O que os profissionais devem avaliar para trocar de emprego em 2021?

Quais são as quatro razões que devem ser analisadas por quem quer trocar de emprego em 2021? Veja dicas de especialistas.

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Publicado em:25/11/2020 às 08:00
Atualizado em:25/11/2020 às 08:00

A pandemia do novo Coronavírus trouxe mudanças significativas no mercado de trabalho, tanto para o empregador, quanto para os profissionais. Alguns fatores ocorridos durante o ano levam os trabalhadores a pensarem se não seria uma boa ideia trocar de emprego. 

Entre eles: mudanças nas relações trabalhistas, cortes salariais, os altos e baixos de algumas áreas. De acordo com recente pesquisa da Catho, 90% dos profissionais desejam encontrar um novo emprego em 2021.

Mas, quais critérios avaliar antes de tomar essa decisão? Especialistas em carreiras, facilites e benefícios indicaram razões, que vão além de questões salariais, e podem motivá-lo nessa troca.

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Home Office
Flexibilidade e plano de benefícios personalizado estão entre os motivos
para trocar de emprego em 2021 (Foto: Pixabay)

 

Confira quatro razões para trocar de emprego em 2021

► Flexibilidade

Algumas empresas já oferecem aos seus colaboradores uma rotina de trabalho mais flexível e menos intensa. Um exemplo são as companhias que passaram a priorizar as entregas, em vez dos horários cumpridos por seus colaboradores.

Nesse formato, os profissionais podem encerrar suas atividades assim que entregam todas as demandas do dia, independentemente do horário. Esta pode ser uma das questões a se considerar na hora de avaliar se é válido trocar de emprego.

Para Pamela Paz, CEO da John Richard, empresa de locação de móveis, a flexibilidade é uma palavra que veio para ficar no mundo do trabalho após a pandemia.

“O colaborador pode adotar como critério na hora de buscar um novo emprego em 2021, oportunidades que ofereçam home office frequente e espaços flexíveis com fornecimento de equipamentos ergonômicos de trabalho. Essa é uma prova de que a flexibilidade veio para ficar, e isso é perceptível até mesmo por grande parte das empresas que já pensam na entrega de sua estrutura fixa em 2021”, explicou Pamela. 

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► Saúde e qualidade de vida 

Um dos principais ensinamentos trazidos pela pandemia é de que a Saúde deve ser tratada como prioridade. Nesse sentido, os profissionais buscam mais por oportunidades que os proporcione uma melhor qualidade de vida. 

Um dos critérios para alcançar essa necessidade é buscar emprego em empresas próximas à residência. Isso exige do colaborador, por exemplo, menos tempo desperdiçado no trajeto e no trânsito.

João Resch, gerente de renumeração da Carreira Muller, empresa especializada em renumeração e carreira, destacou que a crise fez com que o profissional priorizasse questões mais básicas antes de pensar em trocar de emprego. Segundo ele, isso pode pesar muito mais na decisão, do que outras razões como salário e plano de carreira. 

“Quando somos expostos a momentos difíceis, naturalmente nos voltamos às questões mais básicas, como bem-estar, saúde e família. Ao considerar uma mudança de emprego, esses podem ser fatores que pesem nas decisões, muito mais que salário ou crescimento na carreira”, afirmou.

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► Plano de benefícios

Outra tendência que promete ganhar força a partir de agora é a oferta de planos de benefícios flexíveis por parte das empresas. A ideia é que os próprios colaboradores escolham os benefícios que mais atendam às suas necessidades.

Segundo Ronn Gabay, especialista em benefícios na Bematiz, um plano com diversas opções, incluindo incentivos modernos para gastar com academia, pets, cabelereiro e até mesmo com a personalização do home office, também pode ser uma razão considerável para a troca de emprego em 2021. 

Ainda de acordo com Gabay, daqui para frente, as empresas que quiserem reter seus talentos deverão pensar em uma forma de oferecer benefícios:

 “As novas formas de trabalho, a ascensão do home office e a pandemia, fizeram com que o trabalhador valorizasse mais seu plano de benefícios. Por isso, ele vai buscar empresas que ofereçam aquilo que atenda às suas necessidades. Logo, as empresas devem repensar a sua gestão de benefícios de uma forma que possa acompanhar essa tendência, e assim, reter talentos.”

► Possibilidade de carreira a curto prazo

O último fator está relacionado à possibilidade de ascensão na carreira a curto prazo. Uma demanda muito requerida por profissionais mais jovens, na faixa dos 24 aos 35 anos. Segundo João Resch, oferecer isso a eles pode ser um “adeus” ao emprego atual, já que muito tempo no mesmo cargo e função não os agrada tanto.

Para o especialista, uma consequência para este fato é que o turnover, ou seja, a rotatividade na maioria das empresas pode aumentar. De acordo com um estudo realizado pela Carreira Muller, em boa parte das empresas pesquisadas, “assumir uma função superior” é o fator principal que leva as pessoas a deixarem a organização.

No entanto, o especialista alerta que estar bem consigo é essencial antes de trocar de emprego. Dessa forma, será possível avaliar as oportunidades com sinceridade e coerência.

“Lembre-se de que, para entregar alta performance, encontrar seu propósito e crescer profissionalmente, é importante que questões básicas estejam bem resolvidas antes de considerar as propostas de salário, benefícios e carreira. Desse modo, o colaborador não troca o certo pelo duvidoso”, explica Resch.