Turismo prepara retomada e sinaliza novas contratações

Segundo Sebrae, 78% das agências não pretendem demitir funcionários em 2020

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Publicado em:13/08/2020 às 14:30
Atualizado em:13/08/2020 às 14:30

O setor de Turismo foi um dos mais atingidos pela crise do novo Coronavírus. Cerca de 95% dos pequenos negócios desse segmento tiveram perdas no faturamento. Com viagens adiadas e voos reduzidos, companhias aéreas contingenciaram gastos, agências fecharam as portas e o desemprego cresceu.

A boa notícia é que o setor já prepara sua retomada, inclusive com aval para novas contratações de profissionais. Pesquisa inédita realizada pelo Sebrae identifica a adaptação gradual para retorno por parte de empreendimentos em todo o país.

A estimativa é que 15% do total de empreendimentos retomem as atividades, seguindo os protocolos de segurança. Desse total, 85% das agências de viagens não encontraram problemas na aplicação das normas sanitárias, já sinalizando interesse na contratação de pessoal, ainda este ano.

Os números são de pesquisa inédita realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV Nacional). O levantamento, feito entre 14 e 20 de julho, teve a participação de 2.555 empresas de todo país.

 

Avião na decolagem
Mercado de Turismo começa retomada as atividades. Agências já 
pensam em contratar este ano (Foto: Pixabay)

 

Sobre a ação durante a pandemia, 41% das empresas entrevistadas deu continuidade aos serviços de forma online. Já 38% optaram por suspender as atividades por tempo determinado, 15% já retomaram atendendo aos protocolos e 7% fecharam as portas.

Para sobreviver em tempos de isolamento social, a internet se mostrou um caminho viável e lucrativo. As redes sociais apresentaram um excelente desempenho no suporte tecnológico para vendas.

De acordo com o Sebrae, os canais mais utilizados para essa finalidade foram:

  • Whatsapp (86%);
  • Instagram (61%);
  • Facebook (57%);
  • Site próprio (45%).

Vale ressaltar que 83% das empresas do segmento já vendiam por meios digitais antes da pandemia.

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Presidente do Sebrae destaca papel da tecnologia na retomada do Turismo

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, destacou o movimento de retomada do setor de Turismo sob o aspecto da tecnologia na recuperação das empresas que atuam no ramo.

“O turismo é uma atividade com amplo potencial no Brasil e os negócios inovadores, que souberem se adaptar à demanda e ao comportamento do perfil de consumidor pós-pandemia, vai sair na frente. Mais uma vez, será necessária toda a visão e criatividade desses empreendedores para fomentarmos um turismo mais criativo e fortalecido daqui para frente”, comentou.

Já Magda Nassar, presidente da ABAV Nacional, ressaltou que, mesmo na pandemia, muitas agências de viagens se mantiveram ativas no atendimento aos milhares de consumidores que tiveram suas viagens impactadas ao longo do período.

Diferentemente de segmentos que puderam minimizar os efeitos da crise, diminuindo ou até mesmo paralisando suas operações.

“Trabalhamos meses em remarcações, reitinerações e ações de repatriamento dos que se encontravam no exterior, praticamente sem receita. Os resultados da pesquisa mostram bem a realidade na fase mais crítica da pandemia, e nos darão subsídio para a construção de um novo plano de ação, agora com o foco na retomada”, afirmou.

A ABAV Nacional representa 2,4 mil agências de viagens em todo o Brasil, responsáveis por 80% da movimentação de vendas de produtos e serviços turísticos no país.

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78% dos empresários não pretendem demitir funcionários em 2020

As perspectivas para a retomada do setor do Turismo são positivas. Cerca de 78% dos empresários de agências de turismo afirmam que não pretendem demitir funcionários em 2020. Desse quantitativo, 8% já sinalizam a intenção para contratação de novos profissionais.

Além das questões trabalhistas, as empresas tiveram que passar por modificações em suas estruturas financeiras:

  • 44% cortaram custos com renegociação de contratos;
  • 43% cortaram gastos com matérias-primas;
  • 38% negociaram contas de água, energia e telefone;
  • 22% cancelaram contratos de aluguel.

O estudo do Sebrae também revelou que, hoje em dia, a preocupação dos empresários é a insegurança com o mercado de Turismo, em relação às companhias aéreas, parceiros locais e fornecedores de outros países. Ao todo, 36% dos entrevistados confirmam que essa incerteza é razão para aflição.

Outros 24% apontam o acesso ao crédito como um dos principais receios. Na visão da maioria dos entrevistados (60%), serão necessários de quatro meses a um ano para retomarem os negócios em definitivo, depois do término da pandemia.

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Empresários apontam medidas que poderiam ser adotadas pelo governo

Durante a pesquisa do Sebrae, os empreendedores apontaram quais principais medidas governamentais poderiam ser implantadas para compensar os efeitos da pandemia nos negócios. As respostas foram:

  • Redução de impostos e taxas (57%);
  • Empréstimos sem juros (55%);
  • Aumento das linhas de crédito (52%);
  • Renegociação de prazos para pagamentos de empréstimos (30%).

Em relação ao faturamento, 64% acreditam que os ganhos serão menores no 3º trimestre, se comparado ao ano anterior. Outro ponto relevante é que 95% dos pequenos negócios registraram queda no faturamento nos meses de abril, maio e junho, em relação a 2019.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2019, 56,7 milhões de domicílios (78,2% do total) não registraram viagens, ano passado. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Os principais motivos alegados para não ter havido viagem nos meses de julho, agosto e setembro foram: falta de dinheiro (48,9%), falta de tempo (18,5%) e não ter havido necessidade (13,5%). Isso em um cenário pré-pandemia.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019 traz dados sobre os fluxos de turistas nacionais entre as diferentes regiões do país e para o exterior. O levantamento foi feito em convênio com o Ministério do Turismo – Mtur.