Reforma Administrativa 2025 pode mudar estabilidade?

Professor comenta pontos da Reforma Administrativa para ficar alerta, incluindo a estabilidade do servidor. Saiba mais!

Colunistas
Autor:Luiz Rezende
Publicado em:27/09/2025 às 10:00
Atualizado em:26/09/2025 às 16:44

A Reforma Administrativa está vindo aí, e com ela, uma enxurrada de discussões que impactam diretamente a nossa vida de concurseiro. Prevista para ser votada em 2025, a proposta tem pontos que precisam de atenção. A gente precisa entender o que está em jogo para saber o que defender.


A estabilidade em xeque

Para quem está estudando, a estabilidade é a cereja do bolo. A reforma promete manter essa segurança para as “funções típicas de Estado” – ou seja, aquelas carreiras mais tradicionais, como policiais, fiscais e bancários.


Mas, atenção: a ideia é criar novos tipos de contrato, por tempo determinado/indeterminado, sem estabilidade. A justificativa é atender a demandas temporárias, mas isso pode, na prática, abrir um precedente para fragilizar o serviço público e substituir concursos de verdade por contratações mais precárias.


Além disso, o relator da proposta, deputado Pedro Paulo, já acenou com a possibilidade de criar um vínculo de estabilidade de apenas dez anos para algumas carreiras. Isso seria, no mínimo, uma aberração. Precisamos lutar para que a estabilidade continue sendo um pilar das carreiras públicas.


A polêmica da avaliação de desempenho

A proposta também quer que a estabilidade seja condicionada a uma avaliação de desempenho periódica. De um lado, isso pode valorizar o mérito e quem realmente trabalha.


De outro, a gente precisa de critérios claros e objetivos para essa avaliação, senão ela pode se transformar em uma ferramenta de perseguição política ou subjetividade. A especificidade de cada órgão é enorme, e os critérios precisam respeitar isso.


Outro ponto que exige cautela é a progressão em 20 níveis. Isso pode alongar demais a carreira e retardar a valorização do servidor.


O lado bom da reforma

Nem tudo é motivo de preocupação. A reforma também traz medidas que podemos aplaudir. O fim de alguns “privilégios”, como as férias de 60 dias para juízes e promotores, é uma medida de justiça social.


A proposta de fortalecer o Concurso Nacional Unificado (CNU) também é um passo importante para democratizar o acesso ao serviço público, já que o Censo dos Concursos de 2024 mostrou que ainda há um longo caminho a percorrer para que as vagas cheguem a todos os grupos sociais.


Essa reforma pode ser uma chance de modernizar o serviço público e corrigir distorções históricas. Mas, se não ficarmos de olho, ela pode comprometer a estabilidade e a atratividade das carreiras.


Lembrem-se: o serviço público não é o problema, mas parte da solução.


Quando a primeira versão dessa proposta foi apresentada, pelo então ministro Paulo Guedes, a pressão da sociedade civil organizada fez com que não fosse aprovada.


Agora, precisamos ficar muito atentos para que os novos concursos mantenham a estabilidade e para que os servidores não tenham critérios punitivos no exercício da função pública. Vamos acompanhar de perto e informar vocês.


Luiz Rezende - professor especialista em concursos públicos

Clique para saber mais

Carregando...