condutas que revelem ausência de idoneidade moral
Vale lembrar que a aplicação desses critérios deve sempre respeitar os princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e da legalidade.
A simples existência de boletim de ocorrência, inquérito policial, termo circunstanciado ou ação penal em curso não pode motivar a eliminação de forma automática.
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O que fazer se for eliminado
Candidatos eliminados têm o direito de apresentar recurso administrativo no prazo previsto no edital.
Caso o recurso seja indeferido, é possível buscar revisão judicial, especialmente em situações que afrontem os princípios da razoabilidade e da legalidade.
Decisões com justificativas genéricas, subjetivas ou desproporcionais podem ser anuladas judicialmente, garantindo o direito à posse do candidato.
A jurisprudência protege o direito do candidato de participar do concurso até que haja prova efetiva e definitiva de comportamento incompatível com o serviço público.
Como se preparar para a investigação social
A investigação social exige do candidato transparência, coerência e responsabilidade. Mais do que evitar condutas ilícitas, é fundamental compreender que tudo o que se publica, compartilha e registra pode ser avaliado.
A recomendação é não omitir informações, manter seu histórico limpo e acompanhar os critérios definidos no edital.
Uma boa preparação também envolve construir uma trajetória condizente com o cargo almejado.
