Servidores organizam mobilização a favor do funcionalismo público
Em todo o país, mobilização está prevista para o dia 18 de março. Cortes nos ganhos e falta de benefícios são alguns dos motivadores.
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Publicado em:11/02/2020 às 04:00
Atualizado em:11/02/2020 às 04:00
Membros das carreiras que compõem o Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado) organizam uma mobilização por todo o país no dia 18 de março em defesa do serviço público.
O Fonacate é uma associação civil e seus integrantes são, exclusivamente, entidades nacionais associativas e sindicais, representativas das carreiras que desenvolvem atividades essenciais e exclusivas do Estado, em todos os Poderes, no âmbito federal, estadual, distrital e municipal.
A possível mobilização teve como gatilho os cortes nas remunerações, além de outras reivindicações por benefícios previdenciários que não estão sendo concedidos aos servidores.
“Não podemos assistir a esse desmonte do Estado brasileiro e a criminalização dos servidores públicos e não fazer nada. Os cidadãos precisam de bons serviços públicos, de pessoas qualificadas nos atendimentos prestados, de educação, de saúde. Estamos com diversas carreiras devassadas, sem concursos há anos. Defendemos o concurso público e o serviço público como essencial para a sociedade brasileira”, disse o presidente do Fonacate e do Unacon Sindical, Rudinei Marques.
Umas das principais motivações para a tomada desta medida foram o Plano Mais Brasil, formado pelas PECs Emergencial (186/2019), da Revisão dos Fundos (187/2019) e a do Pacto Federativo (188/2019).
Juntos, eles propõem uma redução de até 25% da jornada do servidor, ocasionando uma diminuição proporcional nos vencimentos. Além disso, os servidores estão receosos com a reforma administrativa, que o governo pretende entregar ao Congresso Nacional na retomada do ano legislativo.
“Temos que conversar com os ministros do STF para que apreciem essa ação o quanto antes, pois em março já poderemos ter aumento das alíquotas e a consequente redução salarial”, explicou o secretário-geral do Fonacate e presidente da Anafe, Marcelino Rodrigues.
Mesmo com todos os desafios na vida de um servidor, existem diversas histórias que podem ser usadas como exemplo para manter viva a confiança no setor público. A seguir, conheça um pouco sobre profissionais do serviço público que mudaram de vida e transformaram a realidade de outras pessoas.
Cristiano resgatou refugiados no Mediterrâneo
A história de Cristiano como Marinheiro começou em 1995. Para ele, o desejo de fazer parte da carreira militar já fazia parte de sua vida desde muito cedo, e considera que a Marinha foi um acaso muito prazeroso.
Na região de Cristiano, bem no interior do Rio Grande do Sul, essa Força Armada era pouco conhecida. Ele conta que daí não só surgiu uma profissão, como um amor.
A bordo do navio Corveta Barroso, enquanto navegava pela costa italiana, o primeiro sargento e sua equipe receberam o chamado: havia um barco de refugiados à deriva. Sendo a embarcação mais próxima, foram ao salvamento.
Uma das histórias que podem ser usadas como exemplo de superação para os atuais e futuros servidores, é a de Marcelle, a professora de escola pública no Rio de Janeiro, que tem sua trajetória marcada por um episódio de superação.
A servidora acumula oito anos no funcionalismo público e 17 no Magistério. Marcelle costumava trabalhar em escolas particulares desde que se formou. No entanto, um acidente sofrido em 2012 mudou os rumos de sua carreira e também de sua vida.
Ao longo desse tempo, Marcelle teve a oportunidade de viver histórias que marcaram sua trajetória.
Uma delas foi com um aluno de 13 anos, chamadao Paulo André. Ele tinha dificuldade em grau elevado com a leitura. Marcelle começou a dar aulas para ele em 2013 e logo percebeu a dificuldade na alfabetização.