Na internet, várias pessoas, incluindo autoridades políticas desavisadas à respeito do que são ações afirmativas, alegaram que a varejista estaria cometendo ‘racismo reverso’. O Ministério Público do Trabalho informou que chegou a receber 11 denúncias desse tipo.
Nas palavras de um dos denunciantes, a seleção promove “prática de racismo”, porque “impede que pessoas que não tenham o tom de pele desejado pela empresa” participem.
Mas o órgão, em São Paulo, informou que indeferiu todas essas denúncias. Para o MPT, o caso concreto não se trata de violação trabalhista, mas sim de uma ação afirmativa de reparação histórica.
“O MPT afirma que a política da empresa é legítima e que não existe ato ilícito no processo de seleção, pois a reserva de vagas à população negra é plenamente válida e configura ação afirmativa, além de ‘elemento de reparação histórica da exclusão da população negra do mercado de trabalho digno’.
O MPT também ressaltou no indeferimento que ações afirmativas como a do Magazine Luiza possuem amparo:
✔ na Constituição Federal; ✔ no Estatuto da Igualdade Racial (lei 12.288/2010); e ✔ na Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial, da qual o Brasil é signatário.
Além disso tudo, o órgão lembra que ações afirmativas como esta são objeto de atuação estratégica e prioritária do próprio MPT, por meio do Projeto Nacional de Inclusão Social de Jovens Negras e Negros no Mercado de Trabalho, consolidado em 2018.
MPT também destacou desigualdade racial no mercado
Além das legislações e da convenção mencionada acima, o MPT destacou que seleções como a da Magazine Luiza podem ser consideradas “elemento de reparação histórica da exclusão da população negra do mercado de trabalho digno”.
O órgão recorda uma pesquisa do Instituto Ethos realizada em 2017 com as 500 empresas de maior faturamento do Brasil. Os dados alertaram que os profissionais negros correspondiam a apenas 6,3% dos postos de gerências e 4,7% do quadro executivo.
“O estudo ilustra que nas posições de liderança se refletem as desigualdades raciais que impedem a representatividade majoritária da população negra, configurando o racismo estrutural que inviabiliza a equidade no mercado de trabalho.”
Foi a partir desta mesma noção que a Magazine Luiza promoveu o Programa de Trainees neste formato. Segundo a varejista, 53% do seu quadro de funcionários é formado por pretos e pardos, mas apenas 16% deles ocupam cargos de liderança.
Programa de Trainee da Magalu recebe inscrições até outubro
Se você é um profissional negro, com formação entre dezembro de 2017 e dezembro de 2020, pode participar do processo seletivo de Traine da Magazine Luiza. Não serão exigidos conhecimentos em Inglês, nem experiência profissional e podem participar graduandos de qualquer área.
A seleção está disponível para candidatos de todo o país, desde que tenham disponibilidade para se mudar para São Paulo. Caso o selecionado seja de fora da cidade, receberá um auxílio mudança.
Os interessados podem se inscrever até o dia 12 de outubro, na página de carreiras do Magalu. Todas as etapas do processo seletivo serão online e de caráter eliminatório.
Os trainees receberão salário de R$6.600 + bônus de contratação de um salário e benefícios como:
PLR (participação nos lucros)
vale refeição ou vale alimentação
vale transporte
plano médico e odontológico
gympass( academia)
univers
desconto em produtos
home office híbrido
previdência privada
bolsa de Inglês
Além de frutas no escritório, liberdade para se vestir como quiser, uma grade de desenvolvimento exclusiva para aceleração de carreira do trainee com Job Rotation e de sessões Mentoria. Saiba mais detalhes: