Desemprego sobe para 12,6% e atinge 12,8 milhões de brasileiros
Paralisação econômica reflete no aumento do desemprego
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Publicado em:28/05/2020 às 09:15
Atualizado em:28/05/2020 às 09:15
A taxa de desemprego no país vem registrando aumentos consecutivos. Entre novembro e janeiro, o percentual de desempregados era de 11,2% e, no final de abril, passou para 12,6% - atingindo 12,8 milhões de pessoas.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e foram divulgados nesta quinta-feira, 28, pelo IBGE. O levantamento mostra parte dos efeitos da crise econômica causada pela pandemia do novo Coronavírus.
Houve registro de queda histórica no índice de pessoas ocupadas, que caiu 5,4% em relação ao trimestre encerrado em janeiro e 3,1% se comparada ao mesmo período do ano passado. Atualmente, o número de brasileiros empregados é de 89,9 milhões.
Segundo o IBGE, a paralisação de diversos setores econômicos reflete na queda desse índice. O desemprego atingiu tanto trabalhadores informais, quanto quem tem carteira assinada. É o que explica a analista da pesquisa Adriana Beringuy:
"Dos 4,9 milhões de pessoas a menos na ocupação, 3,7 milhões foram de trabalhadores informais. O emprego com carteira assinada no setor privado teve uma queda recorde também. A gente chega em abril com o menor contingente de pessoas com carteira assinada, que é de 32,2 milhões", declarou.
O número de empregados com carteira assinada (com exceção de empregados domésticos) caiu 4,5% em relação ao trimestre anterior. Já entre os trabalhadores do setor privado, que não têm carteira assinada, a queda foi de 13,2%.
Apesar de a taxa de informalidade ter caído e ser a menor desde 2016, como não houve aumento de empregos formais, o número não pode ser lido de boa maneira. Entre a população ocupada, os informais representam, atualmente, 38,8% - cerca de 36,4 milhões de trabalhadores.
A força de trabalho (pessoas empregadas e desempregadas) registrou queda de 4% em comparação ao último trimestre. Portanto, são menos 4 milhões de pessoas no mercado de trabalho.
Nível de ocupação por setores
Em relação ao último trimestre, os setores que apresentaram aumento de ocupação foram: Administração Pública, Defesa, Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais. No entanto, houve queda de atividades nos seguintes segmentos:
Construção (-13,1%);
Alojamento e Alimentação (-12,4%);
Serviços Domésticos (-11,6%);
Comércio e Reparação de Veículos (-6,8%);
Indústria (-5,6%);
Transporte, Armazenamento e Correio (-4,9%);
Outros Serviços (-7,2%).
O número de empregadores caiu 5,1%, o que representa menos 226 mil pessoas, chegando a 4,2 milhões de empregadores. No entanto, se comparado ao mesmo trimestre no ano passado, o número está estável.
Houve aumento de 3,3% no número de servidores no setor público - que inclui estatutários e militares. Atualmente o Estado emprega 11,9 milhões de trabalhadores, mais 379 mil pessoas do que no último trimestre.