Ocupação no agronegócio cai 5,2% e afeta 949 mil trabalhadores

De acordo com os pesquisadores do Cepea, a queda na ocupação pode estar relacionada "ao menos em partes" à pandemia da Covid-19. Confira!

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Publicado em:19/03/2021 às 10:15
Atualizado em:19/03/2021 às 10:15

A pandemia do novo Coronavírus também impactou os profissionais no agronegócio. De acordo com relatório divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a população ocupada nesse setor teve uma queda de 5,2% em 2020, contabilizando 17,3 milhões de trabalhadores. 

O percentual apresentado pelo Cepea, corresponde a 949 mil trabalhadores que deixaram de ser empregados pelo agronegócio. Esse número também refletiu nas quedas dos empregos em todos os segmentos do setor, com destaque para a agroindústria e os agrosserviços. 

De acordo com os pesquisados do Cepea, a queda na ocupação pode estar relacionada "ao menos em partes", à pandemia da Covid-19. 

"Reduções abruptas ocorreram especialmente entre abril e junho, e sinais de retomada do mercado de trabalho foram observados já no terceiro trimestre, o que se confirmou no último trimestre do ano", diz o relatório. 

Análises separadas por grupos de trabalhadores mostraram que os mais afetados foram os empregados sem carteira assinada, os com menores níveis de instrução formal e as mulheres. Sendo assim, o Cepea afirma que, com base nos dados, os trabalhadores com perfis mais vulneráveis foram os primeiros e mais afetados. 

Grupos mais impactados pela queda da ocupação no agronegócio

  • Empregados sem carteira assinada: -13,41% ou menos 426.989 mil pessoas;
  • Pessoas sem instrução formal: -15,59% ou menos 136.880 mil pessoas;
  • Mulheres: -5,99% ou menos 343.191 mil pessoas. 

 

Emprego agronegócio
Maiores quedas da ocupação foram registradas entre abril e junho de 2020
(Foto: Divulgação)


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Com expectativa pela vacina, setor de serviços deve contratar mais

O setor de serviços representa cerca de 74% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, além de ter a maior participação nas vagas de emprego ofertadas. Supermercados, transportes, farmácias, bancos, jornais e diversos outros ramos compõem essa área. 

Com a pandemia e a queda no consumo, muitas dessas empresas tiveram perdas enormes, o que levou o setor a fechar o ano de 2020 com um tombo recorde de 7,8%, sendo a maior retração registrada nos últimos 25 anos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados neste mês, o volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,6% em janeiro, na comparação com dezembro. Com isso, são oito meses sem registrar queda.

Nesses oito meses sem variação negativa, o setor acumulou ganho de 19,6%, mas o patamar ainda está 3% abaixo de fevereiro de 2020, antes da pandemia ser declarada. No entanto, existem projeções de melhora.

"De forma geral, acreditamos em um cenário positivo mesmo com essa nova onda de Covid-19, muito pela expectativa da vacina. Desde junho de 2020 estamos acompanhando uma retomada gradativa da promoção de vagas, isso quando comparado ao primeiro semestre de 2020", afirma Ana Paula Prado, Country Manager do InfoJobs.

Apesar das quedas, o setor de serviços não parou durante a pandemia, especialmente as atividades consideradas essenciais. Segundo Ana Paula, essa área continua tendo espaço garantido na economia brasileira.

"Setores de serviços, produtos, saúde, tecnologia, e-commerce, agronegócio e construção civil estão em alta, enquanto a indústria automotiva e setores sazonais, como educação e turismo, por exemplo, devem continuar em baixa neste início do ano", aposta.

A executiva explica que, pelo momento de instabilidade e as incertezas causadas pela pandemia, muitas empresas deixaram as ações para o futuro e aquelas que demitiram ou congelaram suas vagas estão voltando a contratar agora.

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