Na 2ª semana de julho, pandemia deixa 12,2 milhões desocupados
Número cresceu em relação à primeira semana de maio
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Publicado em:31/07/2020 às 09:11
Atualizado em:31/07/2020 às 09:11
Na segunda semana de julho (dos dias 5 a 11), a taxa de desocupação ficou em 13,1% no Brasil. Ou seja, 12,2 milhões de pessoas sem trabalho. Os números são da edição semanal da PNAD COVID19, divulgada nesta sexta-feira, 31, pelo IBGE.
Em relação à semana anterior (11,5 milhões) o número ficou estável. Mas cresceu, se comparado à primeira semana de maio (9,8 milhões), entre os dias 3 e 9.
1ª semana de maio - 9,8 milhões de pessoas sem trabalho (10,5%)
2ª semana de julho - 12,2 milhões de pessoas sem trabalho (13,1%)
De acordo com os dados da pesquisa, a ocupação também variou pouco, somando 81,1 milhões de pessoas ocupadas do país. Mas esse número é menor que o da primeira semana de maio, quando eram 83,9 milhões de ocupados.
Sendo assim, na segunda semana de julho menos da metade da população estava trabalhando: apenas 47,6%. Estável frente à semana anterior (48,1%) e com queda em relação à semana de 3 a 9 de maio (49,4%).
19,2 milhões pessoas não buscaram trabalho devido à pandemia
A pesquisa do IBGE mostra ainda que a quantidade de pessoas que não procurou trabalho por motivos relacionados ao novo Coronavírus ficou em 19,2 milhões. Mas esse grupo ainda engloba aqueles não procuraram por falta de trabalho na localidade em que vivem.
O número também ficou estável em relação à semana anterior. Depois de uma queda em junho (17,3 milhões), voltou ao patamar do início de maio (19,1 milhões).
Já a taxa de trabalhadores na informalidade ficou em 34,0%, atingindo 27,6 milhões de pessoas. No início de maio, eram 29,9 milhões.
Os profissionais informais englobam empregados do setor privado e trabalhadores domésticos sem carteira; empregadores que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.
Ainda de acordo com o IBGE, pela primeira vez o número de pessoas que trabalhavam de forma remota caiu. Passou de 8,9 milhões (na primeira semana de julho), para 8,2 milhões na segunda semana.
Na prática isso significa, explica o Instituto, que cerca de 700 mil pessoas podem ter retornado ao trabalho presencial com a flexibilização das medidas de distanciamento social.
De acordo com a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, essa é a primeira queda significativa nesse grupo desde o início de maio, quando a pesquisa começou.
“A redução foi observada tanto em valores absolutos (643 mil) quanto percentuais (11,6%) e reflete o que já estamos vendo, que é o retorno de parte dessas pessoas aos seus locais de trabalho antes da pandemia.”
Na segunda semana de julho, o grupo de pessoas que estavam temporariamente afastadas do trabalho continuou caindo. Foram 1,2 milhão a menos na comparação com a semana anterior, quando eram 8,2 milhões.
Por outro lado, o IBGE aponta que aumentou em 623 mil o número de pessoas que alegam motivo diferente do distanciamento para estarem afastadas do trabalho, totalizando 3,1 milhões.
A coordenadora Maria Lúcia explica que o distanciamento social vem deixando de ser motivo para o afastamento das pessoas do trabalho.
“Elas estão alegando outras razões, como licença para tratamento de doença e licença maternidade, por exemplo. Nesse grupo, há ainda pessoas que podem ter sido dispensadas do trabalho.”