Investigação social: o que é e o que pode te eliminar

Veja a seguir como funciona a investigação social e quais fatores podem levar à eliminação nessa etapa.

Dicas para concursos
Autor:Júlia Sestero
Publicado em:08/08/2025 às 15:31
Atualizado em:08/08/2025 às 15:32

A investigação social é uma etapa eliminatória comum em concursos das áreas policial, judiciária e do Ministério Público. 


Apesar de muitas vezes passar despercebida até a convocação, ignorar essa fase pode comprometer a posse no cargo, mesmo após a aprovação nas demais etapas.


Veja a seguir como funciona essa etapa e quais fatores podem levar à eliminação na investigação social.

O que é investigação social no concurso público

A investigação social é um procedimento previsto em lei, que tem como finalidade apurar a idoneidade moral, social e profissional do candidato.


A etapa costuma ser exigida em concursos das áreas polícias, forças de segurança, tribunais e Ministério Público, com o objetivo de verificar se o candidato possui conduta compatível com o exercício da função pública. 


Para isso, são analisados antecedentes e comportamentos anteriores, com base nas informações fornecidas pelo próprio candidato e em levantamentos realizados por órgãos da Administração Pública.

Como funciona a investigação social

O processo tem início com o preenchimento de um formulário confidencial, no qual o candidato informa dados como:

  • Dados pessoais e de filiação
  • Endereços anteriores
  • Empregos passados
  • Uso de álcool ou drogas
  • Antecedentes criminais

Todas as informações devem ser prestadas com exatidão, sem omissões ou mentiras. A falsidade ou omissão pode resultar na eliminação imediata do certame.


Após o envio do formulário, a instituição responsável inicia a checagem das informações por meio de consulta a bancos de dados policiais, judiciários e de trânsito, além de visitas ao local de trabalho ou à vizinhança.

O que pode eliminar o candidato na investigação social

Os critérios variam conforme o edital e o cargo, mas algumas situações são consideradas passíveis de exclusão. Veja os principais motivos:

  • Condenação penal com trânsito em julgado;
  • Demissão por justa causa;
  • Exoneração de cargo público por falta grave;
  • Omissão ou mentira na ficha de investigação;
  • Prática reiterada de infrações graves de trânsito;
  • Comprovação de uso de drogas ilícitas;
  • Discurso de ódio ou comportamento ofensivo nas redes sociais.

No caso do concurso Polícia Federal, por exemplo, a regulamentação é ainda mais detalhada, prevendo a eliminação do candidato diante de condutas como:

  • Prática de ato tipificado como crime incompatível com o cargo
  • Ato de improbidade administrativa
  • Agressão física ou moral
  • Ilícitos administrativos no serviço público
  • Atos atentatórios à moral e aos bons costumes
  • Demissão ou destituição de cargo público, em qualquer esfera da Administração
  • Participação em organização criminosa ou grupo paramilitar
  • Relacionamento ou exposição com pessoas de notórios antecedentes criminais
  • Vício de embriaguez, uso de drogas ilícitas ou prática habitual de jogo proibido
  • Descumprimento reiterado de obrigações legítimas
  • Tatuagens com conteúdo ofensivo à Constituição, à polícia ou que expressem ideologias discriminatórias
  • Declarações públicas ou atos que façam apologia ao crime, uso de drogas ou exaltem organizações criminosas
  • Publicações em redes sociais em desacordo com os valores da instituição
  • Falsidade ou omissão de dados relevantes sobre a vida pregressa
  • Outras condutas que revelem ausência de idoneidade moral

Vale lembrar que a aplicação desses critérios deve sempre respeitar os princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e da legalidade.


A simples existência de boletim de ocorrência, inquérito policial, termo circunstanciado ou ação penal em curso não pode motivar a eliminação de forma automática.


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O que fazer se for eliminado

Candidatos eliminados têm o direito de apresentar recurso administrativo no prazo previsto no edital.


Caso o recurso seja indeferido, é possível buscar revisão judicial, especialmente em situações que afrontem os princípios da razoabilidade e da legalidade.


Decisões com justificativas genéricas, subjetivas ou desproporcionais podem ser anuladas judicialmente, garantindo o direito à posse do candidato.


A jurisprudência protege o direito do candidato de participar do concurso até que haja prova efetiva e definitiva de comportamento incompatível com o serviço público.

Como se preparar para a investigação social

A investigação social exige do candidato transparência, coerência e responsabilidade. Mais do que evitar condutas ilícitas, é fundamental compreender que tudo o que se publica, compartilha e registra pode ser avaliado.


A recomendação é não omitir informações, manter seu histórico limpo e acompanhar os critérios definidos no edital.


Uma boa preparação também envolve construir uma trajetória condizente com o cargo almejado.

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