Notícias que inspiram: de desenhista de rua aos R$10 milhões
Estudante de Logística começou a vender desenhos na rua e hoje é dono de uma empresa com 600 franquias e faturamento de R410 milhões.
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Publicado em:28/09/2020 às 18:00
Atualizado em:28/09/2020 às 18:00
Você já teve ou tem algum tipo de habilidade manual? E já pensou como seria se pudesse ganhar a vida trabalhando com o seu dom? Esse é o sonho de muita gente, mas que nem sempre vira realidade por falta de acreditar ou oportunidades.
Mas, na vida de Wdson Sandenys as coisas aconteceram diferentes, felizmente. E, por isso, se classifica como uma pessoa: sonhadora, persistente e estratégica. Batalhador, hoje é empresário e sua empresa tem faturamento de R$10 milhões.
Wdson, mais conhecido como Dinho, diz que sempre teve a vontade de crescer e trabalhar com desenhos. Mas, nunca achou que conseguiria viver 100% do ofício por uma série de fatores.
E foi na faculdade de Logística, aos 22 anos, que tudo mudou. Lá, ele ainda estava exercendo sua criatividade com desenhos, quando uma colega de sala percebeu seu talento e fez uma encomenda para dar de brinde na empresa que trabalhava.
"Foram encomendadas 50 canecas, por R$50 cada. Acabei faturando mais do que eu ganhava com o trabalho de logística. Com isso, percebi que poderia viver fazendo caricaturas. Larguei o meu emprego e resolvi apostar no meu sonho", relembra Dinho.
Com isso, ele resolveu criar sua primeira 'empresa', a Dinho Caricaturas, lá em 2009 quando conseguiu se profissionalizar em desenho digital. Mas, você pensa que era fácil a rotina do atual empresário?
Nada disso, Dinho foi à luta e se esforçou muito, começando sendo um desenhista de rua. Isso mesmo, ele conta que ficava em frente as lojas de Jundiaí, cidade onde morava, e abordava as pessoas oferecendo suas caricaturas.
"Eu pedia uma foto deles e fazia a caricatura. Se a pessoa gostasse, ela pagava. Fiz isso durante uns 3 meses. Depois de um tempo, as pessoas começaram a me pedir para desenhar seus filhos, cachorros, amigos. Em 4 meses eu já recebia tantos pedidos que eu precisei me profissionalizar ainda mais", conta.
Em um ano, Dinho já tinha funcionários com ele
O negócio foi crescendo à medida que o interesse das pessoas nas caricaturas também aumentava. Dinho conta que, em 2010, por exemplo, já contava com funcionários: atendente, colorista e desenhistas.
Alguns anos após, em 2013, a marca já contava com dez desenhistas contratados, quando Dinho revela que precisou trocar de nome, já que ele não era o único a fazer os desenhos.
"Para essa marca, eu tive uma proposta de negócio onde eu fazia qualquer tipo de desenho, para qualquer pessoa, já que eu tinha muitos desenhistas para isso. Mas eu percebi que as pessoas gostavam mesmo era de um único produto que tínhamos acabado de lançar, que era caricatura em canecas. 99% das vendas da empresa era desse produto".
A nova marca passou a se chamar "Cartoneria", com um lucro bem maior e pessoas apoiando Dinho no projeto de crescer e viver dos desenhos.
Dinho passou de um desenhista de rua a empresário de sucesso
(Foto: Divulgação)
Nasce a Caricanecas e um empresário de sucesso
Com as vendas deslanchando, Dinho viu como necessário mudar novamente e criou a Caricanecas, sua atual empresa. Isso foi devido ao sucesso e crescimento na venda de canecas.
Ele conta que criou um site apenas para comercializar o produto, que deu origem ao nome. Ele explica como funciona:
"O site funcionava como um drive thru. O cliente enviava uma foto e eu fazia a caneca com o desenho dele. Esse site deu muito mais certo do que o da Cartoneria. Somente no primeiro mês de funcionamento, eu cheguei a vender 400 canecas", conta.
Mas, por que as pessoas gostam tanto das canecas do Dinho? Ele credita o sucesso da marca ao estilo de desenho oferecido. Hoje em dia, a empresa é referência no ramo de canecas personalizadas.
Traços típicos de caricaturas, o empreendedor conta que percebeu aos poucos que as pessoas ficavam um pouco ofendidas com bocas grandes e narizes compridos. Por isso, passou a fazer de um modo diferenciado, traços de cartoon.
"O público gostou tanto, que começou a divulgar a marca. Até hoje, esse estilo de desenho é o grande diferencial da empresa", disse Dinho.
Mais funcionários, sucesso de vendas e franquias
Toda mudança e sucesso também requer um crescimento de mão de obra. E com Dinho não foi diferente, né? Com a Caricanecas, ele passou a ter 90 funcionários, entre desenhistas, profissionais das áreas de Comunicação, Vendas e outros setores.
"Se tivermos uma encomenda de 2 mil canecas para serem entregues em uma semana, conseguimos. Nenhuma outra marca no mercado entrega, o que acaba sendo mais um diferencial", destaca.
E com tanto sucesso da marca no mercado, Dinho começou a receber pedidos de outras pessoas interessadas em vender o produto. Em 2018, ele começou no ramo de franchising, o que alavancou ainda mais seu negócio.
Atualmente, são mais de 600 unidades pelo Brasil, o que dá praticamente uma nova franquia por dia. Ele explica que o fluxo funciona com os franqueados prospectando clientes, enviando fotos e a os desenhistas fazem as caricaturas.
"Entrar para o mercado de franquias foi a grande virada da Caricanecas", comemora o empresário.
E esse número só fez crescer durante a pandemia. Antes, eram 500 franquias e a quarentena fez aumentar 100 unidades. Dinho ainda comenta que o baixo custo para o investimento faz atrair muitos interessados.
"Para aqueles que estão sem trabalhar e possuem o dinheiro do FGTS para investir, é uma boa oportunidade para exercer uma atividade que dá retorno e possibilita ficar em casa", sugere Dinho.
Por fim, ele revela que o crescimento nos últimos meses foi de mais de 160% em vendas. Ele acredita que tudo isso é porque o momento de afastamento por conta da pandemia faz com que as pessoas necessitem ainda mais de valor emocional. E as canecas são ótimos presentes para recordar um momento e um relacionamento.
"Nos adaptamos e desenvolvemos novas formas de nos comunicarmos com os clientes, fazendo com que eles valorizassem o nosso trabalho e adquirissem nossos produtos. Isso atribuiu muito para termos um aumento de vendas, inclusive, tínhamos franquias que vendiam abaixo do ideal e nesse momento, conseguiram se mexer e vender muito mais agora", comenta.
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