Reforma Administrativa é 'atestado do desconhecimento', diz SinpecPF
A SinpecPF repudiou o projeto de Reforma Administrativa, dizendo que é um atestado do desconhecimento e aponta como 'tolice' da economia.
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Publicado em:16/09/2020 às 14:30
Atualizado em:16/09/2020 às 14:30
O assunto Reforma Administrativa é um tema que sempre precisará ser discutido. Afinal, envolve e impacta o servidor público de maneira direta, contrariando um dos seus maiores benefícios que é a garantia de estabilidade.
E para o Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SinpecPF) ela pode ser classificada como um atestado do desconhecimento.
Em nota divulgada à imprensa, o SinpecPF comentou ser um projeto produzido por "financistas" para atender a desejos do mercado financeiro. O sindicato comenta que há diversas lacunas interpretativas, que não combatem privilégios reais, pontuando que a PEC 32/2020 é um:
"Atestado do desconhecimento da equipe econômica sobre a realidade do serviço público", diz o sindicato.
A categoria pontua ainda que algumas defesas da equipe econômica do governo são 'tolices', dividindo o funcionalismo público em 'castas', sendo duas, classificadas pelo SinpecPF como:
"Uma primeira, composta pelas carreiras típicas de estado, merecedoras (segundo os critérios do próprio Governo) de estabilidade. Quem não se enquadrasse nessa condição seria relegado a um segundo grupo, cuja desnecessidade poderia ser declarada a qualquer tempo: são os servidores contratados por prazo indeterminado."
'Estabilidade é uma garantia e não proteção', diz SinpecPF
Já é de conhecimento de todos que a proposta da Reforma Administrativa que foi encaminhada ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro prevê mudanças e critérios de estabilidade.
Para isso, foi criado o conceito de carreiras típicas de estado, que ganham o direito de estabilidade sob novas regras. Para os demais, não houve muita escolha.
De acordo com o SinpecPF, independentemente do órgão, as carreiras que existem no funcionalismo público em sua maioria se complementam. Muitas vezes, segundo eles, de forma indivisível, como acontece na Polícia Federal.
O SinpecPF explica, por exemplo, que ao prestar suporte para a carreira policial, os servidores administrativos têm acesso a dados sensíveis da Segurança Pública e de operações confidenciais. E que, por isso, não há motivos e possibilidade desses cargos serem terceirizados, nem mesmo ser preenchido por meio dessas novas regras.
"A estabilidade concedida pela Constituição é uma garantia de que esses profissionais servirão não aos governantes da vez, mas sim à sociedade. Sem ela, os servidores ficarão mais expostos a pressões externas."
Além disso, complementa que:
"É importante deixar claro: a estabilidade não existe para proteger o mau servidor — contra esses, basta regulamentar mecanismos objetivos de avaliação de desempenho que podem levar à demissão do profissional improdutivo, algo já previsto na Constituição —, ela existe para proteger a população, garantindo servidores comprometidos com o interesse público em primeiro lugar."
"A estabilidade é um dos pilares para um serviço público forte e imune a interesses políticos. Acabar com ela fará com que as instituições do Estado brasileiro desmoronem sobre seus cidadãos. Menos saúde, menos educação, menos segurança, menos justiça. Será que é isso mesmo o que o povo brasileiro quer?"
Desse total, a Federação Nacional dos Policias Federais (Fenapef) confirmou à FOLHA DIRIGIDA a distribuição das 2 mil vagas confirmadas por Bolsonaro:
1.016 vagas de agente;
600 vagas de escrivão;
300 vagas de delegado; e
84 vagas de papiloscopista.
Há, ainda, um pedido com 508 vagas para a área adminsitrativa, no plano especial de cargos. O diretor-geral da PF, Rolando Alexandre, já se manifestou de maneira positiva sobre a intenção de repor o quadro da área de apoio. Mas, tudo ainda não passou da fase intencional. Veja a distribuição:
Área administrativa
Administrador - 21 vagas
Arquivista - oito vagas
Assistente social - 10 vagas
Bibliotecário - uma vaga
Contador - nove vagas
Economista - três vagas
Enfermeiro - três vagas
Engenheiro - uma vaga
Estatístico - quatro vagas
Farmacêutico - uma vaga
Médico - 65 vagas
Nutricionista - uma vaga
Odontólogo - 11 vagas
Psicólogo - cinco vagas
Técnico em assuntos educacionais - 13 vagas
Técnico em comunicação social - três vagas
Agente administrativo - 349 vagas
O que precisa ter para concorrer no próximo concurso PF?
Carreira
Requisitos
Remuneração
Agente
Nível superior em qualquer + CNH
R$12.441,26
Escrivão
Nível superior em qualquer + CNH
R$12.441,26
Papiloscopista
Nível superior em qualquer + CNH
R$12.441,26
Delegado
Nível superior em Direito, experiência de três anos + CNH