Itaú poderá criar empresa com participação na XP Investimentos
Itaú estuda segregar participação de 41% na XP Investimentos e vender ações no mercado.
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Publicado em:04/11/2020 às 15:00
Atualizado em:04/11/2020 às 15:00
O Itaú anunciou nesta terça-feira, 3, que está estudando segregar a maior parte de sua participação na XP Investimentos, que equivale a 41,05% do capital total da corretora, criando um novo negócio.
Segundo comunicado do banco, que é o maior entre os privados do país, os estudos já estão em estágio avançado de análise para a criação de uma nova companhia com a participação na XP.
Ainda existe a possibilidade de venda do restante das ações de emissão da XP detidas pelo Itaú Unibanco (por meio de uma ou mais ofertas públicas ou em outra bolsa de valores na qual a XP tenha suas ações). Essas correspondem a 5% do capital social da empresa.
O objetivo do banco seria monetizar parte de seu investimento na companhia. O comunicado foi divulgado através de fato relevante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), após o fechamento do mercado.
Segundo a Valor Investe, a XP tem valor de mercado de US$23,3 bilhões aproximadamente. Deste modo, a participação do Itaú equivale a cerca de US$10,7 bilhões, ou quase R$62 bilhões pelo câmbio atual.
Itaú deverá vender 5% das ações
(Foto: Divulgação)
Cisão ainda não deve acontecer neste ano
Segundo reportagem do Jornal O Globo, se a cisão se concretizar, os acionistas do Itaú Unibanco receberiam participação acionária na nova companhia. Ela, de acordo com o comunicado, seria uma companhia aberta e passaria a fazer parte do acordo de acionistas da XP.
Mas a decisão ainda não será tomada em 2020. Isso porque, de acordo com o banco, a proposta ainda precisa ser analisada pelo conselho de administração.
O Itaú anunciou lucro líquido recorrente de R$5,030 bilhões no terceiro trimestre deste ano. Ou seja, uma queda de 29,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
A XP, vale lembrar, é uma corretora independente que utiliza um modelo de supermercado de fundos de investimento e agentes autônomos. A corretora cresceu cativando clientes dos grandes bancos brasileiros. Em maio de 2017, o Itaú anunciou a negociação para compra de 49,9% do capital da empresa por R$ 6 bilhões.
Pelo acordo, Guilherme Benchimol, fundador da XP, seguiria à frente do negócio até 2033 e, a partir, daí o Itaú poderia decidir se compraria o controle da corretora. Mas os sócios se desentenderam publicamente na briga por clientes.