Nesta terça-feira, 16 de maio, é comemorado o dia do gari, figura emblemática e essencial para o dia a dia da cidade do Rio de Janeiro. A Companhia de Limpeza Urbana, porém, não realiza novos concursos Comlurb para o cargo há nove anos.
O último edital foi publicado em 2014 para preenchimento de 100 vagas de gari, mais cadastro de reserva. O próximo concurso para o cargo é previsto pela Prefeitura do Rio de Janeiro desde 2017, mas ainda não foi realizado.
Diversas áreas do município, como Secretaria de Fazenda, Secretaria de Educação e Guarda Municipal já realizam trâmites para concursos públicos este ano. A Comlurb, por sua vez, não foi incluída inicialmente.
Em resposta à Folha Dirigida neste dia 16 de maio, a Assessoria de Imprensa da Comlurb informou que “ainda não tem informação nova sobre concurso para gari”.
O atual presidente da companhia, Flávio Lopes, já reconheceu que o efetivo está envelhecido e existe um grande contingente apto a se aposentar. Hoje, a Comlurb conta com cerca de 14 mil garis.
“Não é um número absurdo afirmar que 30% do quadro já está em condições de se aposentar. É um número bem razoável”, disse, em entrevista em 2021.
Com isso, fica cada vez mais latente a necessidade de concurso para a recomposição dos quadros.

Garis da Comlurb recebem inicialmente R$2,7 mil mais benefícios
(Foto: Hudson Pontes / Prefeitura do Rio)
No período eleitoral, o então candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, mencionou que a reposição de garis e outros servidores públicos seria tratada durante seu governo.
Para ser um gari da Comlurb é preciso ter concluído o ensino fundamental até o 5º ano (antiga 4ª série primária). A remuneração inicial é de R$2,7 mil, mais benefícios. O concurso é constituído por provas objetivas e teste de aptidão física (TAF).
Concurso Comlurb: oferta pode ser de mil vagas
Em entrevista concedida à Folha Dirigida em 2021, o presidente Flávio Lopes disse que o novo concurso Comlurb pode ofertar cerca de mil vagas, como estava programado na gestão anterior.
Mas, o número de oportunidades deverá ser estabelecido de acordo com as novas necessidades da cidade no pós pandemia.
“Então a gente está começando a fazer essas contas. Pode ser que a gente não precise de tanta gente para varrição. Pode ser que eu precise de mais gente para coleta, porque o número de pessoas trabalhando em home office está maior do que a gente tinha”, explicou.
Lopes ainda ressaltou que o quantitativo poderá ser até superior que mil vagas, caso a empresa possa expandir seu campo de atuação.
“A gente tem uma ideia de que a Comlurb possa começar a pegar operações ou prestar serviço em coisas que ela não faz hoje em dia. Por exemplo: limpeza de hospitais. Porque não posso vender serviços para hospitais não só no município, mas também para o Estado? A gente faz limpeza de escola”, questionou.
Ele complementou: “Por que não posso vender serviços de limpeza para o Fundão (UFRJ)? Por que eu não posso vender serviço de roçada de grama para o Galeão (aeroporto)? Então, a gente está começando a avaliar se faz sentido como empresa a gente prestar esse serviço ou não”.