Taxa de desemprego chega a 14,2% em trimestre encerrado em janeiro

Em um ano, número de desempregados teve aumento de 2,4 milhões e chegou a 14,3 milhões.

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Publicado em:31/03/2021 às 10:47
Atualizado em:31/03/2021 às 10:47

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,2% no trimestre encerrado em janeiro e atingiu 14,3 milhões de brasileiros, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 31.

Essa é a maior taxa da série histórica já registrada para o período. No trimestre encerrado em dezembro, a taxa estava em 13,9% e o país somava 13,9 milhões de pessoas sem emprego. 

"Embora a taxa de desocupação tenha ficado estável em 14,2% frente ao trimestre anterior, é a mais alta para um trimestre até janeiro", informou o IBGE. Até então, o recorde para o período de novembro a janeiro foi em 2017 com taxa de 12,6%.

No mesmo intervalo do ano passado, eram 11,9 milhões de desempregados. Dessa forma, em um ano, houve aumento de 2,4 milhões de pessoas nesse contingente — uma alta de 19,8%.

Importante lembrar que o IBGE só entende como desempregado apenas o trabalhador que estava efetivamente procurando emprego nos últimos 30 dias antes da realização da pesquisa. 

Subutilização chega a 32,4 milhões de brasileiros

A população subutilizada no Brasil chegou em 32,4 milhões, ficando estável em relação ao trimestre anterior, porém teve uma alta de 22,7% frente ao mesmo período do ano passado — com aumento de 6 milhões de pessoas. 

Além dos desempregados, estão nesse grupo de trabalhadores subutilizados: os subocupados, que trabalham menos de 40h por semana; os desalentados, que desistiram de procurar um emprego; e os que poderiam estar ocupados, mas não trabalham por diferentes motivos.

 

Taxa de desemprego
Taxa de desemprego chega a 14,2% em trimestre encerrado em janeiro
(Foto: Christiano Antonucci/Secom MT)

 

Ocupação teve pequeno aumento

O número de pessoas ocupadas aumentou 2% e chegou a 86 milhões. Frente ao trimestre encerrado em outubro, esse contingente cresceu em 1,7 milhão de pessoas. No entanto, a taxa de ocupação ficou 8,6% abaixo da registrada há um ano — com 8,1 milhões de pessoas a menos.

O nível de ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas que estão em idade de trabalhar, fechou em 48,7%. Isso quer dizer que mais da metade da população que poderia estar trabalhando não tem emprego.

“Apesar de perder força em relação ao crescimento observado no trimestre encerrado em outubro, a expansão de 2% na população ocupada é a maior para um trimestre encerrado em janeiro. Esse crescimento ainda tem influência do fim de ano, já que novembro e dezembro foram meses de crescimentos importantes”, afirmou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Aumento na ocupação foi puxado pela informalidade

Ainda de acordo com o IBGE, a maior parte do aumento na ocupação veio do trabalho informal. Houve uma lata de 3,6% frente ao trimestre anterior no número de empregados sem carteira assinada, o equivalente a 339 mil pessoas.

Já os trabalhadores domésticos que trabalham sem carteira cresceram 5,2% em relação ao trimestre anterior, chegando a 3,6 milhões de pessoas. Enquanto o contingente de pessoas que trabalham por conta própria sem CNPJ cresceu 4,8% na mesma comparação e totalizou 826 mil pessoas a mais.

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